28 de setembro de 2024

LINGUAGEM NEUTRA

Para mim não importa o que o linguista mais "phodástico" do planeta venha a dizer, porque eu, essa euzinha aqui, uma ninguém diante do linguista "phodástico", um nada que não vai mudar coisa nenhuma porque nem como professora de português atua mais; essa euzinha inútil viu que, fazendo um pouquinho só de esforço, consegue usar a língua de modo a abarcar todas as pessoas sem ofender ou excluir ninguém. Então vou SIM fazer esse esforço! Não preciso mudar a língua portuguesa, não preciso alterar nenhum vocábulo, não preciso fazer nada além de um pequeno esforço e de tomar um certo cuidado na hora de escrever meus textos. Basta priorizar palavras inclusivas que a língua já tem, como a palavra "pessoa" em lugar de "homem" quando me refiro a toda a humanidade (aliás, a palavra "humanidade" também é boa), basta tentar evitar o masculino "neutro", que é SIM marca do machismo estrutural, por mais que o linguista "phodástico" insista que não. Por mais que o linguista “phodástico” consiga simpatias que apelem para sua autoridade de linguista “phodástico”, e que use o argumento da “correção” de uma língua que ele e as pessoas que criticam a linguagem neutra dizem amar, eu não vou cair nessa! Muitas pessoas que babam ovo para o linguista “phodástico” usam como argumento o “amor à língua portuguesa” apesar de muitas vezes nunca a terem estudado; fazem coro e compartilham os discursos do linguista “phodástico” usando palavras como "declinação" que, antes de odiar a linguagem neutra, sequer conheciam e, se duvidar, algumas dessas pessoas usam palavras que sequer pertencem à língua portuguesa para fazer seus próprios discursos. Estou falando sobre usar a linguagem neutra sem ter que alterar “uma letra!” de nenhuma das palavras usadas porque isso, eu penso, se deixasse o ódio de lado, até mesmo o linguista “phodástico” poderia fazer e recomendar. E poderia fazer com mais facilidade do que eu uma vez que ele, por ser um linguista “phodástico”, certamente conhece mais palavras e maneiras de organizá-las em um texto coerente sem ter que apelar para o masculino “neutro”. Mas o fato é que não consigo ver nenhum problema em substituir uma letra de algumas palavras e de essa substituição se tornar padrão. O linguista “phodástico” sabe, MUITO melhor do que eu, que, ao longo da história, muitas palavras que usamos hoje tiveram letras (e sons) acrescentadas, suprimidas e substituídas sem que isso causasse tanta aversão e ocasionasse tantos discursos de ódio. Por que esse ódio todo? Por que essa resistência tão teimosa? Sério, eu não entendo e não tem apelo à “pureza”, à “beleza” ou à “história” da língua portuguesa que me convença de que o linguista “phodástico” e as pessoas que concordam com ele têm razão. Porque, com certeza, o motivo na raiz de toda essa grita só pode ser definido corretamente por UMA palavra: Preconceito. Adendo: Veja que, no texto que você acabou de ler, não usei o masculino “neutro” nem uma vez. Uso masculino em “linguista phodástico” porque originalmente era resposta a um texto que citava um linguista renomado (homem) discursando contra a linguagem neutra e reforçava com o “fato” de que esse apelo à autoridade não admitia questionamento porque o citado era “o maior linguista do país e talvez do mundo”. Já substituição do “F” pelo “ph” é uma mistura de ironia e necessidade. Mostra que é comum substituir letras sem provocar tanta gente quando o objetivo não envolve o preconceito das pessoas; e também serve para “enganar” o algoritmo e evitar que o texto seja excluído e que a pessoa (no caso eu) receba alguma punição, como exclusão ou suspensão da rede social onde muitas dessas “conversas” acontecem.

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