4 de julho de 2022

CARTA NÚMERO DOIS



Brrr(eve) e Xxxxx (l) dor de cotovelo suburbana

Ainda não sei se vale a pena escrever para alguém que talvez não se veja mais, mas provavelmente vale sempre escrever sobre alguém que, de uma forma tanto inesperada como gostosa, deu-se a conhecer me (te) fazendo crer que afinal, pessoas agradáveis às quais é desnecessário agradar com palavras proporcionalmente vazias e convenientes, mas delicioso e convincente açúcar. Quem não gosta e não precisa?
O sábado, porra, logo você?! Me deixar com um fim de semana besta, me dispondo a transar o que aparecesse numa ereção gratuita sem tesão emocional, apenas descarga nervosa biológica.
Puxa vida, você me fodeu, quem diria?
Num saturday night fever (puta merda, como estou ultrapassado!) ou qualquer caca semelhante tão chata.
Nesses nossos dias onde se (te) me encontra e se tem prazer em tentar (me) te conhecer e você (eu?) não aparece, e combinamos e concordamos e nos preparamos, por quê?
Claro que minha (sentei no chão, a letra ficou estranha) preocupação é egoísta. Fiquei puto e minha súbita solidão a dois a dez a cem na ABC noite.
Mas, porra, quem seria diferente?
O fato é que tuas diferentes curvas de corpo e cuca, cobrinha, me enamoraram, feito uma cozinheira descobrindo novas receitas nos mesmos ingredientes, e quis, quero te provar, te misturar, me empanturrar de você até, talvez, enjoar ou me acostumar num afinal feijão com arroz que ninguém sente o gosto mas sente falta.
É isso, acho, mas quanta frescura! Ou pode não ser, que diferença faz?
A minha vontade, desfiada e trançada pra novamente te enlaçar, até quando?
Cacilda! Tô tesudo por mim mesmo!
Cansei
Dá um tempo
Vide
Verso
Tem outro treco pedestal. É o cacete, esse mesmo, quando você senta n’eu te fazendo sentir minha e eu me sentir teu.
Porra só me faltava essa, virei poeta! além de um tanto corneado procurando adivinhar, lembrando as vezes que nos vimos, um toque, um sinal de que eu te aborrecia a ponto de me deixar esperando atrasado, não te julgava capaz disso.
Podia ter vindo e falado, pois não?
Por isso, querendo entender quem sabe o óbvio, é que feito cavaleiro contemporâneo, atravesso com meu Corcel vales e montanhas até teu porão-castelo pra tentar te ver, te ouvir, te tocar a orelha, a boca, o pescoço, o seio, a vontade.
E porque quero que você queira, te convidar de novo a sair, a ver o Elomar esse fim de semana, lembra? Veremos?
Eu te espero hoje, quarta-feira, entre 7:30 e 8:00 no Vila Velha, vem...

PS1 – Desculpe o envelope. Era pra desbaratinar, espero que não tenham aberto antes de você.

PS2 – Outra coisa: precisando falar comigo, ligue XXX XXXX ramal XX – engenharia de xxxxxxxxxx – Xxxx,SA – Sto Xxxx. Xxxx (xxxxxxx).
Sou eu o “Alô?”

PS3 – O molhado no alto é suor de cerveja.

Chega. Até

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