(Resposta a um texto que circulou na Internet)
A filha de Billy Graham [pastor evangélico] estava sendo
entrevistada no Early Show, nos EUA, quando a apresentadora Jane Clayson
lhe perguntou: – Como é que Deus permitiu que algo horroroso como este dia
11 de setembro acontecesse nos Estados Unidos? Anne Graham deu uma resposta
extremamente estúpida que muitos sites religiosos estão classificando como
“profunda e sábia” sem nenhuma razão plausível.
Anne Graham: Eu creio
que tudo começou desde que Madeline Murray O'hare (que foi assassinada), se
queixou de que era impróprio se fazer oração nas escolas Americanas como se
fazia tradicionalmente, e nós concordamos com a sua opinião.
Divina: Aqui no Brasil, o índice de violência nas
escolas e nas ruas nunca foi tão grande e, no entanto, temos até mesmo a
disciplina Ensino Religioso nas escolas públicas do Rio de Janeiro (Que é um
dos Estado onde a violência é maior). E desde quando o fato da mulher citada no
texto ter sido assassinada é relevante? Ela não teria sido assassinada
justamente por ter dito isso, e o assassino não seria justamente um adepto do “deus de amor” que esse texto defende?
Milhões de pessoas já morreram assassinadas sem que tenham falado ou agido
contra a religião. Ah, sim. E antes da mulher ter dito isso não existiam
horrores no mundo? No tempo em que se fazia orações nas escolas os Estados
Unidos eram um paraíso? Ficam claras demais as falácias dessas argumentações!
Anne Graham: Depois
disso, alguém disse que seria melhor também não ler mais a Bíblia nas
escolas...
Divina: Se é para ser justo, deve-se ler nas escolas,
além da bíblia, o corão, a torah, os textos sagrados do hinduísmo, o Tao te Ching (livro sagrado do taoísmo) e todo e qualquer outro texto de toda
e qualquer religião. Ao Invés disso, esquecendo totalmente qualquer tipo de
tolerância, apenas as citações da bíblia são comuns nas aulas de ensino
religioso das escolas do Rio de Janeiro. Acho que os alunos deveriam estudar
mais, nas aulas de história, as mortes que as leituras da bíblia já provocaram
no mundo.
Anne Graham: A Bíblia
que nos ensina que não devemos matar, roubar e devemos amar o nosso próximo
como a nós mesmos.
Divina: Mas a bíblia ensina também a ser intolerante,
a matar, a ter preconceito, a discriminar a mulher, a desprezar todos os que
são diferentes, a gostar de violência, de morte e de sangue...
Anne Graham: Logo depois
o Dr. Benjamin Spock disse que não deveríamos bater em nossos filhos.
Divina: Bater em filhos nunca foi e nunca será uma
boa forma de educação. Se você tratar seu filho com amor, respeito e atenção;
se você o ensinar com carinho, exemplo e prática, e não apenas com palavras
vazias, broncas e gritos, você certamente não precisará espancá-lo; talvez (um
talvez bem grande, na minha opinião) precise, no máximo, de uma palmadinha em
situação mais crítica, dificilmente mais do que isso. E, ao contrário, se você
não der amor, respeito, atenção, exemplos, por mais que o espanque não terá
educado uma boa pessoa. Trate seu filho como um ser humano que é nisso mesmo
que ele se transformará, trate-o como animal e é também o que ele poderá se
tornar.
Anne Graham: Depois
alguém disse que os professores e diretores das escolas não deveriam
disciplinar nossos filhos quando se comportassem mal.
Divina: Se a criança tem uma boa educação em casa,
nenhum professor vai querer tocar nessa criança a não ser para abraçá-la,
cumprimentá-la ou fazer carinho como se faz carinho em um filho, a não ser que
esse professor seja um sádico e não tenha a mínima ideia do que é educação.
Além disso, parece que a autora do texto confunde disciplinar com espancar.
Tenho pena dos filhos dela, se ela os tiver.
Anne Graham: Aí, alguém
sugeriu que deveríamos deixar que nossas filhas fizessem aborto, se elas assim
o quisessem.
Divina: Se educarmos nossos filhos com amor e
respeito, esclarecermos suas dúvidas e os orientarmos sem preconceito e falsa
moral, eles terão mais chances de saber evitar que uma garota fique em situação
difícil por irresponsabilidade sua; e nossas filhas possivelmente não
precisarão fazer aborto, mesmo que possam, porque terão responsabilidade e
saberão evitar uma gravidez fora de hora. Se uma adolescente engravidar, o fato
de ser amada, orientada e bem informada, fará com que ela certamente tenha
melhor condição de decidir seu futuro. Ao contrário daquela que recebeu dos
pais apenas repressão e que agora está sendo tratada como uma pecadora, digna
apenas de desprezo e crítica. A chance de a segunda fazer um aborto clandestino
e morrer por causa disso é bem maior do que a primeira.
