Não importa o que eu esteja lendo, não consigo mais ver a palavra "homem" como sinônimo de humanidade.
Primeiro sinto o estranhamento, depois respiro fundo, lembro que a palavra está ali em função do machismo estrutural e só então continuo a leitura.
Minha cabeça não aceita mais isso com naturalidade, e eu acho ótimo que seja assim porque meu nível de compreensão dos textos ganha uma dimensão a mais.
Era adolescente, por vezes gritava com um agudo sorriso: Cadelo meu chinelo? Cadela minha blusa vermelha? Cadela minha caneta nova?... O tempo passou, os cabelos são de neve e a pele de pergaminho. Às vezes grita sem som e sem saudades: Cadela minha vida?
9 de julho de 2022
6 de julho de 2022
OTIMISMO AGORA?
Não, o brasil não ficará melhor no dia em que o bozobosta perder a eleição, menos ainda uma maravilha!
Não ficará melhor porque mesmo com a derrota do bozobosta o bozobostismo continuará existindo e atuando.
Não ficará melhor porque mudar só o presidente e uma ou outra pessoa no legislativo não é e nunca será suficiente para tornar o brasil melhor.
Não ficará melhor porque quem ocupar o cargo vai ter pouco espaço de manobra depois de todas as filhadaputices que o bozobosta e sua quadrilha fizeram.
Não ficará melhor porque a estrutura do capEtalismo não permite melhora rápida quando quem tem muito lucrando tanto à custa de quem não tem nada.
Não ficará melhor porque só pra desfazer uma parte dos danos desse governo bozobostal quem assumir demorará anos. Isso se quem vencer conseguir assumir, né?
Não ficará melhor porque militares, líderes religiosos fdp e milicianos não abrirão mão do poder que a quadrilha bozobostal deu a eles.
Não ficará melhor porque o novo governo não será de esquerda e não governará para o povo, porque não é tão pelo povo como seria necessário para conseguir isso e porque, mesmo que fosse, não é possível governar para o povo em um país totalmente entregue às elites.
Mas, apesar de tudo isso, caso ele continue a ser o único com chance de vitória, votarei no Lula torcendo muito para que ele vença no primeiro turno, assim como votaria em qualquer outra pessoa que tivesse chance de derrotar o fdp que tanta gente achou que seria "uma boa opção" em 2018!
Não ficará melhor porque mesmo com a derrota do bozobosta o bozobostismo continuará existindo e atuando.
Não ficará melhor porque mudar só o presidente e uma ou outra pessoa no legislativo não é e nunca será suficiente para tornar o brasil melhor.
Não ficará melhor porque quem ocupar o cargo vai ter pouco espaço de manobra depois de todas as filhadaputices que o bozobosta e sua quadrilha fizeram.
Não ficará melhor porque a estrutura do capEtalismo não permite melhora rápida quando quem tem muito lucrando tanto à custa de quem não tem nada.
Não ficará melhor porque só pra desfazer uma parte dos danos desse governo bozobostal quem assumir demorará anos. Isso se quem vencer conseguir assumir, né?
Não ficará melhor porque militares, líderes religiosos fdp e milicianos não abrirão mão do poder que a quadrilha bozobostal deu a eles.
Não ficará melhor porque o novo governo não será de esquerda e não governará para o povo, porque não é tão pelo povo como seria necessário para conseguir isso e porque, mesmo que fosse, não é possível governar para o povo em um país totalmente entregue às elites.
Mas, apesar de tudo isso, caso ele continue a ser o único com chance de vitória, votarei no Lula torcendo muito para que ele vença no primeiro turno, assim como votaria em qualquer outra pessoa que tivesse chance de derrotar o fdp que tanta gente achou que seria "uma boa opção" em 2018!
4 de julho de 2022
CARTA NÚMERO DOIS
Brrr(eve) e Xxxxx (l) dor de cotovelo suburbana
Ainda não sei se vale a pena escrever para alguém que talvez não se veja mais, mas provavelmente vale sempre escrever sobre alguém que, de uma forma tanto inesperada como gostosa, deu-se a conhecer me (te) fazendo crer que afinal, pessoas agradáveis às quais é desnecessário agradar com palavras proporcionalmente vazias e convenientes, mas delicioso e convincente açúcar. Quem não gosta e não precisa?
O sábado, porra, logo você?! Me deixar com um fim de semana besta, me dispondo a transar o que aparecesse numa ereção gratuita sem tesão emocional, apenas descarga nervosa biológica.
Puxa vida, você me fodeu, quem diria?
Num saturday night fever (puta merda, como estou ultrapassado!) ou qualquer caca semelhante tão chata.
Nesses nossos dias onde se (te) me encontra e se tem prazer em tentar (me) te conhecer e você (eu?) não aparece, e combinamos e concordamos e nos preparamos, por quê?
Claro que minha (sentei no chão, a letra ficou estranha) preocupação é egoísta. Fiquei puto e minha súbita solidão a dois a dez a cem na ABC noite.
Mas, porra, quem seria diferente?
O fato é que tuas diferentes curvas de corpo e cuca, cobrinha, me enamoraram, feito uma cozinheira descobrindo novas receitas nos mesmos ingredientes, e quis, quero te provar, te misturar, me empanturrar de você até, talvez, enjoar ou me acostumar num afinal feijão com arroz que ninguém sente o gosto mas sente falta.
É isso, acho, mas quanta frescura! Ou pode não ser, que diferença faz?
A minha vontade, desfiada e trançada pra novamente te enlaçar, até quando?
Cacilda! Tô tesudo por mim mesmo!
Cansei
Dá um tempo
Vide
Verso
Tem outro treco pedestal. É o cacete, esse mesmo, quando você senta n’eu te fazendo sentir minha e eu me sentir teu.
Porra só me faltava essa, virei poeta! além de um tanto corneado procurando adivinhar, lembrando as vezes que nos vimos, um toque, um sinal de que eu te aborrecia a ponto de me deixar esperando atrasado, não te julgava capaz disso.
