27 de janeiro de 2023

COMO MEU ATEÍSMO VÊ A MORTE



Lembro que já fiquei tocada vendo o consolo que a religião dá às pessoas que perdem um ente querido, lembro que cheguei a lamentar não ter esse consolo. Tem coisas que a crença proporciona à pessoa que crê mas estão vedadas às pessoas ateia, e não há nada que possamos fazer porque ateísmo não é escolha, ao contrário do que a maioria das pessoas não ateias pensam.
Para mim, e com relação à perda de alguém e à minha própria morte, o consolo veio quando fui fazer uma endoscopia. 
A médica estava falando comigo e, no que para mim foi o meio de uma frase, ela disse que eu podia me levantar porque o procedimento já tinha terminado.
Foi uma descoberta incrível, quase não consegui pensar sem dizer o que estava pensando e sorrir abraçando a médica: "Então morrer é isso!".
Me dei conta de que durante o tempo que durou a endoscopia eu estive morta, eu não existi, não tive consciência, dor, anseio, dúvidas, tristeza... NADA, absolutamente nada! E soube que se algo assim durar para sempre será maravilhoso! Mil vezes melhor do que qualquer promessa ou ameaça de qualquer religião!
A partir desse dia sinto sim a perda, mas sinto que tenho um consolo maior do que o de qualquer pessoa religiosa.
Tenho o consolo de saber que aquela pessoa querida não vai sofrer nunca mais.
Pensar dessa forma pode não funcionar para todo mundo, mas para mim funcionou bem demais!

3 de janeiro de 2023

DEPOIS DA FESTA



Acho que depois da festa
Vitória na eleição e posse
É hora de começar a questionar
E raciocinar
E olhar
E sentir
E concluir
E principalmente
Retomar a luta
Porque depois de analisar
A única conclusão possível
É que o paraíso propagado durante a festa
Não chegou não
Nem vai chegar
Se pararmos na comemoração
Depois da festa
A luta precisa continuar
Até quando?
Não faço a menor ideia.

2 de janeiro de 2023

COISAS QUE NÃO FAZEM SENTIDO EM DARK



(Isso não é um discurso de hate!)

Eu adoro histórias de ficção, principalmente quando envolvem viagem no tempo. Vi as três temporadas de Dark duas vezes e gostei muito. Mesmo!
Mas não posso deixar de apontar que algumas coisas que são recorrentes na série, para mim, chegam a ser irritantes.
Na verdade a maioria dessas coisas são até comuns em filmes, séries e livros cuja temática envolva algum nível de suspense, mas não deixo de me perguntar se não haveria maneiras menos artificiais de fazer isso.
Ou talvez elas não sejam tão inverossímeis quanto eu penso que são... será?
Porque o comportamento de muitas personagens me parece estranho e artificial demais, em muitos momentos, daí eu digo a mim mesma: “Quem se comportaria dessa forma nessa situação?” e a minha tendência é achar que ninguém agiria da forma que aquela personagem agiu. Será que estou enganada?
Vou tentar ser um pouco mais específica:
Quem tem o hábito de parar, imóvel feito uma estátua “abobada”, em lugar de responder ou exigir resposta em momentos de tensão ou de muito estranhamento? Isso acontece diversas vezes ao longo das três temporadas, e parece que tal comportamento vai se tornando mais inverossímil quanto mais a série avança.
Para citar um dentre muitos exemplos, todas as Martas e todos os Jonas se comportam assim, tanto com seu EU de outra época quanto ela com ele e ele com ela. Ficam um tempão olhando para a cara da outra pessoa (ela mesma ou não) e depois, mais de uma vez, simplesmente fazem o que a pessoa pediu sem ter explicado por quê.
Como eu disse, é só um exemplo. Porque esse comportamento estranho não se limita às personagens Jonas e Marta; acontece com praticamente todas as personagens, acontece até mesmo com grupos de personagens!
E eu pergunto: Quem obedece a uma pessoa só porque ela diz algo do tipo “Vem comigo!” ou “Você não tem escolha”?
Para piorar, quando a personagem recebe uma explicação, na imensa maioria das vezes (se não em todas), essa explicação é insuficiente, duvidosa, inconclusa, ilógica e muitas vezes leva a atitudes perigosas ou assassinas.
Daí, a pessoa simplesmente OBEDECE! Por quê?
Duvido muito que eu tivesse um comportamento sequer parecido com esse. Você teria?