29 de fevereiro de 2020

A MULHER QUE TEM FILHOS DEVE TRABALHAR FORA?


Eu acho que tem vários pontos a serem considerados nesse tema; um, que talvez seja o principal, é que não há “deve” ou “não deve”. O que vai ser feito e como deve ser feito tem que ser decisão de cada indivíduo e de cada casal dentro das suas possibilidades tanto financeiras quanto psicológicas. A mulher deve ficar em casa cuidando dos filhos em lugar de trabalhar SE ela decidir que é isso que ela quer e SE a condição financeira do casal permitir. A mulher deve sair e trabalhar fora, buscando sua realização profissional, SE ela decidir que é isso que ela quer ou SE o casal concluir que isso é necessário para que tenham uma vida financeira mais adequada. Nesse sentido cada mulher decide por si e não há obrigação de que "as mulheres" façam isso ou aquilo.

O outro ponto importante na minha opinião – e que não deveria ser algo assim tão raro em nossa sociedade – é que tudo que falei aí em cima sobre a mulher deveria valer igualmente para o homem. Por que o homem não pode decidir que quer ficar em casa cuidando dos filhos enquanto a mulher trabalha fora SE o casal puder arcar financeiramente com essa decisão?

Agora, se os dois decidirem trabalhar fora, ou porque financeiramente não é possível abrir mão do salário de um deles ou porque ambos preferem trabalhar fora e buscar sua realização profissional, acho que a única coisa que ambos TÊM que fazer é atentar para dois detalhes importantes: primeiro o homem não pode AJUDAR nas tarefas domésticas e nos cuidados com os filhos, ele tem que DIVIDIR essa responsabilidade com a mulher, igualmente. Nenhum pode ser sobrecarregado, nem porque "é trabalho de mulher" nem porque "o homem é biologicamente mais (ou menos) apto para isso". E segundo, mas ainda mais importante, os dois TÊM que transformar o MENOS TEMPO em MAIS QUALIDADE no que diz respeito à dedicação que dão à formação e educação dos filhos.

E mais qualidade não é sinônimo de escolas mais caras, é sinônimo de mais atenção, de abrir mão de ficar com a cara enfiada no computador, no Iphone ou na telinha da plimplim para FALAR com seus filhos, para OUVIR seus filhos, para CONVIVER com seus filhos, para CONHECER seus filhos, para aprender a RESPEITAR seus filhos como indivíduos.

Infelizmente tem muita mãe que passa o dia todo em casa e dá mais atenção para o piso da cozinha do que para o filho; e tem muito pai que só tem o fim de semana para conviver com os filhos mas prefere passar esse tempo ignorando o fato de que eles são pessoas; só o que fazem é criticar e dar ordens como se filhos fossem apenas animaizinhos que precisam ser adestrados.

ACHISMO


Embora muita gente me critique quase sempre que o faço, não tenho nenhum problema em dizer "Eu acho". É muito comum pessoas “ganharem” debates comigo fazendo ironia, apontando minha ignorância e dizendo que não é possível debater porque “só sei usar de achismos”. Fico me perguntando qual parte do que essa pessoa está usando como argumento não é achismo.
São poucas as coisas que posso verificar com meus parcos cinco sentidos. São poucas as coisas que o ser humano pode afirmar com plena certeza, mesmo depois de verificar com seus parcos cinco sentidos, e com a ajuda dos instrumentos que os ampliam. Cientistas são bons em explicar a maravilha da dúvida e da incerteza!
Ainda que tenha lido notícias, artigos e livros sobre provas dadas por cientistas que verificaram, eu não verifiquei. Ainda que tenha lido notícias, artigos e livros sobre os argumentos dados por pensadores que demonstraram, eu não demonstrei. E principalmente, por mais profunda que tenha sido a minha pesquisa (ou a sua), será que a seleção dos pensadores estudados, dos cientistas pesquisados, dos livros lidos, não seria fundamentada “apenas” no meu “achismo”? Você já perguntou isso sobre suas certezas? Quanto a mim, muitas vezes quase chego a concordar com aqueles que dizem que não posso sequer saber se a verdade existe, mas aí eu acho...
O que estou dizendo é que não adianta vir com esse nariz empinado para o meu lado. Sobre quase todos os assuntos, nada tenho a oferecer além do meu honesto "Eu acho". E, se fossem honestos, os “vencedores” dos debates que tentam me humilhar usando o argumento de que tudo que eu digo é achismo deveriam tentar perceber o quanto há de achismo em seus próprios argumentos.
Então, depois de pensar muito sobre muitas coisas (muitas mesmo!) concluí que euzinha não posso saber a verdade sobre praticamente nada, mas posso (com certeza posso!) pensar a respeito de vários assuntos e chegar às minhas conclusões. Você pode criticar conclusões que tenham sido, como diz o Pirula, “tiradas da bunda” e apresentadas como fato - vou concordar com você e apoiar sua crítica - mas não se atreva a tirar de mim (ou de quem quer eu seja) o direito de “achar”!