Podia ter vindo e falado, pois não?
Por isso, querendo entender quem sabe o óbvio, é que feito cavaleiro contemporâneo, atravesso com meu Corcel vales e montanhas até teu porão-castelo pra tentar te ver, te ouvir, te tocar a orelha, a boca, o pescoço, o seio, a vontade.
E porque quero que você queira, te convidar de novo a sair, a ver o Elomar esse fim de semana, lembra? Veremos?
Eu te espero hoje, quarta-feira, entre 7:30 e 8:00 no Vila Velha, vem...
PS1 – Desculpe o envelope. Era pra desbaratinar, espero que não tenham aberto antes de você.
PS2 – Outra coisa: precisando falar comigo, ligue XXX XXXX ramal XX – engenharia de xxxxxxxxxx – Xxxx,SA – Sto Xxxx. Xxxx (xxxxxxx).
Sou eu o “Alô?”
PS3 – O molhado no alto é suor de cerveja.
Chega. Até
Ainda não sei se vale a pena escrever para alguém que talvez não se veja mais, mas provavelmente vale sempre escrever sobre alguém que, de uma forma tanto inesperada como gostosa, deu-se a conhecer me (te) fazendo crer que afinal, pessoas agradáveis às quais é desnecessário agradar com palavras proporcionalmente vazias e convenientes, mas delicioso e convincente açúcar. Quem não gosta e não precisa?
O sábado, porra, logo você?! Me deixar com um fim de semana besta, me dispondo a transar o que aparecesse numa ereção gratuita sem tesão emocional, apenas descarga nervosa biológica.
Puxa vida, você me fodeu, quem diria?
Num saturday night fever (puta merda, como estou ultrapassado!) ou qualquer caca semelhante tão chata.
Nesses nossos dias onde se (te) me encontra e se tem prazer em tentar (me) te conhecer e você (eu?) não aparece, e combinamos e concordamos e nos preparamos, por quê?
Claro que minha (sentei no chão, a letra ficou estranha) preocupação é egoísta. Fiquei puto e minha súbita solidão a dois a dez a cem na ABC noite.
Mas, porra, quem seria diferente?
O fato é que tuas diferentes curvas de corpo e cuca, cobrinha, me enamoraram, feito uma cozinheira descobrindo novas receitas nos mesmos ingredientes, e quis, quero te provar, te misturar, me empanturrar de você até, talvez, enjoar ou me acostumar num afinal feijão com arroz que ninguém sente o gosto mas sente falta.
É isso, acho, mas quanta frescura! Ou pode não ser, que diferença faz?
A minha vontade, desfiada e trançada pra novamente te enlaçar, até quando?
Cacilda! Tô tesudo por mim mesmo!
Cansei
Dá um tempo
Vide
Verso
Tem outro treco pedestal. É o cacete, esse mesmo, quando você senta n’eu te fazendo sentir minha e eu me sentir teu.
Porra só me faltava essa, virei poeta! além de um tanto corneado procurando adivinhar, lembrando as vezes que nos vimos, um toque, um sinal de que eu te aborrecia a ponto de me deixar esperando atrasado, não te julgava capaz disso.
Podia ter vindo e falado, pois não?
Por isso, querendo entender quem sabe o óbvio, é que feito cavaleiro contemporâneo, atravesso com meu Corcel vales e montanhas até teu porão-castelo pra tentar te ver, te ouvir, te tocar a orelha, a boca, o pescoço, o seio, a vontade.
E porque quero que você queira, te convidar de novo a sair, a ver o Elomar esse fim de semana, lembra? Veremos?
Eu te espero hoje, quarta-feira, entre 7:30 e 8:00 no Vila Velha, vem...
PS1 – Desculpe o envelope. Era pra desbaratinar, espero que não tenham aberto antes de você.
PS2 – Outra coisa: precisando falar comigo, ligue XXX XXXX ramal XX – engenharia de xxxxxxxxxx – Xxxx,SA – Sto Xxxx. Xxxx (xxxxxxx).
Sou eu o “Alô?”
PS3 – O molhado no alto é suor de cerveja.
Chega. Até
CARTA NÚMERO UM
Ele é engraçado.
Faz coisas gostosas de lembrar depois, parece até ter sido premeditado.
Fala muito, contando casos, contando coisas; noventa por cento de si mesmo.
É convencido, não se poupando elogios, mas é um convencimento tão carregado de cinismo que parece até estar brincando consigo mesmo.
Os poucos elogios que fez a mim são também duvidosos, não se pode saber com certeza se é isso mesmo que pensa. Mas ele consegue fazer com que a última preocupação seja o fato de comprovar verdades.
É alegre e beberrão sem ser enjoativo e pegajoso.
Mente descaradamente como se quem o ouve tivesse obrigação de acreditar no que diz; mas mente sobre coisas que deveria mentir mesmo.
Tem bom gosto, muito bom gosto, o que me deixou até lisonjeada. E é inteligente, qualidade visível à primeira meia dúzia de palavras.
Não é bonito, embora viva dizendo ser, poderia até ser tachado de feio, se isso tivesse alguma importância.
Conseguiu realmente me interessar a fundo e fazia tempo que ninguém conseguia isso. Me fez sentir livre a seu lado, livre para ser o que sou e o que quero ser.
Fala palavrões com tanta naturalidade que até parecem palavras que se possa dizer numa missa; e isso solta a gente, que consegue ser sem-vergonha também.
Gostei. Aí está todo o resultado, gostei embora saiba, graças a Deus, que não vou me apaixonar, o que torna tudo mais solto e gostoso. Sem amarras, sem possessividade, sem nada. De maneira livre e gostosa.
Mas caso eu consiga fazer logo o tratamento e me tornar fértil, precisarei procurar correndo outro pai pro meu filho; esse é muito perigoso.
