23 de março de 2022

ZEFINETA E GREGOR



Reler um livro que nos marcou muito é sempre uma aventura arriscada.
Dias atrás terminei de reler Confissões de Frei Abóbora. Esse livro foi uma parte extremamente importante da minha adolescência, eu o li quando tinha 14 ou 15 anos e fiquei encantada, embevecida, impressionada...
Enquanto lia, deitada no sofá da sala, eu chorava copiosamente e, em seguida, soltava gostosas gargalhadas.
Minha mãe sempre teve muito mais do que dois olhos, por isso, embora eu pensasse que ela cuidava de outras coisas longe da sala enquanto eu lia, minha mãe vê o livro fechado no meu quarto e pergunta:
- Que livro é esse que faz você gargalhar de apertar a barriga e depois “derrubar a tromba” como se fosse velório?
Foi Frei Abóbora e não Meu pé de laranja lima que me fez ler todos os livros do José Mauro de Vasconcelos que consegui encontrar. Foi Frei Abóbora que me tornou uma pessoa encantada por lagartixas; e várias páginas do caderno de frases e poemas, com capa caprichada e desenhos de flores e borboletas que eu carregava para todo lado, estavam lotadas de trechos copiados de Frei Abóbora. Alguns deles sei de cor até hoje.
Reler Frei Abóbora não foi uma decepção!
O livro ainda me agradou, reencontrei muitas das frases e trechos que me encantaram e que estavam no meu inseparável caderno colorido que não existe mais...
Porém, reencontrei algumas coisas que consegui relevar e até achar divertidas naquela época mas que deixaram de ser leves e divertidas para mim.
E meu olhar se tornou mais crítico, menos sugestionável, daí que a religiosidade que me pareceu subversiva naquela época, hoje não parece tão subversiva assim.
Não me arrependi de voltar ao Frei Abóbora. Ainda recomendo a qualquer pessoa que goste de ler, mas o Frei Abóbora da minha adolescência subiu a escada de braços dados com Zefineta B e desapareceu no corredor escuro de um prédio em ruínas.

Mas nem sempre é assim!
Estou relendo A Metamorfose e o sufoco, a angústia, o estranhamento que me fazia “pular” uma respiração ainda estão lá e ainda chegam a mim.
Talvez mais fortes do que quando o li pela primeira vez, mais ou menos na mesma época em que me encantei com Frei Abóbora.
Eu envelheci, Kafka não.

21 de março de 2022

HISTÓRICO



Não que eu seja petista ou lulista
Menos ainda fanática
Cansei de contar
Que perdi qualquer tentação de ser fã do Lula
Uma semana depois da eleição
Que deu a ele o primeiro mandato
Eu o vi apertando a mão do Maluf
A partir daí Lula era apenas mais um político
Dentre tantos políticos
E o PT mais um partido entre tantos outros
Nunca vi razão para mudar de ideia
Não votei mais até ver a insanidade do golpe
E o bozobosta candidato a presidente
Voltei a ser uma eleitora
Para tentar evitar a merda
Que a vitória do coiso com certeza traria
Apesar de não gostar do Lula
De não duvidar de que houvesse corrupção
Como sempre há em praticamente todo lugar
Do Brasil e do mundo
Nunca aderi a esse ódio seletivo
Que a mídia criou contra o PT
E nunca engoli a farsa daquele julgamento
Que levou o Lula à prisão
Ele pode até não ser inocente
Acho que nenhum ex-presidente é
Mas se fosse tão culpado como afirmaram
Não precisariam montar aquele circo todo
Com o juiz de toga cagada como palhaço mor
Enfim...
No Brasil tem crime organizado
Muito bem organizado!
E um dos exemplos é a quadrilha que deu o golpe
E que está no poder agora
Da qual o marreco de Maringá é membro
Eu diria que ainda hoje

DESONESTIDADE É ISSO



Tô sentindo MUITO nojo dessa gente que fica colocando posts e textos mostrando falhas reais ou não do presidente da Ucrânia em tudo que é rede social como se isso justificasse o que o putinho está fazendo lá.
Se ter presidente ruim fosse uma boa razão para dar ao primeiro poderoso que tiver interesse o direito de jogar bombas sobre civis e matar crianças, então um deles poderia fazer isso aqui no Brasil.
E eu queria ver essas mesmas pessoas defendendo a "necessidade" dos assassinatos com posts contra o bozobosta.
Dá raiva, viu!