26 de fevereiro de 2020

ESPIRITISMO

Entre todas as religiões, quando penso nas pessoas que as seguem e no comportamento delas, uma das que mais mereceram o meu respeito foi o espiritismo.
O problema é que, por mais que seus membros sejam pessoas agradáveis, não me “encham o saco” tentando me converter e que eu não tenha visto muitas delas defendendo preconceito e intolerância, tem algumas coisas nessa religião que eu simplesmente não consigo entender.
- Para que serve essa tal "evolução do espírito" que, de acordo com eles, é o objetivo principal desses horrores (TODOS) que vivemos aqui. Para quê?
- Para onde vão os tais "evoluídos"?
- O que fazem os "evoluídos" e que utilidade prática suas ações teriam?
- Onde é que essa tal "evolução" vai parar?
- Por que tudo o que o "espírito mais evoluído" chamado Jesus fez de realmente grande e duradouro por aqui foi inspirar uma religião assassina, genocida e acobertadora de criminosos?
- E, por último, como essa religião também é teísta: O tal deus ONIpotente, ONIsciente, ONIpresente, Bom e Justo não poderia evoluir espíritos sem causar tanto sofrimento? Principalmente às crianças e aos animais?

Não, decididamente eu não poderia ser parte desse grupo, por mais que tenha pessoas bonitas nele.


20 de fevereiro de 2020

EU QUERO GRITAR!

Ando vendo com uma frequência altíssima
Dos dois lados do espectro político-ideológico
Talvez dos três ou quatro lados
Porque inclui também os meios termos
Que se auto intitulam "moderados"
Um discurso que me incomoda muito!
O discurso é "xxxxx não é gente"
Com a variante "essas não são pessoas"
Lembro os escravocratas dizendo
Que negros não são gente
Os nazistas propagando
Que judeus não são gente
Os "colonizadores” afirmando
Que índios não são gente
E os exemplos continuam sempre
Fico muito incomodada!
Então eu digo gritando
Se você não gostar
Tape os ouvidos

ATIVISTAS DE COMPUTADOR SÃO GENTE!
PETISTAS FANÁTICOS SÃO GENTE!
POLICIAIS QUE BATEM EM PROFESSOR SÃO GENTE!
CIRISTAS SÃO GENTE!
MULHERES SÃO GENTE!
ESQUERSOPATAS SÃO GENTE!
MACHISTAS SÃO GENTE!
POLÍTICOS SÃO GENTE!
FEMINISTAS SÃO GENTE!
BOZOMÍNIONS SÃO GENTE!
ATEUS SÃO GENTE!
VEGANOS SÃO GENTE!
PROSTITUTAS SÃO GENTE!
EVANGÉLICOS SÃO GENTE!
FAVELADOS SÃO GENTE!
MILICIANOS SÃO GENTE!
PRESIDIÁRIOS SÃO GENTE!
PEDÓFILOS SÃO GENTE!
JORNALISTAS SÃO GENTE!
MILIONÁRIOS SÃO GENTE!
HOMENS SÃO GENTE!
ATORES SÃO GENTE!
HOMOSSEXUAIS SÃO GENTE!
HOMOFÓBICOS SÃO GENTE!
BANQUEIROS SÃO GENTE!
TRAVESTIS SÃO GENTE!
PADRES PEDÓFILOS SÃO GENTE!
MINISTROS DO BOZOBOSTA SÃO GENTE!
NATURALISTAS SÃO GENTE!
PASTORES EXPLORADORES DA FÉ SÃO GENTE!
MORADORES DE RUA SÃO GENTE!
GOLPISTAS SÃO GENTE!
OS MEMBROS DA FAMILÍCIA SÃO GENTE!
PSICOPATAS ASSASSINOS SÃO GENTE!