Tudo bem, por enquanto vou levando... não tenho mesmo grandes esperanças, não preciso de pai para o meu filho agora, não posso tê-lo ainda, se é que um dia poderei.
Posso então me dar ao luxo de ter um amante.
Saúde Dom!
Faz coisas gostosas de lembrar depois, parece até ter sido premeditado.
Fala muito, contando casos, contando coisas; noventa por cento de si mesmo.
É convencido, não se poupando elogios, mas é um convencimento tão carregado de cinismo que parece até estar brincando consigo mesmo.
Os poucos elogios que fez a mim são também duvidosos, não se pode saber com certeza se é isso mesmo que pensa. Mas ele consegue fazer com que a última preocupação seja o fato de comprovar verdades.
É alegre e beberrão sem ser enjoativo e pegajoso.
Mente descaradamente como se quem o ouve tivesse obrigação de acreditar no que diz; mas mente sobre coisas que deveria mentir mesmo.
Tem bom gosto, muito bom gosto, o que me deixou até lisonjeada. E é inteligente, qualidade visível à primeira meia dúzia de palavras.
Não é bonito, embora viva dizendo ser, poderia até ser tachado de feio, se isso tivesse alguma importância.
Conseguiu realmente me interessar a fundo e fazia tempo que ninguém conseguia isso. Me fez sentir livre a seu lado, livre para ser o que sou e o que quero ser.
Fala palavrões com tanta naturalidade que até parecem palavras que se possa dizer numa missa; e isso solta a gente, que consegue ser sem-vergonha também.
Gostei. Aí está todo o resultado, gostei embora saiba, graças a Deus, que não vou me apaixonar, o que torna tudo mais solto e gostoso. Sem amarras, sem possessividade, sem nada. De maneira livre e gostosa.
Mas caso eu consiga fazer logo o tratamento e me tornar fértil, precisarei procurar correndo outro pai pro meu filho; esse é muito perigoso.
Tudo bem, por enquanto vou levando... não tenho mesmo grandes esperanças, não preciso de pai para o meu filho agora, não posso tê-lo ainda, se é que um dia poderei.
Posso então me dar ao luxo de ter um amante.
Saúde Dom!
3 de julho de 2022
SUA "COLHER ENFERRUJADA"
Decreto lei nº 2.848 . Art. 124
“Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque”.
Pena: detenção, de um a três anos.
Essa lei é de 1940! Tá mais do que na hora de cair... mas, infelizmente, parece que a racionalidade e a empatia do ser humano não evoluirá a esse nível tão cedo.
Você já se perguntou por que as mulheres abortam? Eu já e fiz essa lista, que quase certamente está incompleta.
- A mulher foi descuidada como muitos homens costumam ser sem sofrer as consequências.
- A mulher acreditou no “amor eterno” do namorado que caiu fora assim que soube da gravidez.
- A mulher é casada, foi mãe mais de uma vez e não tem como sustentar sua família caso chegue mais alguém.
- A mulher engravidou porque a tabelinha falhou e a religião proíbe pílula e camisinha.
- O marido tem o hábito de usar espancamento como método didático e ela não quer ver mais uma criança apanhando.
- Tudo ia bem no relacionamento, mas o namorado morreu assassinado pela polícia quando voltava do trabalho e ela não tem como criar uma criança ou passar pela gravidez sozinha (isso aconteceu com uma pessoa que conheci).
- A mulher foi diagnosticada como estéril e parou com a pílula (isso aconteceu comigo).
Não coloquei na minha lista os casos de estupro, risco de vida da mulher e feto anencefálico porque, por mais que gente sem noção negue e tente impedir, são direitos. Pelo menos por enquanto.
Agora a pergunta: Por que você se acha no direito de condenar todas essas mulheres, ou mesmo uma delas à prisão ou à morte?
Que merda de pró-vida é você?
“Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque”.
Pena: detenção, de um a três anos.
Essa lei é de 1940! Tá mais do que na hora de cair... mas, infelizmente, parece que a racionalidade e a empatia do ser humano não evoluirá a esse nível tão cedo.
Você já se perguntou por que as mulheres abortam? Eu já e fiz essa lista, que quase certamente está incompleta.
- A mulher foi descuidada como muitos homens costumam ser sem sofrer as consequências.
- A mulher acreditou no “amor eterno” do namorado que caiu fora assim que soube da gravidez.
- A mulher é casada, foi mãe mais de uma vez e não tem como sustentar sua família caso chegue mais alguém.
- A mulher engravidou porque a tabelinha falhou e a religião proíbe pílula e camisinha.
- O marido tem o hábito de usar espancamento como método didático e ela não quer ver mais uma criança apanhando.
- Tudo ia bem no relacionamento, mas o namorado morreu assassinado pela polícia quando voltava do trabalho e ela não tem como criar uma criança ou passar pela gravidez sozinha (isso aconteceu com uma pessoa que conheci).
- A mulher foi diagnosticada como estéril e parou com a pílula (isso aconteceu comigo).
Não coloquei na minha lista os casos de estupro, risco de vida da mulher e feto anencefálico porque, por mais que gente sem noção negue e tente impedir, são direitos. Pelo menos por enquanto.
Agora a pergunta: Por que você se acha no direito de condenar todas essas mulheres, ou mesmo uma delas à prisão ou à morte?
Que merda de pró-vida é você?
EU
Canto no canto da vida
Penso a ferida enquanto penso
Na causa da dor
Queria saber na língua
O doce sabor
Da aventura de respeitar
O outro ser
A outra vida
Penso a ferida enquanto penso
Na causa da dor
Queria saber na língua
O doce sabor
Da aventura de respeitar
O outro ser
A outra vida
No seu básico esplendor
28 de junho de 2022
DEFENDER O ÓBVIO
Ontem vi novamente a frase “Que tempos são estes, em que temos que defender o óbvio?” atribuída a Bertolt Brecht.
