7 de dezembro de 2019

A DITADURA MILITAR TEVE UM "LADO BOM".

(O que estou respondendo aqui são falas reais de um defensor desse período)


Reaça: - Todos cantávamos o Hino Nacional todos os dias.

Divina: Nem todos cantávamos o hino nacional todo dia, e a maioria dos que cantavam – eu que só fingia cantar inclusive – não sabiam quanto sofrimento e quanta morte estavam acontecendo naquele exato momento nos porões da ditadura. Aliás, não sabíamos da existência dos porões da ditadura.
E, me desculpe, mas acho que cantar o Hino Nacional não é e nunca foi prova de que vivemos em uma nação civilizada e digna. Nos tempos de Hitler os alemães cantavam o Hino Nacional. Nos tempos de Franco os espanhóis também o faziam... e acho que posso dizer sem errar muito que o Hino Nacional de cada país nunca foi tão cantado quanto nos piores tempos das piores ditaduras.

Reaça: - Respeitávamos nossos professores, os policiais, nossos pais e as autoridades em geral

Divina: Respeitávamos os professores porque tínhamos recebido uma boa educação EM CASA e não por causa dos militares. Respeitávamos os policiais porque não sabíamos o que eles estavam fazendo. Respeitávamos nossos pais porque se não o fizéssemos seríamos espancados por eles, ou porque eles nos educavam melhor, e, novamente, isso não tem NADA a ver com os militares!
Respeitávamos autoridades em geral porque em geral as temíamos e, na minha humilde visão, respeito e temor não é a mesma coisa. E como temíamos as autoridades ou porque nossos pais nos dariam um tapefe de tirar o fôlego caso não o fizéssemos, respeitávamos. E, novamente, isso não tem a ver com os militares.
Respeitávamos ainda, provavelmente, porque nos ensinavam que algumas daquelas autoridades poderiam nos prender, e se isso tem alguma coisa a ver com militares devia ser porque o medo da prisão, e o conhecimento instintivo desse medo, tinha ultrapassado a censura e, mesmo não sabendo exatamente porque, sabíamos que não era preciso muita coisa para sofrer penas indizíveis. Quando criança muito pequena, naquela idade que os adultos acham uma gracinha e brincam com a gente quando estamos em algum lugar público no colo da mãe, eu aceitava brincar com qualquer pessoa, exceto policiais, minha mãe conta que se um homem fardado se aproximava de mim com brincadeirinha eu danava a chorar. 😊
Imagino que algo semelhante deve ter acontecido com as pessoas nos tempos da Inquisição.

Reaça: - Os militares erraram em alguns pontos, mas estavam perseguindo gente que queria implantar o Comunismo Soviético e Cubano aqui no país

Divina: Será mesmo que você consegue colocar o seu senso de ética, de humanidade e de decência tão longe e torná-lo tão pequeno e insignificante a ponto de poder dizer que adversários políticos devem ser derrotados a marteladas e choques nos testículos?
Fora que se você estudar fontes confiáveis (Não Olavo de Carvalho) verá que a esquerda no Brasil nunca teve o poder e a articulação de que é acusada pelos defensores dessa aberração que você também está defendendo agora.

Reaça: - Os inimigos que os militares queriam derrotar são os mesmos que hoje estão no poder e que fizeram toda essa lambança,

Divina: Desculpe, não sou especialista em história e pouco sei de economia, mas acho que escândalos de roubalheiras e de desvios de dinheiro aconteceram INCLUSIVE nos tempos - na sua opinião áureos - dos militares. Eu sou velha, me lembro de alguns deles de que ouvi falar rapidamente, “an passant”, antes de não ter mais uma palavra a respeito em jornal nenhum. A diferença daquele tempo e de hoje, pelo menos por enquanto, é que naqueles tempos os jornais não podiam publicar, a televisão não podia falar e os juízes não podiam condenar.

Reaça: - Os militares abriram estradas, fizeram pontes, fizeram hidroelétricas, linhas de transmissão, melhoraram portos e aeroportos

Divina: Sim? Não sei dizer exatamente se tudo isso foi assim TÃO verdadeiro e TÃO maravilhoso em todo o país (Lembro da música: “Caía a tarde feito um viaduto e lembro de um viaduto “no ar” que ficou anos e anos envelhecendo e inútil na frente da faculdade onde estudei), menos ainda posso pontuar todos os impactos ambientais, étnicos e sociais que toda essa melhoria proporcionou, mas lembro vagamente de alguns poucos casos desastrosos, como a Transamazônica, por exemplo.
E, que eu saiba, qualquer livro de história pode nos contar quanto custou o “Milagre econômico” que tornou o tempo dos militares tão próspero. Eu me lembro da pobreza e da inflação galopante (muito anterior ao PT) que eram resultado da dívida externa gigantesca gerada pelo “milagre econômico”.
Lembro também de ouvir os adultos fazendo piadas sobre a maravilha de ter altos cargos na Petrobrás: o emprego ideal para ladrões e “amiguinhos” de ladrões. Mais tarde soube que teve gente que denunciou a corrupção na Petrobrás na época da ditadura e teve problemas, como o jornal Pasquim e o Paulo Francis, se não me falha a memória.
Daí vem você e esse bando de revoltados acéfalos agindo como se corrupção na Petrobrás (entre outras) fosse invenção do PT só porque nunca viram ninguém ser preso e condenado antes.

