29 de fevereiro de 2020

ACHISMO


Embora muita gente me critique quase sempre que o faço, não tenho nenhum problema em dizer "Eu acho". É muito comum pessoas “ganharem” debates comigo fazendo ironia, apontando minha ignorância e dizendo que não é possível debater porque “só sei usar de achismos”. Fico me perguntando qual parte do que essa pessoa está usando como argumento não é achismo.
São poucas as coisas que posso verificar com meus parcos cinco sentidos. São poucas as coisas que o ser humano pode afirmar com plena certeza, mesmo depois de verificar com seus parcos cinco sentidos, e com a ajuda dos instrumentos que os ampliam. Cientistas são bons em explicar a maravilha da dúvida e da incerteza!
Ainda que tenha lido notícias, artigos e livros sobre provas dadas por cientistas que verificaram, eu não verifiquei. Ainda que tenha lido notícias, artigos e livros sobre os argumentos dados por pensadores que demonstraram, eu não demonstrei. E principalmente, por mais profunda que tenha sido a minha pesquisa (ou a sua), será que a seleção dos pensadores estudados, dos cientistas pesquisados, dos livros lidos, não seria fundamentada “apenas” no meu “achismo”? Você já perguntou isso sobre suas certezas? Quanto a mim, muitas vezes quase chego a concordar com aqueles que dizem que não posso sequer saber se a verdade existe, mas aí eu acho...
O que estou dizendo é que não adianta vir com esse nariz empinado para o meu lado. Sobre quase todos os assuntos, nada tenho a oferecer além do meu honesto "Eu acho". E, se fossem honestos, os “vencedores” dos debates que tentam me humilhar usando o argumento de que tudo que eu digo é achismo deveriam tentar perceber o quanto há de achismo em seus próprios argumentos.
Então, depois de pensar muito sobre muitas coisas (muitas mesmo!) concluí que euzinha não posso saber a verdade sobre praticamente nada, mas posso (com certeza posso!) pensar a respeito de vários assuntos e chegar às minhas conclusões. Você pode criticar conclusões que tenham sido, como diz o Pirula, “tiradas da bunda” e apresentadas como fato - vou concordar com você e apoiar sua crítica - mas não se atreva a tirar de mim (ou de quem quer eu seja) o direito de “achar”!

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