Anne Graham: Então foi
dito que deveríamos dar aos nossos filhos tantas camisinhas, quantas eles
quisessem para que eles pudessem se divertir à vontade.
Divina: Não devemos “dar camisinhas a nossos filhos para que eles se divirtam à vontade”;
devemos dar camisinhas a nossos filhos para que eles cuidem de sua saúde e da
saúde das pessoas com quem se relacionarem. Foi isso que se disse, esse “se divertirem à vontade” é uma expressão
falaciosa cunhada por uma mente maldosa.
Anne Graham: Então
alguém sugeriu que imprimíssemos revistas com fotografias de mulheres nuas, e
disséssemos que isto é uma coisa sadia e uma apreciação natural do corpo
feminino.
Divina: Não precisamos expor a nudez e o sexo a
nossos filhos, eles os encontrarão por conta própria, estando ou não expostos,
assim como faziam nossos pais e avós, ou será que ninguém sabe do sucesso que
faziam os “catecismos” de
antigamente? Não é preciso ser religioso, e muito menos ficar abanando uma
bíblia na cara de todo mundo, para ser contra o excesso de exposição do corpo e
do sexo, mas é preciso ser honesto para ver as coisas de forma realista.
Anne Graham: Depois uma
outra pessoa levou isso um passo mais adiante e publicou fotos de Crianças nuas
e foi mais além ainda, colocando-as à disposição da internet. E nós dissemos:
"Está bem, isto é democracia, e eles
têm o direito de ter liberdade de se expressar e fazer isso".
Divina: Que eu saiba só doentes fazem isso e só
loucos aprovam. Outra conclusão falaciosa de uma mente maldosa e pequena...
Anne Graham: “Senhor, porque não salvaste aquela criança
na escola?" A resposta dele:
"Querida criança, não me deixam entrar nas escolas!!!"
Divina: E por que não salva as milhares de crianças
que sofrem maus tratos e violência fora das escolas, inclusive dentro das igrejas?
Se fosse mesmo verdade o que os religiosos afirmam o tempo todo: “Jesus te ama”, “Deus é bom”, “Jesus disse:
Vinde a mim as criancinhas”, e outras coisas do tipo; se deus soubesse,
pelo menos, reconhecer que crianças são inocentes e não têm que ser castigadas
por atitudes de adultos; ele entraria sim nas escolas sem que fosse preciso
ficar rezando e citando trechos da bíblia, estaria lá porque “está em todos os lugares”, não é isso
que dizem dele?
Anne Graham: É triste
como as pessoas simplesmente culpam a Deus e não entendem por que o mundo está
indo a passos largos para o inferno.
Divina: Acho triste é que nos culpem por tudo quando
algumas aberrações que acontecem não são em absoluto culpa nossa! E mesmo que
fosse nossa culpa: que raio de deus justo é esse que se vinga nas criancinhas?
Anne Graham: É triste
como cremos em tudo que os Jornais e a TV dizem, mas duvidamos do que a Bíblia,
ou do que a sua religião, que você diz que segue, ensina.
Divina: Duvido sim e não sigo nenhuma religião porque
todas estão cheias de abusos e absurdos, a história de todas elas é um livro
banhado em sangue, e ainda hoje é em nome da religião que se está matando e
torturando gente a toda hora em muitos lugares do mundo! E se fosse seguir a
bíblia como o texto sugere, a raça humana ainda estaria vivendo os negros
tempos da Idade Média e queimando gente na fogueira, gente como eu por exemplo.
Anne Graham: É triste
como alguém diz: "Eu creio em
Deus". Mas ainda assim segue a satanás, que, por sinal, também "Crê" em Deus.”
Divina: É com comentários desse tipo que muitos
religiosos ao longo da história e ainda hoje justificam assassinatos e
genocídios, lembra da aberração chamada Inquisição? De todas as pessoas que
torturavam e queimavam os “santos homens”
diziam que o faziam porque essas pessoas estavam seguindo satanás. Se satanás
existisse teria adorado isso!
Anne Graham: Quando
tentamos enviar algum e-mail falando de Deus, as pessoas têm medo de
compartilhar e reenviá-lo a outros!
Divina: Penso meio que o contrário: Muitos passam a
vida tentando ganhar adeptos para as religiões de plantão e não ouvem, não
pensam, não toleram de forma alguma quem tem opinião diferente: Por mais que a
pessoa seja ética e decente em sua vida e seus pensamentos, se ousa contrariar
essas ideias pré-concebidas, sempre dizem que está falando em nome de satanás.
Compartilham sim e lotam as caixas postais da gente com babaquices religiosas
feito esse texto que estou comentando, mas duvido muito que façam o mesmo com
minhas críticas. Democracia nunca foi o forte da religião.