20 de março de 2022

SEM AVISO



De repente
Numa tarde em São Paulo
Numa madrugada em Tokio
Num dia em que a Terra toda seguia sua rota e sua dança
Com pessoas e bichos e pedras e plantas
Com suas vidas e não-vidas espalhadas por todos os lados
Num dia comum
Em que amores e guerras começavam e terminavam
Nos sentidos mais reais e mais subjetivos
Dos substantivos e dos verbos
Num dia em que pessoas e animais e aviões e navios e carros e ônibus e caminhões e trens...
Circulavam pelas estradas
Pelas trilhas
Pelas vias e rodovias
Pelo céu e pelas águas de todos os países
Pobres e ricos
Dos continentes e das ilhas
Num dia em que plantas e animais
Estranhos e não tão estranhos
Viviam suas vidas de caça e caçadores
De pesca e pescadores
De colheitas e coletores
Sobre as terras e sob as águas
Num dia assim tão comum e tão único
Como todos os dias costumam ser
De repente
Sem aviso e sem previsões
De gente
De búzios
De orixás
De santos
De bolas de cristal ou das cartas
De baralho ou tarô
De repente
Sem uma única premonição
Uma única sensação estranha
Divinatória ou sexto sentido
De gente ou de bicho
Sem que nenhum Jesus voltasse à Terra
Sem que nenhuma corneta anunciasse o Armagedom
A Terra simplesmente
Explodiu

19 de março de 2022

RESUMO



Começou com o Aécio putinho
Porque perdeu a eleição pra uma mulher
Logo os urubus oportunistas começaram a agir
E se articular
Com o temeroso vampirando tudo que podia
Juiz cagando na toga
Bandido chefiando a etapa final do golpe
(Quem esqueceu do Cunha?)
E o Bozobosta homenageando torturador
Como se isso fosse muito lindo
E tanto era "lindo" que veio a eleição dele em 2018
Com toda a sua familícia e sua quadrilha
Incluindo o juizeco de toga cagada
Que abandonou a quadrilha e virou "oposição"
Porque ficou magoadinho
(Tadinho dele!)
Não recebeu o cargo no STF que o bozo prometeu
Em troca da prisão do adversário
Uma beleza de orquestração do crime organizado
Que tomou o país
Quem disse que o Brasil é uma bagunça?

7 de março de 2022

GUERRAS PELO MUNDO



Alguém já disse que em guerra não existe vencedor
Acho que estava pensando nas pessoas comuns
É só delas que tenho pena
Só por elas que lamento
Só com elas que me solidarizo
Crianças estão sendo mortas
Crianças estão sendo torturadas
Crianças estão perdendo segurança
Lar
Família
Enquanto as pessoas discutem qual imperialista
Qual assassino
Qual oportunista
É "bonzinho"
E qual é "demoníaco"
Eu só lamento que façam isso

1 de março de 2022

DEUS É CULPADO SIM!


 

(Resposta a um texto que circulou na Internet)

 

A filha de Billy Graham [pastor evangélico] estava sendo entrevistada no Early Show, nos EUA, quando a apresentadora Jane Clayson lhe perguntou: – Como é que Deus permitiu que algo horroroso como este dia 11 de setembro acontecesse nos Estados Unidos? Anne Graham deu uma resposta extremamente estúpida que muitos sites religiosos estão classificando como “profunda e sábia” sem nenhuma razão plausível.

 

Anne Graham: Eu creio que tudo começou desde que Madeline Murray O'hare (que foi assassinada), se queixou de que era impróprio se fazer oração nas escolas Americanas como se fazia tradicionalmente, e nós concordamos com a sua opinião.

Divina: Aqui no Brasil, o índice de violência nas escolas e nas ruas nunca foi tão grande e, no entanto, temos até mesmo a disciplina Ensino Religioso nas escolas públicas do Rio de Janeiro (Que é um dos Estado onde a violência é maior). E desde quando o fato da mulher citada no texto ter sido assassinada é relevante? Ela não teria sido assassinada justamente por ter dito isso, e o assassino não seria justamente um adepto do “deus de amor” que esse texto defende? Milhões de pessoas já morreram assassinadas sem que tenham falado ou agido contra a religião. Ah, sim. E antes da mulher ter dito isso não existiam horrores no mundo? No tempo em que se fazia orações nas escolas os Estados Unidos eram um paraíso? Ficam claras demais as falácias dessas argumentações!

 

Anne Graham: Depois disso, alguém disse que seria melhor também não ler mais a Bíblia nas escolas...

Divina: Se é para ser justo, deve-se ler nas escolas, além da bíblia, o corão, a torah, os textos sagrados do hinduísmo, o Tao te Ching (livro sagrado do taoísmo) e todo e qualquer outro texto de toda e qualquer religião. Ao Invés disso, esquecendo totalmente qualquer tipo de tolerância, apenas as citações da bíblia são comuns nas aulas de ensino religioso das escolas do Rio de Janeiro. Acho que os alunos deveriam estudar mais, nas aulas de história, as mortes que as leituras da bíblia já provocaram no mundo.

 

Anne Graham: A Bíblia que nos ensina que não devemos matar, roubar e devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos.

Divina: Mas a bíblia ensina também a ser intolerante, a matar, a ter preconceito, a discriminar a mulher, a desprezar todos os que são diferentes, a gostar de violência, de morte e de sangue...

