13 de fevereiro de 2021

CARNAVAL E CINEMA



Quando morei no Rio de Janeiro, eu e meu marido gostávamos de sair às ruas à tarde nos dias de Carnaval para caminhar acompanhando o pessoal que ia para a Rio Branco ver os blocos. Às vezes chegávamos até lá, pegávamos uma cerveja e ficávamos um pouco olhando um dos desfiles e depois voltávamos passando pelo Largo do Machado onde a gente via as crianças fantasiadas para o bloquinho infantil que sai de lá. O gostoso é ver as fantasias criativas e a alegria das pessoas. Eu não gosto de bailes nem dos desfiles de escola de samba, mas adoro ver gente feliz!

Mudando de assunto, mas não muito: vi Adú. É um daqueles filmes que me provocam sentimento oposto à caminhada das pessoas para ver os blocos no carnaval. É terrível pensar que aquilo é real! Que tem muitas histórias totalmente como essa do filme, e muitas mais que são piores ainda acontecendo sempre em algum lugar do mundo, desde o começo da história da “civilização”. Ver aquele cenário de miséria me provoca uma total desesperança na humanidade.

Sempre que vejo filmes, leio livros ou vejo notícias que retratam tragédias como exploração, escravidão, exploração, genocídio, miséria... penso que a humanidade nunca será mais do que isso. E penso que se existisse uma entidade criadora consciente qualquer, ela seria uma coisa tão abominável que superaria minha capacidade de imaginar e de descrever o abominável só e apenas pelo fato de ter criado a vida como ela é.

Para mim, o maior e mais terrível gesto do personagem deus da bíblia não foi destruir a humanidade no dilúvio nem levar Josué a cometer genocídio. Foi dizer "Faça-se a luz".

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