27 de janeiro de 2020

SÍMBOLOS DE SE ACHAR MELHOR DO QUE OS OUTROS



Estava vendo na televisão um trecho do filme Os dez mandamentos, de Cecil B. DeMille.
Há uma cena na qual o faraó está em seu trono e a mulher que namora o Charlton Heston e depois se casa com o Yul Brynner está em outro trono ao lado dele.
O faraó segura aqueles dois bastões “afrescalhados” cruzados que a gente já viu em muitas fotos e filmes de faraó e a moça segura com a mesma pompa uma enorme pena branca.
Eu comentei “Que coisa mais ridícula essa de ficar segurando esses trecos!”.
Meu marido, que é apaixonado por história, começou a me perguntar se eu sabia o significado e a importância daqueles “trecos” e já ia me dar uma aula que envolveria Alto Egito e Baixo Egito e que já ouvi antes.
Mas eu o interrompi explicando que não estava falando DESSE treco em especial e sim de todas as parafernálias do tipo.
Ele não quis concordar ou discordar de mim porque é apaixonado pelo filme e não queria perder a oportunidade de vê-lo pela centésima vez para me ouvir sendo chata.
Mas fiquei pensando em quanta parafernália o ser humano já criou e cria até hoje com a única utilidade de dizer “Eu sou superior a você”.
Pensei em cetros, brasões, bandeiras, flâmulas, monumentos, roupas, capas, chapéus e até gestos.
Lembra a fantasia que os papas e bispos usam?
Lembra os obeliscos?
Lembra do cetro, coroa e manto da rainha da Inglaterra?
A lista é grande e o objetivo de todos eles é dizer “Eu sou superior a você”.
Muitos desses trecos são fálicos, muitos são espalhafatosos e todos eles são ridículos, pelo menos em sua essência exibicionista e preconceituosa.
E sim, você pode discordar porque é só a minha opinião.


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