 

Anne Graham: Logo depois o Dr. Benjamin Spock disse que não deveríamos bater em nossos filhos.

Divina: Bater em filhos nunca foi e nunca será uma boa forma de educação. Se você tratar seu filho com amor, respeito e atenção; se você o ensinar com carinho, exemplo e prática, e não apenas com palavras vazias, broncas e gritos, você certamente não precisará espancá-lo; talvez (um talvez bem grande, na minha opinião) precise, no máximo, de uma palmadinha em situação mais crítica, dificilmente mais do que isso. E, ao contrário, se você não der amor, respeito, atenção, exemplos, por mais que o espanque não terá educado uma boa pessoa. Trate seu filho como um ser humano que é nisso mesmo que ele se transformará, trate-o como animal e é também o que ele poderá se tornar.

 

Anne Graham: Depois alguém disse que os professores e diretores das escolas não deveriam disciplinar nossos filhos quando se comportassem mal.

Divina: Se a criança tem uma boa educação em casa, nenhum professor vai querer tocar nessa criança a não ser para abraçá-la, cumprimentá-la ou fazer carinho como se faz carinho em um filho, a não ser que esse professor seja um sádico e não tenha a mínima ideia do que é educação. Além disso, parece que a autora do texto confunde disciplinar com espancar. Tenho pena dos filhos dela, se ela os tiver.

 

Anne Graham: Aí, alguém sugeriu que deveríamos deixar que nossas filhas fizessem aborto, se elas assim o quisessem.

Divina: Se educarmos nossos filhos com amor e respeito, esclarecermos suas dúvidas e os orientarmos sem preconceito e falsa moral, eles terão mais chances de saber evitar que uma garota fique em situação difícil por irresponsabilidade sua; e nossas filhas possivelmente não precisarão fazer aborto, mesmo que possam, porque terão responsabilidade e saberão evitar uma gravidez fora de hora. Se uma adolescente engravidar, o fato de ser amada, orientada e bem informada, fará com que ela certamente tenha melhor condição de decidir seu futuro. Ao contrário daquela que recebeu dos pais apenas repressão e que agora está sendo tratada como uma pecadora, digna apenas de desprezo e crítica. A chance de a segunda fazer um aborto clandestino e morrer por causa disso é bem maior do que a primeira.

 

Anne Graham: Então foi dito que deveríamos dar aos nossos filhos tantas camisinhas, quantas eles quisessem para que eles pudessem se divertir à vontade.

Divina: Não devemos “dar camisinhas a nossos filhos para que eles se divirtam à vontade”; devemos dar camisinhas a nossos filhos para que eles cuidem de sua saúde e da saúde das pessoas com quem se relacionarem. Foi isso que se disse, esse “se divertirem à vontade” é uma expressão falaciosa cunhada por uma mente maldosa.

 

Anne Graham: Então alguém sugeriu que imprimíssemos revistas com fotografias de mulheres nuas, e disséssemos que isto é uma coisa sadia e uma apreciação natural do corpo feminino.

Divina: Não precisamos expor a nudez e o sexo a nossos filhos, eles os encontrarão por conta própria, estando ou não expostos, assim como faziam nossos pais e avós, ou será que ninguém sabe do sucesso que faziam os “catecismos” de antigamente? Não é preciso ser religioso, e muito menos ficar abanando uma bíblia na cara de todo mundo, para ser contra o excesso de exposição do corpo e do sexo, mas é preciso ser honesto para ver as coisas de forma realista.

 

Anne Graham: Depois uma outra pessoa levou isso um passo mais adiante e publicou fotos de Crianças nuas e foi mais além ainda, colocando-as à disposição da internet. E nós dissemos:
"Está bem, isto é democracia, e eles têm o direito de ter liberdade de se expressar e fazer isso".

Divina: Que eu saiba só doentes fazem isso e só loucos aprovam. Outra conclusão falaciosa de uma mente maldosa e pequena...

 

Anne Graham: “Senhor, porque não salvaste aquela criança na escola?" A resposta dele: "Querida criança, não me deixam entrar nas escolas!!!"

Divina: E por que não salva as milhares de crianças que sofrem maus tratos e violência fora das escolas, inclusive dentro das igrejas? Se fosse mesmo verdade o que os religiosos afirmam o tempo todo: “Jesus te ama”, “Deus é bom”, “Jesus disse: Vinde a mim as criancinhas”, e outras coisas do tipo; se deus soubesse, pelo menos, reconhecer que crianças são inocentes e não têm que ser castigadas por atitudes de adultos; ele entraria sim nas escolas sem que fosse preciso ficar rezando e citando trechos da bíblia, estaria lá porque “está em todos os lugares”, não é isso que dizem dele?

 

Anne Graham: É triste como as pessoas simplesmente culpam a Deus e não entendem por que o mundo está indo a passos largos para o inferno.

