18 de maio de 2022

MINHA HISTÓRIA COM LULA



Morei em São Bernardo do Campo (SP) até o ano de 1982. Fiz o segundo grau no João Ramalho, escola estadual próxima ao sindicato onde o Lula “nasceu”. Não fui aos comícios da Vila Euclides, mas senti o “perfume” do gás lacrimogênio das manifestações na rua do sindicato quando saía da escola.
Mudei de São Bernardo quando me casei, mais tarde mudei para o Rio, mas sempre acompanhava – sem muito fanatismo porque nunca fui disso – as imagens dos discursos daquele torneiro mecânico que queria ser presidente.
Vi as armações da Globo contra o Lula desde o começo. Vi a farsa do sequestro do Abílio Diniz, vi a “bomba” da “filha fora do casamento”, vi todas as “notícias” desencavadas no auge da campanha sempre que a candidatura do metalúrgico ganhava destaque.
Percebi o processo de fabricação “global” do “caçador de marajá”.
A primeira vez que vi o Collor, fazendo seu discurso para a “babação” do jornalismo da Globo, eu disse ao meu marido: “Credo, que horror! Esse cara parece o Hitler”.
Eu falava do jeito de discursar, do conteúdo populista e dos gestos de mão; não da aparência física.
Trabalhei como mesária na eleição em que o “caçador de marajá” fabricado pela Globo venceu, ouvi várias mocinhas na fila e na sala de votação dizendo: “Vou votar no Collor. Ele é lindo!” e senti muita pena delas.
Votei no Lula em 2002 e comemorei o resultado das urnas; mas minha alegria durou pouco.
Uma semana depois de eleito, vi Lula apertando a mão do Maluf e passei a considerá-lo apenas mais um político, como tantos políticos.
Transferi meu título para São Paulo e tomei a decisão de viajar até lá se aparecesse alguém em quem eu realmente quisesse votar.
Não votei na Dilma mas fui contra o golpe, que identifiquei como golpe desde o começo.
Odiei o temeroso e desejei muito que no país tivesse algum resto de decência capaz de tirar esse ser abjeto do poder... não teve.
Participei de toda a campanha “Ele não” porque abominei o abominável desde os tempos em que o abominável fazia seus discursos abomináveis nos programas de televisão.
Desejei que no país tivesse algum resto de decência capaz de tirar o abominável do plenário no momento em que ele prestou homenagem a um torturador no voto pelo golpe... não teve.
Abominei o marreco de Maringá desde o começo dos atos que a muitos pareciam coisa de “herói” e que me pareceram filhadaputice disfarçada de justiça.
Abominei mais ainda quando, graças às falcatruas do marreco o bozobosta venceu e o marreco ganhou o ministério onde esperaria, se fazendo de morto para os crimes da familícia, até que o Voldemort do planalto desse a ele uma vaga no STF.
O marreco de Maringá foi traído e, como traíra escorregadia que é, deu um jeito de faturar um cargo de consolo nos EUA enquanto aguardava sua “vitória certa” na próxima eleição...
Comemorei cada “voo” frustrado do marreco que aparentemente capotou de vez no chão.
Vi e abominei cada uma das m3rdas que o abominável, sua familícia e sua quadrilha fizeram, disseram e amontoaram.
Lamentei cada colega, cada jovem, cada pessoa que vi caindo na armadilha do bozobostismo. Na escola onde eu dava aulas, nos meus ciclos de amizade, nas minhas redes sociais...
Tentei ser uma voz dissonante e de alerta; infelizmente a doença do fanatismo bozobostístico sempre foi mais forte do que eu.
No segundo turno tive duas certezas:
1 - O Haddad não venceria apesar do meu voto e da minha modesta campanha.
2 - O Ciro foi para Paris posar de “neutro” como recado para que o bozobosta oferecesse um ministério pra ele.
Porque, para mim, até prova em contrário, ainda tô vendo político como político e não como salvador da pátria.
Pela ida a Paris, por mais “explicações” que ele e seus fãs deem, o Ciro passou de político que eu ignorava como só mais um entre tantos para mais um político de quem eu não gosto.
Não mudei minha opinião sobre o Lula, mas apoiei o “Lula livre”, escrevi sobre minhas razões e compartilhei memes e textos em favor da correção da kag4da do marreco e sua corja “juridícula”.
Decidida a votar “até no capeta” contra o bozobostismo, estou de olho nas pesquisas.
Sempre lamentando que ainda exista (30%) tanta gente incapaz de entender o que é empatia e disposta a votar no inominável; apesar, ou por causa de tudo que o inominável kaga pela boca e por tudo que o inominável faz.
Só um nome tem chances de tirar o genocida do poder no primeiro turno; se continuar assim é nesse nome que votarei.
Votarei nele sim!
Por mais que me ponha a pensar que, se apertou a mão do Maluf, se coloca o ladrão de merenda como vice, bem poderia apertar a mão do bozobosta e, sei lá, dar um cargo pra um dos “zeros” bozobostais...
Tomara que não!
Mas votarei assim mesmo e logo no primeiro turno porque, como disse o Gregório Duvivier, uma derrota no primeiro turno seria mais difícil de ser contestada com um golpe bozobostal; provavelmente.
Se com essas mesmas chances estivesse o Ciro eu votaria no Ciro; se fosse o Dória (outro de quem não gosto), eu votaria no Dória; Se fosse a Simone, votaria na Simone...
Posso encher dez parágrafos com nomes de pessoas de quem não gosto mas em quem eu votaria no primeiro turno se tivesse chance de tirar o bozobosta no primeiro turno.
Por agora, o único político que tem essa chance é o Lula.
Por isso, e só por isso, votarei no Lula.
A não ser que os resultados das pesquisas mudem.

16 de maio de 2022

ÚRSULA



Cem anos de solidão...
Cem anos?
Cem anos é pouca solidão

De solidão temos
Milênios
Muitos milênios

Isoladas em nossos corpos
Exploradas em nossos
Sentimentos
Usadas em nossas
Mentes
Desprezadas em nossas
Histórias

Mulher
Fêmea
Menina
Senhora

Esquecida de ser
De ser vista
Olhada
Entendida
Estendida

Mulher...

8 de maio de 2022

MINHA PALAVRA PREFERIDA



Minha palavra preferida de todas as palavras que existem no mundo é RESPEITO
Eu acredito que se a minha palavra preferida fosse mais valorizada e mais aplicada o mundo seria melhor
Mas as pessoas “de bem” não costumam ligar muito para a minha palavra preferida
As famílias “tradicionais” não costumam ligar muito para a minha palavra preferida
As religiões não costumam ligar muito para a minha palavra preferida
A política não costuma ligar muito para a minha palavra preferida
A economia não costuma ligar muito para a minha palavra preferida
Os deuses que as pessoas cultuam não costumam ligar muito para a minha palavra preferida
Li o livro “sagrado” de um deles duas vezes e não me lembro de ter visto a minha palavra preferida lá
Talvez tenha aparecido uma ou duas vezes com significado um tanto restrito e eu nem tenha reparado
Essas são as razões por que eu não acredito que a minha palavra preferida venha a ser mais valorizada um dia
Essa é a razão por que eu não acredito que o mundo será realmente melhor um dia
E fico triste por isso...