Você pode acrescentar o grupo você quiser
Nessa lista só tem gente!
A diferença está no tipo de gente
Que forma cada um dos grupos
Tem grupo que é formado por pessoas
Que são vítimas
De grupos formados por pessoas
Que são agressores
Tem grupos formados por pessoas desprezadas
Por grupos de pessoas desprezíveis
Tem grupos de pessoas comuns
Que são estigmatizadas
Por grupos de pessoas nojentas
Mas todos são grupos de pessoas!
Todos mesmo!
Às vezes pessoas da pior espécie
Às vezes pessoas comuns
Às vezes pessoas com pelo menos
Uma qualidade fantástica em comum
Mas sempre e sempre pessoas!
Sempre e sempre gente!
Eu gostaria muito
Que gente parasse de dizer
Que gente não é gente

15 de fevereiro de 2020

VIDA APÓS A VIDA, QUE MERDA É ESSA?




Ando pensando já faz algum tempo em como seria terrível se de verdade acontecesse o que muitas pessoas afirmam sobre existir vida após a morte. Imagina a cena: Você morre e tem alguém lá do outro lado te esperando, depois chegarão outros e você vai se encontrar com todas as pessoas com quem conviveu e teve laços de amizade, amor, parentesco enquanto estava vivendo essa vidinha besta aqui na terra.

Acontece que, pelo que eu entendi, se é que entendi alguma coisa dessa ideia de vida após a morte, do outro lado você é um espírito de luz, você se livrou do seu corpo e, junto com ele se livrou também de uma porção de coisas negativas que são inerentes à raça humana. Você está num degrau acima para se tornar um espírito puro, você está evoluindo, é um candidato a alguma coisa de suprema-pureza que eu confesso não conseguir fazer muito bem a ideia do que seja. Mas, enfim, você está lá, com seu pai, sua mãe, seu primeiro namorado, seus filhos, seu marido, todas as suas melhores amigas desde aquela da escola primária até as do asilo, e todos são espíritos de luz candidatos a se tornarem um superespírito puro, seja lá o que isso for. Rapazes! Por favor, pensem nesses parentescos e relacionamentos que citei acima masculinizando ou feminizando as pessoas de acordo com o que se adequar mais ao que foi (ou terá sido quando isso acontecer) a sua vida.

Imagino que, nessas condições não possa haver mentiras, meias-verdades, disfarces, segredos; e mais, imagino que o segredo seu que todos saberão não é aquele que você contaria e do jeito que você contaria, é todo e qualquer segredo; seus atos e pensamentos mais profundos. Todos vão saber as condições, o momento e o que você pensou e sentiu em cada situação da sua vida, tudo o que você guarda só pra você e que não diria nem sob tortura a nenhum ser humano do planeta. Ou será que você não tem nada disso? Nada mesmo? Nenhum pensamentozinho insidioso num momento de fraqueza? Nenhum “Foda-se, ninguém tá vendo mesmo!” naquele dia em que você estava sozinha em casa ou trancada no banheiro? Nunca se arrependeu de algo que sentiu e depois jogou aquilo debaixo do tapete que não deve jamais ser levantado?

Não vou fazer uma lista de possibilidades aqui porque não quero constranger você e porque não quero me entregar que também sou humana, mas acho que ninguém escapa dessa; e isso não é verdade só para nós, mulheres. Pensem comigo, garotos: nada a esconder?

Das duas uma: ou eu sou uma anomalia, uma “freak”, uma aberração da natureza, ou todos nós temos os nossos segredinhos inconfessáveis por menos danosos que sejam. Acho que a segunda opção é a verdadeira, mas você pode tentar me desmentir se quiser.