Divina: Acho triste é que nos culpem por tudo quando algumas aberrações que acontecem não são em absoluto culpa nossa! E mesmo que fosse nossa culpa: que raio de deus justo é esse que se vinga nas criancinhas?

 

Anne Graham: É triste como cremos em tudo que os Jornais e a TV dizem, mas duvidamos do que a Bíblia, ou do que a sua religião, que você diz que segue, ensina.

Divina: Duvido sim e não sigo nenhuma religião porque todas estão cheias de abusos e absurdos, a história de todas elas é um livro banhado em sangue, e ainda hoje é em nome da religião que se está matando e torturando gente a toda hora em muitos lugares do mundo! E se fosse seguir a bíblia como o texto sugere, a raça humana ainda estaria vivendo os negros tempos da Idade Média e queimando gente na fogueira, gente como eu por exemplo.

 

Anne Graham: É triste como alguém diz: "Eu creio em Deus". Mas ainda assim segue a satanás, que, por sinal, também "Crê" em Deus.”

Divina: É com comentários desse tipo que muitos religiosos ao longo da história e ainda hoje justificam assassinatos e genocídios, lembra da aberração chamada Inquisição? De todas as pessoas que torturavam e queimavam os “santos homens” diziam que o faziam porque essas pessoas estavam seguindo satanás. Se satanás existisse teria adorado isso!

 

Anne Graham: Quando tentamos enviar algum e-mail falando de Deus, as pessoas têm medo de compartilhar e reenviá-lo a outros!

Divina: Penso meio que o contrário: Muitos passam a vida tentando ganhar adeptos para as religiões de plantão e não ouvem, não pensam, não toleram de forma alguma quem tem opinião diferente: Por mais que a pessoa seja ética e decente em sua vida e seus pensamentos, se ousa contrariar essas ideias pré-concebidas, sempre dizem que está falando em nome de satanás. Compartilham sim e lotam as caixas postais da gente com babaquices religiosas feito esse texto que estou comentando, mas duvido muito que façam o mesmo com minhas críticas. Democracia nunca foi o forte da religião.

 

Anne Graham: É triste ver como o material imoral, obsceno e vulgar corre livremente na internet, mas uma discussão pública a respeito de Deus é suprimida rapidamente na escola e no trabalho.

Divina: Pelo contrário, recebo zilhões de textos religiosos e orações a propósito de tudo e sou cortada sempre que tento expor minha opinião a respeito e iniciar uma discussão. Algumas escolas, que deveriam ser laicas, estão cheias de mensagens e figuras religiosas por todos os lados, e nelas é comum que se constranja as pessoas, alunos e professores, a rezarem, no mínimo o “Padre Nosso”, em qualquer cerimônia, isso quando não transformam eventos pedagógicos em verdadeiros cultos religiosos. E fazem isso sem o mínimo respeito para com quem não é cristão, tenha ou não outra religião. A minoria que suporte! Estou falando com conhecimento de causa, já dei aulas em mais de uma escola assim e nelas fui a minoria que tinha que suportar e que quando reclamava ouvia argumentos do tipo “Mas a gente só reza o ‘pai nosso’ que serve para qualquer religião”.

 

Anne Graham: É triste ver como as pessoas ficam inflamadas a respeito de Cristo no domingo, mas depois se transformam em cristãos invisíveis pelo resto da semana.

Divina: Pelo contrário! Estão em todos os lugares: nas ruas, na internet, nas estações de metrô e até nos campos de futebol! Ninguém é obrigado a ser cristão, mas parece que tem muito cristão que simplesmente não consegue entender isso. Fazem suas orações, pregam seus sermões, enviam seus textos falaciosos, formam rodinhas gritando “em nome de Jesus” a plenos pulmões. Transformam qualquer tipo de efeméride que reúna pessoas em um mesmo lugar em culto ou missa, sem o mínimo de consideração pelos outros: reuniões pedagógicas, festas, comunicados, apresentações culturais e até sessões e assembleias públicas nas prefeituras, câmaras, congresso e senado. O máximo de tolerância religiosa verdadeira que alguns conhecem é não rezar a “Ave Maria” em cerimônias públicas por respeito aos evangélicos.

 

Anne Graham: Garanto que Ele que enxerga tudo em nosso coração está torcendo para que você, no seu livre arbítrio, envie estas palavras a outras pessoas.

Divina: Como é possível alguém fazer uma garantia dessa? Como alguém pode ter a pretensão de saber se e o que deus pensa, vê ou quer? É muita pretensão mesmo!

 

Anne Graham: Onde existe Deus, SE existir fome, encontra-se o alimento; se existir dor, encontra-se o remédio; se existir guerra, pode-se estabelecer a paz; se existir problemas, haverá, também, as soluções; pode-se estar só, mas não há solidão. Onde Ele não está, a fome mata, a dor enlouquece, a guerra dizima, os problemas são senhores e a solidão é companheira, mesmo no meio da multidão.