Reaça: - As escolas tinham uma qualidade muito superior ao de hoje

Divina: Tinham sim! Mas tinham também muito menos alunos frequentando, muito mais excluídos. Sou uma das críticas mais ferrenhas do estado atual da educação no Brasil, mas NUNCA, (nunca mesmo!) vou querer que a educação pública melhore à custa da liberdade e da exclusão!
Ah, estudei em escola pública nos tempos da ditadura quando a educação era “muito superior” e meu pai, cada vez que via meus cadernos e livros, ficava horrorizado com a baixa qualidade da educação que eu recebia comparada à que ele recebeu quando tinha a minha idade, bem antes da ditadura e também em escola pública. Será mesmo que militares melhoraram o nível da educação ou só não conseguiram piorar o suficiente porque para isso precisavam de um pouco mais de tempo?

Reaça: - Não sou defensor da repressão e do autoritarismo

Divina: Engraçado você dizer que não é defensor de repressão e do autoritarismo enquanto defende a ditadura militar! Parece muito com um aluninho meu de quinta série (atual sexto ano) que uma vez disse, certamente repetindo o que ouvia em casa: “Não sou racista mas não gosto de negros” ou outro aluno mais velho que disse: “Não sou homofóbico mas se encontrar um viado na minha frente em caceto” e fez sinal de soco com a mão. Essa coisa de negar afirmando parece que virou moda ultimamente... é uma pena!

Reaça: - Olha o que seus "amigos" fizeram

Divina: Você relaciona duas coisas até curiosas como as que meus "amigos" fizeram: Primeiro o estatuto do desarmamento, sobre o qual pouco posso dizer além de que sou contra esse pensamento troglodita e, desculpe dizer mas burro, de que uma arma na mão de cada “cidadão” resolve todos os problemas de violência no país; e a outra é que me lembro vagamente de ter acontecido uma votação a respeito e a “não arma”, se não me falha a memória, ganhou.
O outro ponto que ironicamente você coloca como algo terrível que os meus "amigos" fizeram foi, nas suas palavras, “tentativa de controle da imprensa”. Cara, juro que agora fiquei espantada! Então você defende os militares que CONTROLARAM a imprensa criticando a democracia que, “tentou” controlá-la? Onde foi parar a sua lógica?
De onde você tirou isso de que houve essa tentativa eu não tenho certeza, mas imagino, e nem sequer duvido de que tenha havido algo que poderia ser visto dessa forma, mas acho que a simples existência da Globo e da Veja com suas meias verdades, versões elaboradas e palavras escolhidas para – elas sim! – controlarem o que e como o povão pensa e quem e como o povão ama ou odeia já torna claro que essa “tentativa” não deu muito certo. Esse controle DA imprensa sobre o povo é mais do que prova de que a imprensa pode até estar sob controle, mas não do governo!


