Eu acho que tem vários pontos a
serem considerados nesse tema; um, que talvez seja o principal, é que não há
“deve” ou “não deve”. O que vai ser feito e como deve ser feito tem que ser
decisão de cada indivíduo e de cada casal dentro das suas possibilidades tanto
financeiras quanto psicológicas. A mulher deve ficar em casa cuidando
dos filhos em lugar de trabalhar SE ela decidir que é isso que ela quer
e SE a condição financeira do casal permitir. A mulher deve sair
e trabalhar fora, buscando sua realização profissional, SE ela decidir
que é isso que ela quer ou SE o casal concluir que isso é necessário
para que tenham uma vida financeira mais adequada. Nesse sentido cada mulher
decide por si e não há obrigação de que "as mulheres" façam
isso ou aquilo.
O outro ponto importante na minha
opinião – e que não deveria ser algo assim tão raro em nossa sociedade – é que
tudo que falei aí em cima sobre a mulher deveria valer igualmente para o homem.
Por que o homem não pode decidir que quer ficar em casa cuidando dos filhos
enquanto a mulher trabalha fora SE o casal puder arcar financeiramente
com essa decisão?
Agora, se os dois decidirem
trabalhar fora, ou porque financeiramente não é possível abrir mão do salário
de um deles ou porque ambos preferem trabalhar fora e buscar sua realização
profissional, acho que a única coisa que ambos TÊM que fazer é atentar
para dois detalhes importantes: primeiro o homem não pode AJUDAR nas
tarefas domésticas e nos cuidados com os filhos, ele tem que DIVIDIR
essa responsabilidade com a mulher, igualmente. Nenhum pode ser sobrecarregado,
nem porque "é trabalho de mulher" nem porque "o homem
é biologicamente mais (ou menos) apto para isso". E segundo, mas ainda
mais importante, os dois TÊM que transformar o MENOS TEMPO em MAIS
QUALIDADE no que diz respeito à dedicação que dão à formação e educação dos
filhos.
E mais qualidade não é sinônimo
de escolas mais caras, é sinônimo de mais atenção, de abrir mão de ficar com a
cara enfiada no computador, no Iphone ou na telinha da plimplim para FALAR
com seus filhos, para OUVIR seus filhos, para CONVIVER com seus
filhos, para CONHECER seus filhos, para aprender a RESPEITAR seus
filhos como indivíduos.
Infelizmente tem muita mãe que passa
o dia todo em casa e dá mais atenção para o piso da cozinha do que para o
filho; e tem muito pai que só tem o fim de semana para conviver com os filhos
mas prefere passar esse tempo ignorando o fato de que eles são pessoas; só o
que fazem é criticar e dar ordens como se filhos fossem apenas animaizinhos que
precisam ser adestrados.