Podemos ser boas pessoas, respeitar e valorizar os amigos, a família, a sociedade, as leis; podemos ter passado pela vida sem cometer nenhum crime, sem nunca prejudicar propositadamente qualquer pessoa... Mesmo assim não sairíamos por aí dizendo tudo, tim-tim-por-tim-tim, o que fizemos, pensamos e sentimos em todos os momentos da nossa vida.

Como aceitaríamos fazer isso depois de mortos e para todas as pessoas que tiveram alguma importância para nós? E ainda com a possibilidade de que isso aconteça assim, diante de todas as pessoas e ao mesmo tempo... Por favor, escondam minha cara! Acho que se pensar por esse lado a tal vida depois da morte perde muitíssimos do seu charme, não perde não?

Mas, pensando e “caraminholando” sobre o assunto, eu quis nos livrar disso e tentei encontrar uma saída: E se a gente não precisar ser transparente para todo mundo do lado de lá? Podemos restringir essa abertura plena e irrestrita da nossa pessoa a um único ser, por exemplo um outro espírito, mais evoluído que nós e que estaria, nesse caso, como uma espécie de orientador da nossa "caminhada evolutiva".

Ou, se você é religioso e prefere ele, então que esse ser mais evoluído seja Jesus, o espírito mais evoluído de todos os espíritos evoluídos que possam existir (é o que dizem...). Então tá! só ele vai saber todos os seus segredinhos sujos. Ainda assim ficou um sentimentozinho de “sem-graça” não ficou mesmo? Em mim ficou, eu juro. E olha que nem acredito nesses espíritos evoluídos todos!

Mas quer ser mais restrito ainda? Tá bom: vamos supor então que seja deus, que exista deus e só ele tenha pleno conhecimento da sua personalidade na íntegra. Será que agora dá pra encarar uma vida depois da morte e, mais ainda, uma vida depois do esclarecimento total e completo de que alguém além de você sabe TUDO?

Bem, não posso falar por você nem por ninguém, mas garanto que a correr esse risco eu prefiro que não exista vida nenhuma depois da morte... E mais: se puder escolher abro mão, por melhor que seja e sem pensar duas vezes, de qualquer possibilidade de vida após a morte para poder conservar e levar comigo (e só comigo!) para o nada, a minha privacidade.

2 de fevereiro de 2020

TIRAR OS OLHOS DO PRÓPRIO UMBIGO FAZ COM QUE A GENTE SE TORNE MUITO CHATA. EU SOU MUITO CHATA!


Sempre digo que a velhice é uma merda. Uso essa frase desde que tinha uns 20 anos porque, mesmo sendo jovem, comecei a olhar à minha volta e ver como as pessoas sofrem quando os anos começam a pesar. Nunca tive como parâmetro para dizer "A velhice é uma merda" apenas a mim, ao contrário do que pensam muitas pessoas que me ouvem ou leem quando falo ou escrevo isso agora que estou velha. Sou uma velha privilegiada porque tenho um companheiro que escolhi e continuo escolhendo a cada dia e uma vida classe média sem grandes dificuldades, então, embora não viva no paraíso (como ninguém vive) e tenha sim muitos problemas relacionados à idade, não são tantos quanto os que muitos outros velhos têm, continuo dizendo que a velhice é uma merda e continuo não falando apenas do meu umbigo. O que confirma que não estou errada são os relatos e observações de experiências extremamente comuns que tenho observado desde sempre, são histórias que mostram as muitas dificuldades e tristezas da velhice.

Como respostas discordantes o que mais vejo são relatos das poucas exceções dentre todas as velhices que observo. Exceções que são propagadas como se fossem a regra ou uma possibilidade indubitavelmente acessível a todos os que disserem “Quero ser um velho “porreta” e ativo”, é como se todos os velhos que sofrem tivessem simplesmente esquecido de desejar uma velhice digna. Muitas vezes os “exemplos louváveis” são apenas fases de antes da destruição, às vezes não demora muito tempo para que a mesma pessoa que louvava aquele exemplo que “eu tenho na minha própria família” comece a reclamar do quanto é estressante cuidar daquele velho ou velha. Alguns argumentos só mostram aspectos pontuais do tipo em que a pessoa está velha e usa bengala e fraldão, mas “é lúcida e ainda dá conselhos” ou a pessoa está sozinha, a família só a visita nos dias festivos, mas “Veja só, ela está sempre sorrindo e prepara almoços e jantares para todos!”.