Anne Graham: É triste
ver como o material imoral, obsceno e vulgar corre livremente na internet, mas
uma discussão pública a respeito de Deus é suprimida rapidamente na escola e no
trabalho.
Divina: Pelo contrário, recebo zilhões de textos
religiosos e orações a propósito de tudo e sou cortada sempre que tento expor
minha opinião a respeito e iniciar uma discussão. Algumas escolas, que deveriam
ser laicas, estão cheias de mensagens e figuras religiosas por todos os lados,
e nelas é comum que se constranja as pessoas, alunos e professores, a rezarem,
no mínimo o “Padre Nosso”, em
qualquer cerimônia, isso quando não transformam eventos pedagógicos em
verdadeiros cultos religiosos. E fazem isso sem o mínimo respeito para com quem
não é cristão, tenha ou não outra religião. A minoria que suporte! Estou
falando com conhecimento de causa, já dei aulas em mais de uma escola assim e
nelas fui a minoria que tinha que suportar e que quando reclamava ouvia
argumentos do tipo “Mas a gente só reza o
‘pai nosso’ que serve para qualquer religião”.
Anne Graham: É triste
ver como as pessoas ficam inflamadas a respeito de Cristo no domingo, mas
depois se transformam em cristãos invisíveis pelo resto da semana.
Divina: Pelo contrário! Estão em todos os lugares:
nas ruas, na internet, nas estações de metrô e até nos campos de futebol!
Ninguém é obrigado a ser cristão, mas parece que tem muito cristão que
simplesmente não consegue entender isso. Fazem suas orações, pregam seus
sermões, enviam seus textos falaciosos, formam rodinhas gritando “em nome de Jesus” a plenos pulmões.
Transformam qualquer tipo de efeméride que reúna pessoas em um mesmo lugar em
culto ou missa, sem o mínimo de consideração pelos outros: reuniões
pedagógicas, festas, comunicados, apresentações culturais e até sessões e
assembleias públicas nas prefeituras, câmaras, congresso e senado. O máximo de
tolerância religiosa verdadeira que alguns conhecem é não rezar a “Ave Maria” em cerimônias públicas por
respeito aos evangélicos.
Anne Graham: Garanto que
Ele que enxerga tudo em nosso coração está torcendo para que você, no seu livre
arbítrio, envie estas palavras a outras pessoas.
Divina:
Como é possível alguém fazer uma garantia dessa? Como alguém pode ter a
pretensão de saber se e o que deus pensa, vê ou quer? É muita pretensão mesmo!
Anne Graham: Onde existe
Deus, SE existir fome, encontra-se o alimento; se existir dor, encontra-se o
remédio; se existir guerra, pode-se estabelecer a paz; se existir problemas,
haverá, também, as soluções; pode-se estar só, mas não há solidão. Onde Ele não
está, a fome mata, a dor enlouquece, a guerra dizima, os problemas são senhores
e a solidão é companheira, mesmo no meio da multidão.
Divina: Com tanta gente morrendo de fome, doença,
pobreza, frio, calor, guerras, desastres naturais e não-naturais, não consigo
acreditar nesse tal deus de bondade, é muita utopia pra mim! Mas, se ele
existisse, eu juraria que não está em lugar nenhum por aqui. Afinal, em todos
os lugares da terra, inclusive igrejas e templos, encontramos com a maior
facilidade esses horrores que o texto enumerou como existentes apenas na
ausência de deus. E de um deus que dizem ser onipresente! Haja contradição!
Anne Graham: Deus é o
único que sempre tem os braços abertos para nós, quando o procuramos,
arrependidos, independente do que tenhamos feito ao abandoná-lo e por quanto
tempo estivemos afastados.
Divina: Disso daí eu também não consigo ver muito
não. Essa semana mesmo um senhor que trabalha na escola onde dou aulas e que é
negro, humilde, pobre, sofrido, religioso, educado, gentil e bondoso ao
extremo, uma daquelas pessoas cuja convivência faz a gente acreditar mais na
beleza do ser humano; pois bem, esse senhor viu morrer seu filho de 15 anos. Um
menino que sempre foi bom filho e bom aluno, mas que teve um câncer na perna e,
embora tenha tido por mais de dois anos as orações, os desejos, os votos e tudo
o que poderia ter de seus pais e de todos nós, amigos, conhecidos, parentes e
colegas, não conseguiu evitar que o câncer se alastrasse até não ter mais
possibilidades de cura. Não consigo encontrar nesse senhor algo que o faça
merecedor de um castigo desse tamanho; e ele é só um exemplo entre milhões e
milhões. Aí me vem tentar convencer de que deus é bom, não falha, não nega o
pedido de quem o procura, e outras tantas mentiras do tipo? Desculpe, não sei
acreditar nisso! E não sei pelo simples motivo de que isso não faz nenhum
sentido.
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