Pensei que ela é muito atual nos tempos que vivemos hoje, me indignei e quase parei por aí.
Quase porque depois vi o filme Seberg na Netflix e ele me provocou a pensar mais um pouco, ou um pouco mais a fundo talvez.
Daí acabei concluindo que essa frase sempre foi atual.
A história está cheia de pessoas que defenderam o óbvio.
Na maioria das vezes essas pessoas são minorias numéricas, são minorias em termos de poder, ou são minorias nos dois sentidos.
Na maioria das vezes essas pessoas são atacadas com violência e acabam pagando um preço muito alto pelo “crime” de estarem defendendo o óbvio.
A História está cheia de exemplos, em todas as épocas, em todos os lugares.
Para não me estender demais e porque não sou especialista, cito apenas alguns:
- As pessoas escravizadas da Roma antiga lideradas por um tal Spartacus defendiam o óbvio.
- As pessoas que tentaram lutar contra o domínio e as fogueiras da igreja católica na Idade Média estavam defendendo o óbvio.
- As pessoas escravizadas que fugiam para quilombos e as pessoas nos movimentos abolicionistas defenderam o óbvio.
- As feministas que, desde o século XIX foram ignoradas, desprezadas, espancadas e até mortas para que as mulheres obtivessem os poucos e frágeis direitos que temos estavam (e estamos) defendendo o óbvio.
Pensei que ela é muito atual nos tempos que vivemos hoje, me indignei e quase parei por aí.
Quase porque depois vi o filme Seberg na Netflix e ele me provocou a pensar mais um pouco, ou um pouco mais a fundo talvez.
Daí acabei concluindo que essa frase sempre foi atual.
A história está cheia de pessoas que defenderam o óbvio.
Na maioria das vezes essas pessoas são minorias numéricas, são minorias em termos de poder, ou são minorias nos dois sentidos.
Na maioria das vezes essas pessoas são atacadas com violência e acabam pagando um preço muito alto pelo “crime” de estarem defendendo o óbvio.
A História está cheia de exemplos, em todas as épocas, em todos os lugares.
Para não me estender demais e porque não sou especialista, cito apenas alguns:
- As pessoas escravizadas da Roma antiga lideradas por um tal Spartacus defendiam o óbvio.
- As pessoas que tentaram lutar contra o domínio e as fogueiras da igreja católica na Idade Média estavam defendendo o óbvio.
- As pessoas escravizadas que fugiam para quilombos e as pessoas nos movimentos abolicionistas defenderam o óbvio.
- As feministas que, desde o século XIX foram ignoradas, desprezadas, espancadas e até mortas para que as mulheres obtivessem os poucos e frágeis direitos que temos estavam (e estamos) defendendo o óbvio.
- As pessoas que se uniram em sindicatos e fizeram greves por direitos trabalhistas estavam defendendo o óbvio.
- As pessoas que iniciaram e as pessoas que mantém e que defendem os movimentos e as lutas LGBT estavam e estão defendendo o óbvio.
- As pessoas que participaram dos movimentos estudantis que combateram a ditadura militar e que acabaram sendo torturadas ou mortas nos porões do DOI CODI estavam defendendo o óbvio.
- E nós, que desde 2016 tentamos evitar a tomada do país pelo capEtalismo ativo e pelo fascismo mal disfarçado estamos defendendo o óbvio.
Sobre cada grupo de pessoas que defendem o óbvio, as “gentes de bem” costumam levantar seus “Ah, mas essas pessoas também...”
E completam com desinformação, fatos exagerados ou mitos que não cabem de forma alguma no todo dessas lutas.
Para as pessoas que se negam a ver, ouvir e entender o óbvio e para suas consciências distorcidas, as invenções, mitos e exageros são suficientes para “justificar” ou tentar justificar as agressões, as mortes e qualquer tipo de violência que as pessoas que defenderam o óbvio sofreram e sofrem.
Incluindo a tirada de direitos conquistados a duras penas e com muita dor.
Mesmo assim algumas pessoas estão sempre defendendo o óbvio...
E quase sempre sofrem repúdio, demonização e ataques.
Mas é ao lado dessas pessoas que quero estar. Sempre!
A única vantagem que vejo em defender o óbvio sem que me deem ouvidos é saber que não me aliei ao que há de pior.
Não é uma grande vantagem, mas é tudo que temos na maioria das vezes.
Porque, ao contrário do que dizem, o mal quase sempre vence.
- As pessoas que iniciaram e as pessoas que mantém e que defendem os movimentos e as lutas LGBT estavam e estão defendendo o óbvio.
- As pessoas que participaram dos movimentos estudantis que combateram a ditadura militar e que acabaram sendo torturadas ou mortas nos porões do DOI CODI estavam defendendo o óbvio.
- E nós, que desde 2016 tentamos evitar a tomada do país pelo capEtalismo ativo e pelo fascismo mal disfarçado estamos defendendo o óbvio.
Sobre cada grupo de pessoas que defendem o óbvio, as “gentes de bem” costumam levantar seus “Ah, mas essas pessoas também...”
E completam com desinformação, fatos exagerados ou mitos que não cabem de forma alguma no todo dessas lutas.
Para as pessoas que se negam a ver, ouvir e entender o óbvio e para suas consciências distorcidas, as invenções, mitos e exageros são suficientes para “justificar” ou tentar justificar as agressões, as mortes e qualquer tipo de violência que as pessoas que defenderam o óbvio sofreram e sofrem.
Incluindo a tirada de direitos conquistados a duras penas e com muita dor.
Mesmo assim algumas pessoas estão sempre defendendo o óbvio...
E quase sempre sofrem repúdio, demonização e ataques.
Mas é ao lado dessas pessoas que quero estar. Sempre!
A única vantagem que vejo em defender o óbvio sem que me deem ouvidos é saber que não me aliei ao que há de pior.
Não é uma grande vantagem, mas é tudo que temos na maioria das vezes.