Divina: Com tanta gente morrendo de fome, doença, pobreza, frio, calor, guerras, desastres naturais e não-naturais, não consigo acreditar nesse tal deus de bondade, é muita utopia pra mim! Mas, se ele existisse, eu juraria que não está em lugar nenhum por aqui. Afinal, em todos os lugares da terra, inclusive igrejas e templos, encontramos com a maior facilidade esses horrores que o texto enumerou como existentes apenas na ausência de deus. E de um deus que dizem ser onipresente! Haja contradição!

 

Anne Graham: Deus é o único que sempre tem os braços abertos para nós, quando o procuramos, arrependidos, independente do que tenhamos feito ao abandoná-lo e por quanto tempo estivemos afastados.

Divina: Disso daí eu também não consigo ver muito não. Essa semana mesmo um senhor que trabalha na escola onde dou aulas e que é negro, humilde, pobre, sofrido, religioso, educado, gentil e bondoso ao extremo, uma daquelas pessoas cuja convivência faz a gente acreditar mais na beleza do ser humano; pois bem, esse senhor viu morrer seu filho de 15 anos. Um menino que sempre foi bom filho e bom aluno, mas que teve um câncer na perna e, embora tenha tido por mais de dois anos as orações, os desejos, os votos e tudo o que poderia ter de seus pais e de todos nós, amigos, conhecidos, parentes e colegas, não conseguiu evitar que o câncer se alastrasse até não ter mais possibilidades de cura. Não consigo encontrar nesse senhor algo que o faça merecedor de um castigo desse tamanho; e ele é só um exemplo entre milhões e milhões. Aí me vem tentar convencer de que deus é bom, não falha, não nega o pedido de quem o procura, e outras tantas mentiras do tipo? Desculpe, não sei acreditar nisso! E não sei pelo simples motivo de que isso não faz nenhum sentido.

18 de fevereiro de 2022

SOBRE NÃO VOTAR, ANULAR, VOTAR EM BRANCO, ETC.



Uma pessoa me lembrou de uma frase que eu já tinha lido e que, procurando no Google, vi que tem várias versões atribuídas a várias pessoas; de Mark Twain a Sandra Bulock.
“Se votar fizesse alguma diferença, fariam-no ilegal”
Essa é atribuída a Emma Goldman, talvez ela tenha sido a primeira pessoa a dizer isso, não sei e não sei se importa.
Embora eu goste muito da ideia de ter sido uma mulher a primeira a ter essa “sacada”.
De qualquer forma, o que quero dizer é que concordo com muitos dos argumentos das pessoas que escolhem não votar.
Tanto concordo que passei muitos anos sem votar.
Eu morava no Rio, transferi meu título para São Paulo e só justificava.
O que eu dizia na época era:
“Quando surgir um candidato que mereça meu voto, eu vou a São Paulo votar”.
Não o fiz, nem uma vez.
Voltei a morar em São Paulo, mas longe o suficiente para continuar justificando.
Parei de votar quando vi o Lula apertando a mão do Maluf logo depois de vencer as eleições para o primeiro mandato.
Voltei a votar quando o bozobosta apareceu como candidato à presidência.
Aí atualizei meu título e votei contra ele.
É o que vou fazer agora.
Então, apesar de concordar muito com a Emma Goldman, não acho MESMO que esse é o momento para omissão.
Acho que agora, excepcionalmente, faz diferença sim!
Para usar como exemplo um tema bem atual,
Se não votasse, eu me sentiria tão mal quanto se aceitasse me sentar à uma mesa na qual está uma pessoa com a suástica no braço.
Mesmo que eu não falasse com essa pessoa,
Mesmo que a abominasse,
Eu me sentiria quase uma nazista.
Posso estar exagerando,
Mas quem manda em sentimentos, né?

6 de fevereiro de 2022

EU SOU VELHA, GORDA, FEIA, BURRA E MÁ



Não estou me desprestigiando, me humilhando, esperando que pessoas me elogiem “desmentindo” esses adjetivos de sentido negativo que atribuí a mim mesma. Estou apenas constatando um fato, e é um fato, a meu ver, que descreve uma boa parcela da população mundial. Vamos olhar cada adjetivo mais de perto.

Sou velha porque quase toda pessoa é velha aos olhos de quem tem 20 anos a menos. Para uma criança de 10 anos, as pessoas de trinta anos são velhas, e como já passei dos 60, tem muita gente com uma diferença de idade bem maior do que os 20 anos necessários para me ver como velha, independente do que eu possa pensar de mim mesma e do que as pessoas lindas que são minhas amigas possam dizer para me convencer de que não sou velha nem aparento ser (Ah, como são maravilhosas as sinceras mentiras piedosas!). Lembro bem da minha cabeça de 20 anos! Quando me olho no espelho e alcanço o olhar daquela mocinha amalucada que fui, eu me vejo como velha sim, e só não faço muito isso porque nunca gostei de me olhar no espelho. Mas preciso frisar que a maneira como me vejo não tem importância para o raciocínio que estou tentando desenvolver aqui.