Uma vez conheci uma senhora em uma viagem daquelas de excursão em ônibus fretado em que as pessoas compram a passagem e têm até um guia para falar sobre as maravilhas do lugar. Nesse tipo de viagem a gente vai com pessoas estranhas e, depois de passar muitas horas e até vários dias com elas, acaba criando uma amizade linda que “certamente será mantida”, mas que termina quando o ônibus nos coloca de volta no ponto de partida. Tinha mais gente idosa nesse ônibus, mas essa senhora se destacou pela alegria, pela simpatia, pelo otimismo, pela disposição e, coisa linda, pelo colorido das roupas (adoro cores!). Eu, que ainda não era velha, até pensei que seria legal ser uma velha como aquela e acho que todos pensaram, alguns chegaram a dizer isso.

Pois bem, em uma parada nos sentamos para esperar outros que ainda estavam passando pelo caminho divertido pelo qual todos passavam e eu me sentei ao lado dela em um dos bancos de uma praça, estávamos nós duas um tanto afastada e ela lamentou que o passeio estava chegando ao fim e começou a contar o quanto seria triste voltar ao normal e o quanto era triste o normal da vida dela. Juro que ela me disse tudo isso sem que, em nenhum momento, eu tivesse expressado minha opinião sobre a velhice, preciso destacar que diante de tanta simpatia e em um ambiente daquele tipo que se criou no ônibus inteiro eu jamais teria coragem de fazer isso. Sou chata, pessimista e rabugenta, mas não sou insensível!

Ou seja, sem que eu sequer tivesse pensado a respeito, aquela senhora me provou, de novo, que a velhice é realmente uma merda e que dizer isso não é pessimismo e sim falar da realidade; e ela foi apenas uma das pessoas que provaram para mim mesma que estou certa. Talvez seja porque passei a infância morando perto de um asilo de idosos e lá tinha um enorme pé de caqui, então comecei a ir com frequência até lá, primeiro para pegar caqui e mais tarde apenas para visitar os velhinhos que ficavam tão felizes quando a gente chegava! Talvez por isso adquiri o hábito de reparar (mesmo!) nas pessoas velhas e no que as pessoas não velhas dizem a respeito delas. Não foi uma escolha consciente, foi sem querer e sem planejar, eu apenas comecei a ver e ouvir... e pensar. Dá pra ficar bem chata vendo e ouvindo assim.

Já me disseram que com esse pensamento eu deveria ter me matado, mas não o fiz nem o farei porque encontrei uma solução e essa solução é apenas aproveitar o que sobra da juventude dentro da velhice o melhor que puder e aceitar que não posso evitar as dificuldades da mesma forma que não pude evitar tantas outras coisas que já me aconteceram, como nascer pobre por exemplo. Mas aceitar o que não posso evitar, para mim, ao contrário do que querem as pessoas que me aconselham a parar de reclamar da velhice e aceitar o que não posso evitar, não significa dizer para as pessoas e para mim mesma que o ruim é bom. Isso é paradoxal e burro; não é aceitar é mentir! Então não aceito as mentiras dos que dizem que "Não é bem assim" e as frases feitas do tipo "A velhice está no espírito". Está no espírito o cacete, está bem aqui no meu corpo e no corpo de cada pessoa que deixou de ser jovem!

Aproveito tudo o que ainda tenho, sorrio sempre e o máximo que posso, fico viva e VIVA da melhor forma e não tenho pressa de morrer - acho que era isso que aquela senhora da excursão estava fazendo - mas que ninguém venha com conversa de "Melhor idade" pra cima de mim que mando pra pqp! Sou uma velhinha fdp de teimosa!