27 de maio de 2021

SOBRE AS GUERRAS



Bem, eu não entendo nada dessas guerras porque quanto mais me explicam mais confuso parece. Como não gosto de generalizar nem de defender assassinatos e como já ando deprê demais com as merdas que estão rolando aqui, fico calada e sem conseguir tomar posição que não seja contra os dois lados e mais os lados (países) que escolhem ajudar um dos dois lados para faturar uma grana enquanto posam de bonzinhos.
Vejo mães chorando com o cadáver criança no colo e vejo crianças chorando feridas e mutiladas...
Leio Guerra e Paz e me arrepio, vejo cenas da Primeira Guerra e desmonto...
Leio O menino do pijama listado e choro, vejo um programa sobre guerras em África ou sobre o genocídio armênio e meu coração "pula" alguns tuns...
Vejo cenas de brigas com armas de fogo contra pedras e me dá arrepios, aí vejo a série Califado na Netflix e saio tremendo...
Quando penso nisso tudo, chego a sentir raiva e "botar a culpa" até nas pessoas cristãs que vêm defender a existência de um deus de bondade que teria criado esse mundo e tentar me convencer de que má, intolerante e burra sou eu, que digo que odiaria o deus delas caso esse deus existisse.
É complicado, e a gente fica meio insana quando exposta a tanto absurdo ao mesmo tempo, acho.

23 de maio de 2021

QUANDO VI JESUS



Quando criança eu não tive uma experiência com Jesus!
Embora tenha acreditado nisso durante muito tempo
O que aconteceu foi que eu estava me sentindo mal
Provavelmente tinha comido alguma coisa que não bateu bem
Minha mãe me deu um chá amargo
Me deixou deitar na cama dela
Bem na minha frente tinha um quadro
Com aquela imagem do Jesus europeizado
Loiro de olhos azuis
Com um ramo de um tipo de mato na mão
Então eu dormi e sonhei
O Jesus do quadro me benzia com aquele ramo
Do jeitinho que a Dona Dilina benzia a gente
Com um ramo de arruda
Enquanto eu dormia e sonhava
O remédio fez efeito e acordei bem
Coloquei no meu sonho o europeu do quadro
O jeito de benzer da Dona Dilina
Que era um “método de cura” que conhecia
Eu era uma criança
Acreditava no que minha mãe dizia
Já tinha sido benzida
Visto a Dona Dilina benzer meus irmãos
Daquele jeito
E lembro que a expressão “Jesus vai te curar!”
Era muito usada pela minha mãe
É tão simples!
Eu só coloquei a afirmação da minha mãe no sonho
Usando os elementos que tinha
Navalha de Occan!

20 de maio de 2021

PEDIDO ÀS PESSOAS RELIGIOSAS



Por favor
Pare de dizer que ateísmo é crença!
Se você tomar a palavra "crença" e seus significados
Verá que sim
Ela pode ser usada fora da questão religiosa
As pessoas creem que o sol vai nascer amanhã
As pessoas tiram extrato no banco
E creem que o dinheiro delas está lá
As pessoas creem que existiram pessoas
Que foram pais dos pais dos seus avós
Embora a maioria não tenha conhecido essas pessoas
Veja que
Se analisar a maneira com que usamos a palavra
Ela tem quase sempre
Sentido afirmativo e não negativo
De ninguém que nega alguma crença
Se diz que ela crê
A expressão "Não acredito!"
É corriqueira na linguagem do dia a dia
Da criança que cresceu
Não se diz que passou a acreditar
Que Papai Noel não existe
Diz-se que ela deixou de acreditar em Papai Noel
Por que com o ateísmo tem que ser diferente?
Quando o tema é religião
O verbo "crer" se torna sinônimo de ter fé
Portanto
Ele deixa de ser válido para pessoas ateias
Porque as pessoas ateias não têm fé
Fé é crer sem provas
Pessoas ateias acreditariam
Se existisse alguma prova ou evidência
Não teriam fé
Apenas acreditariam
Então
Faça um favor enorme para qualquer conversa
Demonstre respeito pelas pessoas
PARE de dizer que pessoas ateias creem!
Pense que esse é o correto a pensar
Quando se está falando em religião e deus:
NEGAÇÃO DE CRENÇA NÃO É CRENÇA!