Sou gorda porque vivo em uma sociedade que cultua o “corpo sarado” e a magreza extrema, e para esses padrões eu deveria “perder” pelo menos uns dez quilos, acho (Faz muito tempo que não subo em uma balança). E sou gorda porque tenho o privilégio de poder comer o que e quando me dá vontade (excetuando extravagâncias absurdas como as trufas brancas italianas que, de acordo com o Google, é o alimento mais caro do mundo). Tenho vários privilégios que só são privilégios porque muita gente não tem o que deveria ser direito básico para TODO MUNDO; mas esse “privilégio” que tenho é suficiente para aumentar o peso da gente se a gente não tomar cuidado. E eu não tomo cuidado nenhum!

Sou feia porque passei dos 60 e ninguém nessa idade é considerada bonita sem um “ainda” antes (ou como mais uma sincera mentira piedosa das pessoas lindas que são minhas amigas); e sou feia porque minha aparência, embora não assuste criancinhas, não serve nem pra ser escolhida como entrevistada pela Globo em caso de eu estar passando por perto quando acontece algum fato “digno” de trazer repórteres “muito interessados” em saber a opinião das pessoas comuns que testemunharam, transitam ou vivem por ali.

Sou burra porque todo mundo é burro da mesma forma que ninguém é normal, “olhando de perto”, como disse o Caetano. Tem tanta coisa que eu não sei, tem tanta coisa de que sei só uma parte, um pouco, um ínfimo ou um quase nada; tem tanta coisa que eu sei que nunca vou saber, tem tanta coisa que nem tenho capacidade de aprender. E mesmo as poucas coisas que sei, que estudei, que aprendi, que até ensinei, não são conhecimentos totais, não são conhecimentos engessados, e sobre muitas dessas coisas (ou todas elas), meu conhecimento também é limitado. Daí que me julgar inteligente seria uma grande burrice!

Sou má porque pertenço à raça humana que é má em sua essência. E sou má porque estou aqui no conforto da minha cadeira, sob meu teto aconchegante, na companhia e sob a proteção da pessoa que mais amo no mundo depois do meu filho. Fico aqui, toda tranquila e aconchegada, sabendo que o mundo está cheio de dores terríveis, sofrimentos atrozes, injustiças absurdas, carências inacreditáveis e catástrofes monumentais. E eu sequer estou chorando (nesse momento) por tudo isso! Eu sequer estou doando minhas parcas posses para acabar com algum desses tantos sofrimentos. Se eu fosse boa, sairia daqui agora, daria TUDO o que tenho para quem não tem nada e levaria os restos da minha força de trabalho me engajando totalmente a um grupo qualquer que trabalha pela humanidade. Não faço isso e minhas doações não me tiram do conforto que tantas pessoas e tantos seres vivos não têm. Seria muita maldade me consideram uma boa pessoa!

Agora, se eu quiser reinterpretar as palavras, posso inverter tudo que acabei de escrever. Posso dizer que sou uma senhora lúcida e saudável, que sou bonita porque sei sorrir e apoiar, que sou uma pessoa desapegada de imposições machistas e de bem com meu corpo, que sou tão inteligente que já passei em primeiro lugar em um concurso, que concluí a faculdade sem nunca repetir uma matéria (e outras “carteiradas” bestas do tipo). Posso posar de uma pessoa excelente porque sou uma defensora dos direitos humanos, ajudo quem posso sempre que posso e não me poupo de defender minorias contra maiorias opressoras em meus textos, minhas falas, minhas aulas... Acontece que hipocrisia é maldade, não é?

Então, no final das contas, me limito a ser humana e gosto muito de pensar o pior de mim porque é pensando o pior que a gente consegue tentar não ser tão terrível assim; que a gente consegue melhorar... mesmo que seja só um pouco.

27 de janeiro de 2022

DISCORDANDO DO KARNAL



Leandro Karnal falando sobre “ateus” e a Divininha aqui comentando a fala:

Karnal: “É definitivo: não gosto do termo e ele nunca me descreveu. Como muitos sabem, a origem grega do termo indica uma ausência: “sem Deus”. Dizer que sou ateu (sem Deus) é tão esclarecedor quanto dizer que não sou chinês, não sou mulher, não sou cabeludo e não sou jovem. Existe um essencialismo que define a crença como a condição universal e absoluta e quem não a tem deve ser ateu. O problema é que a palavra ateu fala do crente, não seu oposto.“

