27 de setembro de 2018

ME PERGUNTARAM QUE DISCIPLINA EU ACRESCENTARIA AO CURRÍCULO ESCOLAR


Na verdade, nem acho que falta alguma disciplina no currículo das escolas públicas, o que falta é mais planejamento do conteúdo das disciplinas que já estão no currículo. História, por exemplo, é uma matéria que deveria ter mais horas de aula, que seus conteúdos relacionassem o passado com o presente em cima de temas específicos como a história das religiões, das guerras, da mídia, da política, e suas consequências, destacando não apenas os benefícios e avanços, mas, talvez principalmente, os danos causados por essas criações humanas. Não sei se estou me expressando bem, não é a minha disciplina, mas acho que seria de grande importância que, MUITO mais do que contar o que aconteceu, a disciplina pudesse colocar aquele tema sempre em uma relação de tempo que o trouxesse do passado para o presente e trabalhasse outras questões relacionadas àquela passagem; questões filosóficas, geográficas, artísticas, éticas, etc.
Muito importante seria que NUNCA sequer se pensasse em aceitar a hipótese de eliminar disciplinas como filosofia e artes, mas, ao contrário, dar mais tempo e mais condições a esses profissionais de atuarem efetivamente e de forma mais autônoma levando seus conhecimentos para além das salas de aula e dos horários estipulados na grade.
E, para falar da minha disciplina, que os currículos se preocupassem menos com uma sequência de temas de gramática e mais, MUITO MAIS, com leitura e compreensão de textos variados e críticas, reescritas, paráfrases e textos paralelos produzidos sobre os textos e seus temas, muito variados sempre e, de preferência, escolhidos pelos professores e não por empresários preocupados em vender livros e autores de livros didáticos sempre atrelados a só usarem textos (repetitivos) cuja publicação foi autorizada. E, não esquecendo porque é MUITO importante, o que já delineei lá em cima: a interdisciplinaridade. Com professores de disciplinas diferentes planejando, preparando e aplicando conteúdos conjuntamente. O chato é que isso demandaria mais tempo do professor para a preparação e correção das atividades, demandaria a necessidade de aulas conjuntas com professores de disciplinas diferentes na mesma sala, no mesmo momento, fazendo o mesmo trabalho; e não se paga professor por isso.
Além de tudo, e chovendo no molhado, é preciso que as escolas tenham condições mínimas de trabalho, com material e estrutura suficiente. Em muitas até aquele bastão branco ultrapassado chamado giz falta, mais ainda outras coisas como condições de fazer cópia de um texto, possibilidades de colocar uma música ou passar um vídeo em sala de aula. Só temos, e muitas vezes funcionando bem mal, uma sala de vídeo cujo uso os professores têm que praticamente disputar a tapa. E nem vou falar em computadores! Enfim, falta muita coisa além de mudança de currículo, mas os nossos governantes preferem repassar o dinheiro da educação para sei lá quem produzir material inútil e desnecessário como apostilas e "provas oficiais" que têm como objetivo "mostrar" como os professores são os responsáveis, os culpados, estão “despreparados” e, por isso, é justo atrelar seus salários às "melhoras" nas notas dos alunos.
Como digo sempre, eu queria muito mesmo saber quantos empresários estão enriquecendo absurdamente com a produção das apostilas e provas periódicas que são impostas às escolas.

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