Porque, ao contrário do que dizem, o mal quase sempre vence.
27 de junho de 2022
DORES
A maternidade deveria ser SEMPRE uma escolha
Um prazer
Um bem
NUNCA uma obrigação
Um peso
Uma prisão
Não entendo quem é contra o aborto
Eu preferia ter sido abortada
A saber que minha mãe me teve por imposição
Que minha existência foi sofrimento para ela
Eu preferia ter sido abortada
A saber que enquanto gametas se dividiam
Para formar a pessoa que eu seria
A mulher que não queria ser minha mãe
Estava sofrendo porque não teve
O seu não querer respeitado
Um prazer
Um bem
NUNCA uma obrigação
Um peso
Uma prisão
Não entendo quem é contra o aborto
Eu preferia ter sido abortada
A saber que minha mãe me teve por imposição
Que minha existência foi sofrimento para ela
Eu preferia ter sido abortada
A saber que enquanto gametas se dividiam
Para formar a pessoa que eu seria
A mulher que não queria ser minha mãe
Estava sofrendo porque não teve
O seu não querer respeitado
11 de junho de 2022
SOU CONTRA O ABORTO
Acho que a grande maioria das pessoas é contra o aborto.
Eu sou contra o aborto!
Mas sou a favor, e muito, da legalização do aborto.
Aborto é, e tem que ser, um último recurso quando os outros falharam ou por alguma razão não puderam ser usados.
Acho que nenhuma mulher quer usar aborto como anticoncepcional, o que precisa é que todas as mulheres tenham o direito de fazer aborto quando ELAS, pelos motivos que só dizem respeito a elas, decidem fazer.
Simples assim.
Se o aborto é crime porque tira uma vida inocente, matar animais é crime maior ainda porque, ao contrário dos embriões abortados, os animais são mortos quando já estão formados e com capacidade de sentir dor e medo.
Essa coisa de achar que um óvulo humano fecundado tem mais direitos do que um animal senciente adulto é herança religiosa que pessoas ateias ainda carregam.
Essa herança religiosa é tão forte que valorizam mais a "vida" do óvulo fecundado do que a da mulher, que nem querem saber se sofre, se vai sofrer, por que motivo precisa ou quer fazer aborto.
E também valorizam mais a "vida" de um óvulo fecundado do que a de uma criança nascida sem lar, sem amor, sem condições de ter uma vida decente.
O que acho engraçado sobre isso é que muitas pessoas hipócritas que são contra aborto argumentam que se a mulher não tem nenhuma condição de criar o filho, ela pode simplesmente entregar para adoção.
Dentro da visão que a minha parca inteligência alcança, se a adoção fosse algo assim tão simples como parecem pensar essas pessoas que não pensam nos direitos de mais ninguém a não ser nos hipotéticos “direitos” de um óvulo fecundado, não haveria tantos orfanatos pelo mundo, e pelo Brasil, cheios de crianças esperando por uma adoção que em muitos casos nunca acontece.
Além disso, como não pensam na vida da pessoa que com certeza está viva e sente dor - a mulher - para essas pessoas parece fácil, muito fácil, levar até o fim uma gravidez indesejada.
Juro que não entendo como querem que o abandono, a tristeza, o desespero se tornem (ou continuem sendo) crime.
(texto muito antigo, mas infelizmente continua atual, talvez mais do que quando foi escrito)
Eu sou contra o aborto!
Mas sou a favor, e muito, da legalização do aborto.
Aborto é, e tem que ser, um último recurso quando os outros falharam ou por alguma razão não puderam ser usados.
Acho que nenhuma mulher quer usar aborto como anticoncepcional, o que precisa é que todas as mulheres tenham o direito de fazer aborto quando ELAS, pelos motivos que só dizem respeito a elas, decidem fazer.
Simples assim.
Se o aborto é crime porque tira uma vida inocente, matar animais é crime maior ainda porque, ao contrário dos embriões abortados, os animais são mortos quando já estão formados e com capacidade de sentir dor e medo.
Essa coisa de achar que um óvulo humano fecundado tem mais direitos do que um animal senciente adulto é herança religiosa que pessoas ateias ainda carregam.
Essa herança religiosa é tão forte que valorizam mais a "vida" do óvulo fecundado do que a da mulher, que nem querem saber se sofre, se vai sofrer, por que motivo precisa ou quer fazer aborto.
E também valorizam mais a "vida" de um óvulo fecundado do que a de uma criança nascida sem lar, sem amor, sem condições de ter uma vida decente.
O que acho engraçado sobre isso é que muitas pessoas hipócritas que são contra aborto argumentam que se a mulher não tem nenhuma condição de criar o filho, ela pode simplesmente entregar para adoção.
Dentro da visão que a minha parca inteligência alcança, se a adoção fosse algo assim tão simples como parecem pensar essas pessoas que não pensam nos direitos de mais ninguém a não ser nos hipotéticos “direitos” de um óvulo fecundado, não haveria tantos orfanatos pelo mundo, e pelo Brasil, cheios de crianças esperando por uma adoção que em muitos casos nunca acontece.
Além disso, como não pensam na vida da pessoa que com certeza está viva e sente dor - a mulher - para essas pessoas parece fácil, muito fácil, levar até o fim uma gravidez indesejada.
Juro que não entendo como querem que o abandono, a tristeza, o desespero se tornem (ou continuem sendo) crime.
(texto muito antigo, mas infelizmente continua atual, talvez mais do que quando foi escrito)
10 de junho de 2022
VOTE NULO
Caso a possibilidade
Da derrocada da democracia
Não te incomode
Vote nulo
Como disse a Ana do Meteoro
"Se você se imaginar vendo o resultado
E vendo que o bozobosta venceu
Se isso não te incomodar
Se isso parecer aceitável pra você
Então vote nulo ou não vote"
Talvez graças a essa decisão
Você nunca mais precise se preocupar
Em sair de casa pra votar
Nunca mais obrigado a votar
Nunca mais terá que escolher
"O menos pior"
Porque não haverá mais eleições
Afinal eles defendem a ditadura
Eles defendem o AI5
Que acaba com o direito ao voto
Daí você fica bem
(calado)
Né?