Divina: Eu gostava muito do Karnal antes de ele ser famoso, não gosto mais... e não concordo com ele porque, na minha visão, ele usa esse discurso para não carregar o peso que a palavra “ateu” coloca sobre as costas de uma pessoa e que, no caso dele, prejudicaria demais sua ascensão como um guru de autoajuda chic, que foi o que ele se tornou, na minha opinião. Ele omite, a meu ver de propósito, que não tem uma multidão de pessoas, situações, políticas e relações sociais coagindo, constrangendo ou forçando a pessoa a ser chinês, mulher, cabeludo ou jovem (pelo menos não tanto) como acontece com o ser teísta. Não existe "achinês" porque ninguém diz que "Você precisa ter uma origem!", não existe "amulher" porque (quase) ninguém acha que quem não é mulher não é digna de confiança, não existe "acareca" porque ninguém diz que jamais votaria em alguém que não tem cabelo, e, embora tenhamos uma cultura quase criminosa do corpo e da aparência de juventude “sarada”, (quase) ninguém se atreve a dizer que uma pessoa vai pro inferno se morrer velha... E o Karnal faz de conta que ignora tudo isso. É o que eu acho.

24 de janeiro de 2022

BOAS IDEIAS



Estava vendo “de ouvido” enquanto fazia outra coisa
Um programa de televisão
Sobre empreendedorismo
(Ou ideias que deram certo no mundo dos negócios)
No caso destacado do trecho que ouvi
Como exemplo de sucesso absoluto:
A mulher entrevistada teve uma brilhante ideia
Ao abrir seu guarda-roupas
E ver muitas roupas que não usava mais
Que apenas ocupavam espaço
Ela falou sobre sua ideia com o marido
E o casal abriu a empresa de venda online
Começaram com as roupas e deu muito certo
Adicionaram outras pessoas e produtos à empresa
Que hoje é um sucesso incrível de mercado
Com faturamento milionário
(ou bilionário; sei lá, não ouvi direito)
E vem essa euzinha aqui
Pobre burra e ignorante
Vendo aquele grande exemplo
De uma ideia simples
Que se tornou um mega negócio
Concluí de mim pra mim
Com meus parcos e velhos botões
Que não seria capaz de criar tal empresa
Jamais poderia me tornar uma empresária
Como essa mulher se tornou
Sou incompetente demais pra isso
Quando vejo uma roupa que não uso
Ocupando espaço no meu guarda-roupas
Nem me ocorre a ideia de vender
Vou logo a algum lugar apropriado
E faço uma doação
O mesmo vale pra qualquer outra coisa
Que não uso mais e pode servir para alguém
Seja roupa
Livro
Móvel
Ou um shampoo que comprei errado
Não importa!
Parabéns às empreendedoras
E aos empreendedores de sucesso
Que estão felizes com suas ideias geniais
Mas eu fico mais tranquila
E me sinto bem mais humana sem elas

22 de janeiro de 2022

SENTIR GRATIDÃO



SEMPRE tenho a quem agradecer!
E só me sinto grata quando recebo algo de alguém
Coisas boas que não vêm de pessoas
São coincidências ou sorte
Não tem nada que agradecer por isso
Eu apenas comemoro
Fico contente
Mas nunca grata
E se um dia
Contrariando todas as evidências
Eu descobrir que uma coisa boa que me aconteceu
Foi ação de um ente superior
Não me sentirei grata
Me sentirei desconfortável
Porque eu saberia
Que houve uma injustiça
E como digo sempre:
Não sei apreciar a injustiça
Mesmo quando sou favorecida por ela
Taí a razão por que eu não gostaria
Nem respeitaria
O deus do cristianismo
Mesmo se ele existisse


8 de janeiro de 2022

JESUS



Veja o meu nome, o cara tá nele.
Desde muito pequena, minha mãe contava que tem Jesus no meu nome porque ele é meu padrinho de representação, e ela explicava o que é isso e falava dos poderes incríveis, da beleza, da bondade e do amor pelas crianças que Jesus era.
Eu, pequena e ignorante, acreditava nisso e me sentia feliz por ter no meu nome um ser tão maravilhoso assim.
MAS, aos 14 anos li a bíblia pela primeira vez, fiquei horrorizada com muitas coisas do VT e do deus terrível que tem lá, mas a minha maior tristeza foi descobrir que Jesus não era aquela maravilha de que minha mãe falava desde sempre.
Foi uma experiência marcante e o orgulho do meu nome se foi...
Hoje que sou ateia, gosto muito do meu nome porque acho super divertido ser uma contradição.
E dentre tantas coisas que não entendo, uma delas é o porquê de tanta gente, incluindo pessoas que não são religiosas, expressar tanta admiração e reverência por esse personagem.
Eu sei que tem muitas explicações, já ouvi e li diversas, mas continuo não entendendo.
É como aquela brincadeira de "Por que o avião voa?"

- Para quem não conhece, a piada é essa:
Uma pessoa pergunta por que o avião voa; outra pessoa explica detalhadamente todos os mecanismos, explica as correntes de ar, a sustentação, a engenharia envolvida. Enfim, todos os detalhes que, em tese, responderiam à pergunta. Depois de ouvir tudo com a máxima atenção, a pessoa que perguntou diz: “Tá bem, entendi tudo. Mas por que o avião voa?”.