6 de dezembro de 2019

LEMBRANÇAS DE INFÂNCIA


Não sei como eu era, mas sei como parecia a mim mesma. Minha mais antiga lembrança. Eu era só pernas e cabeça. Muito alta, muito altas as pernas porque chegavam até o pescoço, então havia a cabeça com os cabelos enormes e que não ficavam como eu queria que ficassem. Eu nem mesmo sabia como queria que ficassem. O rosto com olhos enormes que sabiam ver mas não sabiam entender nada do que viam e a boca que sempre se arrependia do que dizia e que nunca conseguia ficar fechada. Tinha também a testa, quase tão grande como as pernas e que se enchia de espinhas o tempo todo e de suor todo o dia. E havia os joelhos. Eram dois e estavam sempre machucados; um sangrava, outro tinha ferida com casca que era bom de tirar, aí o que estava com casca ralava de novo e sangrava e o que estava sangrando criava casca que era bom de tirar. Mas tirar casca de ferida fazia sangrar e se a mãe visse fazia levar bronca. Às vezes os dois joelhos estavam iguais, ou sangrando ou com casca. Você vai ter pernas feias, os joelhos cheios de cicatriz, não vai arrumar namorado desse jeito. Era a mãe falando. Então eu pensava no namorado que não teria por causa dos joelhos feios e cheios de cicatrizes. Ele era marrom e bonito e gostava de outra menina que além de pernas tinha também um corpo, uma cara bonita e enormes cabelos que ficavam do jeito que ela queria que ficassem. Ela sabia como queria que eles ficassem. Tinha a professora que era preta, era gorda e era linda de tão simpática mas que passava o tempo todo escrevendo na lousa e escrevia tão depressa que não dava tempo de copiar, principalmente de copiar enquanto olhava para o menino que era o namorado que não ia me querer nunca porque eu era só pernas e cabeça. Mas um dia eu tive um vestido de papel e fui uma boneca frágil e linda porque era vermelha e amarela e nenhum vestido foi mais bonito do que o meu, e era meu aniversário e a professora que era preta, gorda e linda deixou que eu servisse os docinhos porque era meu aniversário e eu fiquei feliz mas acabou porque teve o dia que eu entrei na sala da menina que sabia como queria que o cabelo dela ficasse para ser bonito e o meu namorado que não me queria tinha deixado um recado de amor para ela e eu chorei. E na hora de brincar de roda eu e minhas pernas sempre escolhíamos o meu namorado que não me queria para brincar e ele escolhia a menina de cabelos bonitos e eu ficava triste mas eu tinha uma amiga que me dava biscuit e copiava a lição pra mim porque ela sabia escrever muito rápido e era muito, muito boa mesmo e ela morava perto da escola e a casa dela só tinha uma mesa e pacotes de biscuit porque eu fui lá algumas vezes e não me lembro de nada além de uma mesa e pacotes de biscuit. Um dia eu fui comprar paçoquinha e umas crianças acharam que eu não era só pernas e cabeça e viram que eu usava calcinha e fizeram que eu brincasse de mamãe e disseram que a mamãe tira a calcinha na hora que vai dormir, eu que tinha olhos enormes que viam e não entendiam nada, não entendi o que era a brincadeira e nem sabia porque uma mãe iria tirar a calcinha para dormir mas não entendia e eles sabiam brincar de um brinquedo novo que era fingir que dormia só que antes tinha que tirar a calcinha e então eu que não entendia nada tirei a calcinha e eles esconderam a calcinha e não queriam me devolver e eu comecei a chorar mas eu não tinha vergonha porque era muito burra de sexo e nem sabia que eles não eram burros de sexo que nem eu e eles me deixaram chorando um monte de tampo entes de devolver minha calcinha porque tinham escondido debaixo de uma frigideira mas eu fui pra casa e fiquei parada perto da minha mãe e queria contar uma coisa para ela mas era uma coisa que eu não sabia o que era e nem tinha certeza se era uma coisa das que se conta para a mãe da gente e eu esperei com cara de quem fez alguma arte e a minha mãe parou de lavar a roupa um pouquinho e me perguntou porque eu estava olhando pra ela com aquela cara lambida e o que eu tinha feito de arte para estar com aquela cara de culpada, então eu pensei que não podia perguntar para ela porque as mães tiram a calcinha para dormir e se as mães tiram a calcinha para dormir e se era muito errado brincar de fingir que dorme como a mãe que tira a calcinha para dormir e deixar que as outras crianças escondam a calcinha da gente debaixo de uma frigideira e pensei que se eu perguntasse ela talvez fizesse como no dia que eu chamei ela de filha da puta e ela me bateu muito muito até eu ficar chorando e pensando muito para tentar descobrir o que era uma filha da puta que ela falava para mim mas eu não podia falar para ela. Agora eu sei que ela falava porque não queria me xingar mas eu falando estava xingando ela. Eu não entendia nada com os meus olhos enormes que só viam sem saber e as minhas pernas enormes que só tinham joelhos machucados que seriam muito feios e que o meu namorado nunca ia me querer. Mas acabou o tempo gostoso das férias e na volta da escola tudo ficou ruim porque os meninos gritavam cadê a minha calcinha e riam muito e o outro respondia está debaixo da frigideira e riam muito e só me viam andando na rua que riam muito e gritavam cadê a minha calcinha e outro respondia está debaixo da frigideira e eles riam muito e as meninas riam muito também e eu não sabia o que fazer porque não sabia que era tão bom humilhar as pessoas assim e eu fiquei com medo do meu pai me bater muito muito porque tudo que falava de menino e de mim junto meu pai ficava bravo porque ele achava que menino e menina não podiam nem brincar de nada muito menos de esconder a calcinha debaixo da frigideira e eu fiz de conta que não sabia nada, nada nem o pouquinho que eu sabia e perguntei para as meninas que não riam e que olhavam para mim com cara de muita pena e de muita tristeza por causa da pobre coitada que eu era e elas me contaram que os meninos falaram que fizeram besteira comigo e eu não sabia o que era fazer besteira mas achei que era a mesma coisa que brincar de fingir que dormia que nem a mãe que antes de dormir tirava a calcinha e eu disse que não fiz nada e elas não acreditaram muito mas eu disse que não fiz nada e fiquei a vida inteira dizendo que não fiz nada e disse que não fiz nada para todo mundo e quando minha mãe me perguntou eu disse que não fiz nada e quando meu pai me perguntou eu disse que não fiz nada e quando todo mundo me perguntou eu disse que não fiz nada e eu fiquei sendo a maior mentirosa do mundo porque eu aprendi a dizer tão bem uma mentira que nem era mentira direito que ninguém podia deixar de acreditar em mim e meu pai e minha mãe acreditaram mas os meninos ficaram perguntando onde é que tá minha calcinha o tempo todo porque não adiantava eu dizer que não fiz nada e eles diziam que eu ia ficar grávida e que eu ia tirar o neném e eu não sabia de onde é que eu ia tirar um neném mas eles riam muito de mim e eu nem queria ir para a escola mas meu pai não deixava eu não ir e um dia a professora brigou com todo mundo porque ficavam rindo de mim e eu gostei tanto tanto da professora que sempre sempre ia lembrar muito dela mas agora eu esqueci. Só lembro que o nome dela era Dona Lurdes. E teve o dia que um monte de meninos estava perguntando cadê a minha calcinha e dando muita risada de mim no caminho da escola e eu já devia estar acostumada com isso mas eu não estava e o meu namorado que não gostava de mim estava junto e ele também ria de mim e eu senti tanta dor mas tanta dor que peguei uma pedra e joguei para acertar em qualquer menino que estava perguntando cadê a minha calcinha e dando risada de mim e fazendo meu namorado que não gostava de mim rir também e eu joguei a pedra e ela acertou nas costas de um menino que era loiro e inteligente e que disse depois que não estava rindo de mim mas que eu não sei não mas acho que ele estava rindo sim e ele foi para o hospital e levou ponto no machucado dele e a mãe dele foi na minha casa falar para a minha mãe que eu precisava apanhar porque eu tinha jogado uma pedra no filho dela e ele teve até que ir para o hospital e levar ponto porque o machucado foi muito grande e ela estava muito brava comigo e parece que ela queria ela mesma bater em mim e eu disse para ela que joguei a pedra porque eles estavam rindo de mim e perguntando cadê a minha calcinha e eles riam muito e eu fiquei com raiva e joguei a pedra e que podia acertar em qualquer um que estava rindo de mim e que acertou no filho dela ela então ficou com raiva mas foi com raiva do filho dela e deu uns tapas nele e xingou ele que bem feito de ele ter levado a pedrada e pediu desculpas para a minha mãe e foi embora e eu fiquei gostando muito dela porque o filho dela nunca mais riu de mim quando os outros perguntavam cadê a minha calcinha e riam.