Da derrocada da democracia
Não te incomode
Vote nulo
Como disse a Ana do Meteoro
"Se você se imaginar vendo o resultado
E vendo que o bozobosta venceu
Se isso não te incomodar
Se isso parecer aceitável pra você
Então vote nulo ou não vote"
Talvez graças a essa decisão
Você nunca mais precise se preocupar
Em sair de casa pra votar
Nunca mais obrigado a votar
Nunca mais terá que escolher
"O menos pior"
Porque não haverá mais eleições
Afinal eles defendem a ditadura
Eles defendem o AI5
Que acaba com o direito ao voto
Daí você fica bem
(calado)
Né?
9 de junho de 2022
SER E SABER
Por que TEM que ter um criador?
Não poderia ser simplesmente um evento natural?
Acho "acreditar" um verbo problemático
Tende a eliminar outras possibilidades se fixando em uma
Sem ter razões plausíveis para isso
Por essa razão sou ateia
Não SEI nada
Mas não "acredito" em nada
E também não suspendo o julgamento
Não vejo razão para isso
Se não preciso suspender o julgamento
Com relação a fadas e papai Noel
Não vejo por que fazer isso com relação a deuses
Não poderia ser simplesmente um evento natural?
Acho "acreditar" um verbo problemático
Tende a eliminar outras possibilidades se fixando em uma
Sem ter razões plausíveis para isso
Por essa razão sou ateia
Não SEI nada
Mas não "acredito" em nada
E também não suspendo o julgamento
Não vejo razão para isso
Se não preciso suspender o julgamento
Com relação a fadas e papai Noel
Não vejo por que fazer isso com relação a deuses
3 de junho de 2022
ARGUMENTAÇÃO
Um teísta tentou justificar o argumento do "livre-arbítrio" com a frase "Seguimos o que é moralmente certo". Essa foi minha resposta a ele:
Quem "seguimos o que é moralmente certo"??? Os padres pedófilos, os bispos e papas que acobertam esses padres pedófilos e os católicos que pagam o dízimo que vai ser usado para "calar a boca" das vítimas não "seguem o que é moralmente certo".
Quem "seguimos o que é moralmente certo"??? Os padres pedófilos, os bispos e papas que acobertam esses padres pedófilos e os católicos que pagam o dízimo que vai ser usado para "calar a boca" das vítimas não "seguem o que é moralmente certo".
Os pastores estupradores; os pastores que vomitam preconceito incentivando pessoas a agredirem e até a matarem as pessoas diferentes do padrão que "seu deus" aceita; os pastores que ficam milionários roubando dinheiro das pessoas pobres, ignorantes e ingênuas que caem em sua conversa; os pastores que se aliam a governos como o bozobosta, que substitui o amor de Jesus pelo ódio e pelas armas e as pessoas que, via dízimos e doações, sustentam esses vendilhões da bandidagem "em nome de Jesus" certamente não "seguem o que é moralmente certo".
Enquanto isso seu deus, caso existisse, seria aquele que não faz NADA contra essa nojeira toda, aquele que permite o uso do seu nome para todo tipo de maldade e ignora todo sofrimento de toda criança que sofre no mundo.
Porque quem faz as crianças sofrerem (se não forem os microorganismos e as leis da natureza), esses têm livre arbítrio para torturar, estuprar e matar uma criança, mas a criança não tem livre arbítrio nenhum.
Por mais que as pessoas que amam esse deus tentem me explicar, eu não posso entender como conseguem aceitar tanta maldade, injustiça e aberração como "amor" e "justiça".
Para mim, essas palavras têm outro significado, que não se aplicaria a esse deus, caso ele existisse.
18 de maio de 2022
MINHA HISTÓRIA COM LULA
Morei em São Bernardo do Campo (SP) até o ano de 1982. Fiz o segundo grau no João Ramalho, escola estadual próxima ao sindicato onde o Lula “nasceu”. Não fui aos comícios da Vila Euclides, mas senti o “perfume” do gás lacrimogênio das manifestações na rua do sindicato quando saía da escola.
Mudei de São Bernardo quando me casei, mais tarde mudei para o Rio, mas sempre acompanhava – sem muito fanatismo porque nunca fui disso – as imagens dos discursos daquele torneiro mecânico que queria ser presidente.
Vi as armações da Globo contra o Lula desde o começo. Vi a farsa do sequestro do Abílio Diniz, vi a “bomba” da “filha fora do casamento”, vi todas as “notícias” desencavadas no auge da campanha sempre que a candidatura do metalúrgico ganhava destaque.
Percebi o processo de fabricação “global” do “caçador de marajá”.
A primeira vez que vi o Collor, fazendo seu discurso para a “babação” do jornalismo da Globo, eu disse ao meu marido: “Credo, que horror! Esse cara parece o Hitler”.
Eu falava do jeito de discursar, do conteúdo populista e dos gestos de mão; não da aparência física.
Trabalhei como mesária na eleição em que o “caçador de marajá” fabricado pela Globo venceu, ouvi várias mocinhas na fila e na sala de votação dizendo: “Vou votar no Collor. Ele é lindo!” e senti muita pena delas.
Votei no Lula em 2002 e comemorei o resultado das urnas; mas minha alegria durou pouco.
Uma semana depois de eleito, vi Lula apertando a mão do Maluf e passei a considerá-lo apenas mais um político, como tantos políticos.
Transferi meu título para São Paulo e tomei a decisão de viajar até lá se aparecesse alguém em quem eu realmente quisesse votar.
Não votei na Dilma mas fui contra o golpe, que identifiquei como golpe desde o começo.
Odiei o temeroso e desejei muito que no país tivesse algum resto de decência capaz de tirar esse ser abjeto do poder... não teve.