5 de janeiro de 2022

GRAÇAS A DEUS



Eu vi o documentário “Onde eu moro”, na Netflix.

É triste como eu sabia que seria e, o tempo todo, a cada fala e depoimento, eu pensava "No Brasil é pior!".
Para dizer a verdade não sei se é pior ou não porque não tenho números, só imagino que seja porque imagino que tenha mais gente assim aqui do que lá, mas penso também que lá essas pessoas têm mais problemas quanto às temperaturas extremas do que suas irmãs de infortúnio têm aqui.
Enfim, não sei, apenas pensava nisso...
Lembro que quando morava em Copacabana via gente nessa situação o tempo todo, a Barata Ribeiro fica cheia de pessoas dormindo nas calçadas à noite; pelo menos no trecho em que morei.
Se precisava comprar alguma coisa no mercadinho do outro lado da rua ou na padaria na mesma calçada e já tinha anoitecido, inevitavelmente tinha que desviar de pessoas deitadas no chão.
Vi cenas marcantes que me tocaram muito e senti muito fundo a minha impotência e até meu medo quando pensava frases parecidas com o que acabei ouvindo também no documentário:
"Ninguém está livre disso" ou "Qualquer pessoa pode se tornar moradora de rua".
Eu chegava a pensar e meio que "escolher" os pontos do bairro onde dormiria se ou quando chegasse a minha vez.
Ficava muito triste e chocada principalmente por ver crianças, algumas delas com rostos e olhares adultos, deitadas e dormindo sobre pedaços de papelão.
Enfim, são muitos os sentimentos que nos atingem diante dessa realidade, e acho que os principais são a tristeza da impotência e a revolta contra o poder público representado por ricos e regido por milionários que PODERIAM fazer alguma coisa para que isso não existisse, mas não fazem e nunca farão.
Ver tantas pessoas morando na rua, tantas crianças, pequenas e nem tanto, dormindo sobre papelão, algumas vezes mal protegidas de chuva ou garoa, reforçou DEMAIS meu ateísmo.
Eu sempre pensava no quanto odiaria deus por aquilo, se ele existisse.
E chegava a sentir raiva das pessoas que, apesar de ver o que eu estava vendo, embotavam o raciocínio e anulavam qualquer empatia para continuar louvando e agradecendo a "bondade" de um deus que, elas sim, "sabiam" que existe.
O nível de egoísmo necessário para dizer um "Graças a deus!" depois de ver aquelas cenas que eu via era algo que me espantava e me chocava muito.
Na verdade, ainda me sinto assim e interpreto como confissão de egoísmo cada "graças a deus" que ouço ou leio, mesmo quando quem diz isso é minha mãe agradecendo a deus por essa sua filhinha que vos fala estar viva e bem.
O que penso é algo como:
Mãe, eu estou bem sim, mas não é "graças a deus"!

10 de dezembro de 2021

SOU FEMINISTA!



Digo sempre que sou MUITO feminista.
Mas não tenho e não gosto de discurso de ódio.
Exceto contra machos escrotos, claro. 
Esses merecem nossa aversão.
Menos ainda faço ou pactuo discursos de imposição ou kagação de regras para mulheres.
Como se precisasse ser assim ou assado para ser “feminista de verdade”.
Sou feminista porque sou a favor de as mulheres terem os mesmos direitos dos homens.
Aliás, sou a favor de que todas as pessoas tenham os mesmos direitos, de verdade e sem discursos retóricos para dizer que “Todos são iguais mas uns são mais iguais do que os outros”.
Sou feminista porque sou a favor da luta pela igualdade dos direitos que foram conquistados a duras penas. Incluindo pena de morte em muitos casos.
Sou feminista porque sou contra QUALQUER ato ou discurso que coloque obrigação ou cerceie a liberdade das mulheres... inclusive quando esses atos ou discursos vêm de mulheres que se dizem feministas.
E, além disso tudo, sou feminista mas não odeio homens, não sou contra os homens, não tenho aversão aos homens.
Sou contra pessoas escrotas, sejam quais forem, só isso.
Tenho consciência de quem costuma ter vertentes e pessoas radicais em praticamente todo tipo de grupo, em geral sou sempre contra os radicalismos.
Principalmente quando são ditados pelo ódio, pelo preconceito, pela discriminação.
Por isso, meu feminismo abraça também as mulheres trans e as mulheres que não têm vagina, e as abraça com muito carinho, com muito respeito, com muita admiração...
E se trocar a palavra “feminista” por qualquer outro tipo de luta por direitos de minorias (sociais ou numéricas) e meu raciocínio será o mesmo.
Porque sim! Sou uma dessas “Gentes dos direitos humanos”.
E tenho dito!