Estava vendo na televisão um trecho do filme Os dez mandamentos, de Cecil B. DeMille.
Há uma cena na qual o faraó está em seu trono e a mulher que namora o Charlton Heston e depois se casa com o Yul Brynner está em outro trono ao lado dele. O faraó segura aqueles dois bastões “afrescalhados” cruzados que a gente já viu em muitas fotos e filmes de faraó e a moça segura com a mesma pompa uma enorme pena branca.
Eu comentei “Que coisa mais ridícula essa de ficar segurando esses trecos!”.
Meu marido, que é apaixonado por história, começou a me perguntar se eu sabia o significado e a importância daqueles “trecos” e já ia me dar uma aula que envolveria Alto Egito e Baixo Egito e que já ouvi antes.
Mas eu o interrompi explicando que não estava falando DESSE treco em especial e sim de todas as parafernálias do tipo.
Ele não quis concordar ou discordar de mim porque é apaixonado pelo filme e não queria perder a oportunidade de vê-lo pela centésima vez para me ouvir sendo chata.
Mas fiquei pensando em quanta parafernália o ser humano já criou e cria até hoje com a única utilidade de dizer “Eu sou superior a você”.
Pensei em cetros, brasões, bandeiras, flâmulas, monumentos, roupas, capas, chapéus e até gestos.
Lembra a fantasia que os papas e bispos usam?
Lembra os obeliscos?
Lembra do cetro, coroa e manto da rainha da Inglaterra?
A lista é grande e o objetivo de todos eles é dizer “Eu sou superior a você”.
Muitos desses trecos são fálicos, muitos são espalhafatosos e todos eles são ridículos, pelo menos em sua essência exibicionista e preconceituosa.
E sim, você pode discordar porque é só a minha opinião.
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