Participei de toda a campanha “Ele não” porque abominei o abominável desde os tempos em que o abominável fazia seus discursos abomináveis nos programas de televisão.
Desejei que no país tivesse algum resto de decência capaz de tirar o abominável do plenário no momento em que ele prestou homenagem a um torturador no voto pelo golpe... não teve.
Abominei o marreco de Maringá desde o começo dos atos que a muitos pareciam coisa de “herói” e que me pareceram filhadaputice disfarçada de justiça.
Abominei mais ainda quando, graças às falcatruas do marreco o bozobosta venceu e o marreco ganhou o ministério onde esperaria, se fazendo de morto para os crimes da familícia, até que o Voldemort do planalto desse a ele uma vaga no STF.
O marreco de Maringá foi traído e, como traíra escorregadia que é, deu um jeito de faturar um cargo de consolo nos EUA enquanto aguardava sua “vitória certa” na próxima eleição...
Comemorei cada “voo” frustrado do marreco que aparentemente capotou de vez no chão.
Vi e abominei cada uma das m3rdas que o abominável, sua familícia e sua quadrilha fizeram, disseram e amontoaram.
Lamentei cada colega, cada jovem, cada pessoa que vi caindo na armadilha do bozobostismo. Na escola onde eu dava aulas, nos meus ciclos de amizade, nas minhas redes sociais...
Tentei ser uma voz dissonante e de alerta; infelizmente a doença do fanatismo bozobostístico sempre foi mais forte do que eu.
No segundo turno tive duas certezas:
1 - O Haddad não venceria apesar do meu voto e da minha modesta campanha.
2 - O Ciro foi para Paris posar de “neutro” como recado para que o bozobosta oferecesse um ministério pra ele.
Porque, para mim, até prova em contrário, ainda tô vendo político como político e não como salvador da pátria.
Pela ida a Paris, por mais “explicações” que ele e seus fãs deem, o Ciro passou de político que eu ignorava como só mais um entre tantos para mais um político de quem eu não gosto.
Não mudei minha opinião sobre o Lula, mas apoiei o “Lula livre”, escrevi sobre minhas razões e compartilhei memes e textos em favor da correção da kag4da do marreco e sua corja “juridícula”.
Decidida a votar “até no capeta” contra o bozobostismo, estou de olho nas pesquisas.
Sempre lamentando que ainda exista (30%) tanta gente incapaz de entender o que é empatia e disposta a votar no inominável; apesar, ou por causa de tudo que o inominável kaga pela boca e por tudo que o inominável faz.
Só um nome tem chances de tirar o genocida do poder no primeiro turno; se continuar assim é nesse nome que votarei.
Votarei nele sim!
Por mais que me ponha a pensar que, se apertou a mão do Maluf, se coloca o ladrão de merenda como vice, bem poderia apertar a mão do bozobosta e, sei lá, dar um cargo pra um dos “zeros” bozobostais...
Tomara que não!
Mas votarei assim mesmo e logo no primeiro turno porque, como disse o Gregório Duvivier, uma derrota no primeiro turno seria mais difícil de ser contestada com um golpe bozobostal; provavelmente.
Se com essas mesmas chances estivesse o Ciro eu votaria no Ciro; se fosse o Dória (outro de quem não gosto), eu votaria no Dória; Se fosse a Simone, votaria na Simone...
Posso encher dez parágrafos com nomes de pessoas de quem não gosto mas em quem eu votaria no primeiro turno se tivesse chance de tirar o bozobosta no primeiro turno.
Por agora, o único político que tem essa chance é o Lula.
Por isso, e só por isso, votarei no Lula.
A não ser que os resultados das pesquisas mudem.
Mudei de São Bernardo quando me casei, mais tarde mudei para o Rio, mas sempre acompanhava – sem muito fanatismo porque nunca fui disso – as imagens dos discursos daquele torneiro mecânico que queria ser presidente.
Vi as armações da Globo contra o Lula desde o começo. Vi a farsa do sequestro do Abílio Diniz, vi a “bomba” da “filha fora do casamento”, vi todas as “notícias” desencavadas no auge da campanha sempre que a candidatura do metalúrgico ganhava destaque.
Percebi o processo de fabricação “global” do “caçador de marajá”.
A primeira vez que vi o Collor, fazendo seu discurso para a “babação” do jornalismo da Globo, eu disse ao meu marido: “Credo, que horror! Esse cara parece o Hitler”.
Eu falava do jeito de discursar, do conteúdo populista e dos gestos de mão; não da aparência física.
Trabalhei como mesária na eleição em que o “caçador de marajá” fabricado pela Globo venceu, ouvi várias mocinhas na fila e na sala de votação dizendo: “Vou votar no Collor. Ele é lindo!” e senti muita pena delas.
Votei no Lula em 2002 e comemorei o resultado das urnas; mas minha alegria durou pouco.
Uma semana depois de eleito, vi Lula apertando a mão do Maluf e passei a considerá-lo apenas mais um político, como tantos políticos.
Transferi meu título para São Paulo e tomei a decisão de viajar até lá se aparecesse alguém em quem eu realmente quisesse votar.
Não votei na Dilma mas fui contra o golpe, que identifiquei como golpe desde o começo.
Odiei o temeroso e desejei muito que no país tivesse algum resto de decência capaz de tirar esse ser abjeto do poder... não teve.
Participei de toda a campanha “Ele não” porque abominei o abominável desde os tempos em que o abominável fazia seus discursos abomináveis nos programas de televisão.
Desejei que no país tivesse algum resto de decência capaz de tirar o abominável do plenário no momento em que ele prestou homenagem a um torturador no voto pelo golpe... não teve.
Abominei o marreco de Maringá desde o começo dos atos que a muitos pareciam coisa de “herói” e que me pareceram filhadaputice disfarçada de justiça.