16 de maio de 2021

JESUS PRA MIM



Passei a infância ouvindo minha mãe contar que só eu da família tenho Jesus no meu nome porque Jesus é meu padrinho de representação.
E ela contava suas histórias e falava do quanto Jesus é maravilhoso e de como e por que ela o escolheu como meu padrinho.
Eu ficava deslumbrada com aquele padrinho tão especial que estava no meu nome, cheguei a vê-lo uma vez e ele "me curou" quando eu estava doente porque apareceu no meu sonho, me benzeu e brincou comigo.
Mas quando, aos 14 anos, fui ler a bíblia para conhecer melhor e ver mais ainda do quanto meu padrinho é especial, fiquei MUITO decepcionada.
Jesus trata mal a própria mãe!
Esse foi o fato que mais me chocou e que me levou a reparar nos outros e a deixar de considerar Jesus como meu padrinho e, principalmente, de me sentir especial por isso.
Demorei muitos anos para me descobrir atéia, anos nos quais li muitos livros, pensei muito, conversei com muita gente e li a bíblia mais uma vez, aos 30.
Mas bastou uma leitura para descartar a bíblia como livro sagrado, o deus que aparece nela como existente e Jesus como uma pessoa melhor do que todas as outras.

13 de maio de 2021

EMPREENDEDORISMO



Compartilharam (de Lucas Mendes) em um grupo do Face a postagem de um texto que diz:

“Por favor, não romantizem a miséria. Uma mãe que vende bolo de pote de porta em porta não é uma “empreendedora” ou uma “guerreira”, ela é uma pessoa desesperada que pode estar passando fome em casa. Pode apostar que ela preferiria um emprego estável e com garantias.”

Eu curti o texto porque li “bolo de pote” e “uma mãe” como exemplos, entre muitos outros que poderiam ter sido colocados no texto, de pessoas e atividades que estamos acostumadas a ver na internet e na grande mídia sendo tratados como empreendedorismo quando na verdade não passam das opções (desesperadas sim!) que restaram a muitas pessoas, para sobreviver nessa crise de desemprego e perda de direitos que estamos vivendo.
Mas, em seguida, li nos comentários muita gente discordando e criticando o texto com o argumento de que nem toda mulher que vende bolo de pote está desesperada e tem algumas que estão mais satisfeitas assim do que no trabalho regular que tinham antes. Outras pessoas defendem que as mulheres que vendem bolo de pote são empreendedoras sim porque não se deixaram abater e foram à luta.
Enquanto lia os comentários, lembrei de ter visto mais de uma vez, na internet e em jornais e programas de televisão, casos de mulheres que começaram a vender coisas que fabricavam em casa (bolo de pote, outros tipos de doces, refeições, artesanato, etc.) e acabaram se tornando empresárias de sucesso e até gerando empregos.
Mas sou obrigada a concordar com os argumentos porque me dei conta de que li o que não estava escrito, apenas subentendido, pelo menos para mim.
Então sim! É verdade que nem todas as mães que vendem bolo de pote estão desesperadas ou passando fome!
Acontece que se existissem empregos, condições de trabalho melhores, salários decentes, direitos e justiça trabalhistas adequados, apenas as pessoas (não só mulheres) que escolhessem e quisessem venderiam bolo de pote.
Ninguém faria “empreendedorismo” por necessidade, e consequentemente, a concorrência para as pessoas empreendedoras de verdade seria bem menor.
Então, a meu ver, o errado NÃO é ter mães vendendo bolo de pote, o errado é ter advogadas que têm verdadeira vocação pelo direito (é só um exemplo entre muitos) que vendem bolo de pote porque não conseguem sobreviver na profissão que amam.