Abominei mais ainda quando, graças às falcatruas do marreco o bozobosta venceu e o marreco ganhou o ministério onde esperaria, se fazendo de morto para os crimes da familícia, até que o Voldemort do planalto desse a ele uma vaga no STF.
O marreco de Maringá foi traído e, como traíra escorregadia que é, deu um jeito de faturar um cargo de consolo nos EUA enquanto aguardava sua “vitória certa” na próxima eleição...
Comemorei cada “voo” frustrado do marreco que aparentemente capotou de vez no chão.
Vi e abominei cada uma das m3rdas que o abominável, sua familícia e sua quadrilha fizeram, disseram e amontoaram.
Lamentei cada colega, cada jovem, cada pessoa que vi caindo na armadilha do bozobostismo. Na escola onde eu dava aulas, nos meus ciclos de amizade, nas minhas redes sociais...
Tentei ser uma voz dissonante e de alerta; infelizmente a doença do fanatismo bozobostístico sempre foi mais forte do que eu.
No segundo turno tive duas certezas:
1 - O Haddad não venceria apesar do meu voto e da minha modesta campanha.
2 - O Ciro foi para Paris posar de “neutro” como recado para que o bozobosta oferecesse um ministério pra ele.
Porque, para mim, até prova em contrário, ainda tô vendo político como político e não como salvador da pátria.
Pela ida a Paris, por mais “explicações” que ele e seus fãs deem, o Ciro passou de político que eu ignorava como só mais um entre tantos para mais um político de quem eu não gosto.
Não mudei minha opinião sobre o Lula, mas apoiei o “Lula livre”, escrevi sobre minhas razões e compartilhei memes e textos em favor da correção da kag4da do marreco e sua corja “juridícula”.
Decidida a votar “até no capeta” contra o bozobostismo, estou de olho nas pesquisas.
Sempre lamentando que ainda exista (30%) tanta gente incapaz de entender o que é empatia e disposta a votar no inominável; apesar, ou por causa de tudo que o inominável kaga pela boca e por tudo que o inominável faz.
Só um nome tem chances de tirar o genocida do poder no primeiro turno; se continuar assim é nesse nome que votarei.
Votarei nele sim!
Por mais que me ponha a pensar que, se apertou a mão do Maluf, se coloca o ladrão de merenda como vice, bem poderia apertar a mão do bozobosta e, sei lá, dar um cargo pra um dos “zeros” bozobostais...
Tomara que não!
Mas votarei assim mesmo e logo no primeiro turno porque, como disse o Gregório Duvivier, uma derrota no primeiro turno seria mais difícil de ser contestada com um golpe bozobostal; provavelmente.
Se com essas mesmas chances estivesse o Ciro eu votaria no Ciro; se fosse o Dória (outro de quem não gosto), eu votaria no Dória; Se fosse a Simone, votaria na Simone...
Posso encher dez parágrafos com nomes de pessoas de quem não gosto mas em quem eu votaria no primeiro turno se tivesse chance de tirar o bozobosta no primeiro turno.
Por agora, o único político que tem essa chance é o Lula.
Por isso, e só por isso, votarei no Lula.
A não ser que os resultados das pesquisas mudem.
16 de maio de 2022
ÚRSULA
Cem anos de solidão...
Cem anos?
Cem anos é pouca solidão
Cem anos?
Cem anos é pouca solidão
De solidão temos
Milênios
Muitos milênios
Milênios
Muitos milênios
Isoladas em nossos corpos
Exploradas em nossos
Sentimentos
Usadas em nossas
Mentes
Desprezadas em nossas
Histórias
Exploradas em nossos
Sentimentos
Usadas em nossas
Mentes
Desprezadas em nossas
Histórias
Mulher
Fêmea
Menina
Senhora
Fêmea
Menina
Senhora
Esquecida de ser
De ser vista
Olhada
Entendida
Estendida
De ser vista
Olhada
Entendida
Estendida
Mulher...
8 de maio de 2022
MINHA PALAVRA PREFERIDA
Minha palavra preferida de todas as palavras que existem no mundo é RESPEITO
Eu acredito que se a minha palavra preferida fosse mais valorizada e mais aplicada o mundo seria melhor
Mas as pessoas “de bem” não costumam ligar muito para a minha palavra preferida
As famílias “tradicionais” não costumam ligar muito para a minha palavra preferida
As religiões não costumam ligar muito para a minha palavra preferida
A política não costuma ligar muito para a minha palavra preferida
A economia não costuma ligar muito para a minha palavra preferida
Os deuses que as pessoas cultuam não costumam ligar muito para a minha palavra preferida
Li o livro “sagrado” de um deles duas vezes e não me lembro de ter visto a minha palavra preferida lá
Talvez tenha aparecido uma ou duas vezes com significado um tanto restrito e eu nem tenha reparado
Essas são as razões por que eu não acredito que a minha palavra preferida venha a ser mais valorizada um dia
Essa é a razão por que eu não acredito que o mundo será realmente melhor um dia
E fico triste por isso...
Eu acredito que se a minha palavra preferida fosse mais valorizada e mais aplicada o mundo seria melhor
Mas as pessoas “de bem” não costumam ligar muito para a minha palavra preferida
As famílias “tradicionais” não costumam ligar muito para a minha palavra preferida
As religiões não costumam ligar muito para a minha palavra preferida
A política não costuma ligar muito para a minha palavra preferida
A economia não costuma ligar muito para a minha palavra preferida
Os deuses que as pessoas cultuam não costumam ligar muito para a minha palavra preferida
Li o livro “sagrado” de um deles duas vezes e não me lembro de ter visto a minha palavra preferida lá
Talvez tenha aparecido uma ou duas vezes com significado um tanto restrito e eu nem tenha reparado
Essas são as razões por que eu não acredito que a minha palavra preferida venha a ser mais valorizada um dia
Essa é a razão por que eu não acredito que o mundo será realmente melhor um dia
E fico triste por isso...
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