5 de dezembro de 2019

A VIDA NÃO É BONITA!


Viver é um pé no saco. E olha que eu nem tenho saco... Não tenho mais saco para brincar de dizer que a vida é legal, não acredito mais nessa mentira há tempos, a vida é um porre, é ruim, é inútil, é desagradável. Viver não tem nenhuma razão, nenhum sentido, nenhuma graça.

Jovem gosta da vida porque só vive, não pensa. Mas a gente vai vivendo e começa a pensar. Por que será que é tão importante para raça humana ficar se dizendo o tempo todo que a vida é legal? Se fosse mesmo seria preciso ficar dizendo tanto? Por que a maioria das religiões condena o suicídio, não seria para que não haja suicídios em massa? Por que a gente tem tanto medo da morte se a vida é muito mais apavorante? Deve ser por que sem esse medo atávico a gente se recusaria a viver. Quem iria querer ficar nesse mundo tão ruim se não estivesse preso por um instinto que nada tem de racional?

Na vida tem prazer. Tá bom, tem prazer sim, mas quais são eles? Sexo? Para a maioria de nós é pecado, é tabu, é nojento, é comércio, é forçado de uma forma ou de outra. Ou é forçado porque a mulher transa só com o marido para ser honesta, ou é forçado porque o marido transa só com a mulher para ser responsável, ou é forçado porque a amante transa o homem casado por dinheiro, ou porque a menina ou o menino transam porque seus hormônios não são domináveis, ou é forçado porque já que todo mundo transa... ou é forçado mesmo. Estupro legalizado ou não. Sexo sem nenhum tipo de amarra praticamente não existe, ou realmente não existe, exceto, talvez, entre os animais. E se não tiver amarras tem consequências, é a gravidez indesejada, a traição ou o medo dela, a doença venérea mais ou menos grave, a acusação de pecadora, galinha, puta, vagabunda, “viado”, sapatão... Ou a cobrança que obriga a mentir, o garanhão que brocha, o sátiro que gostaria de encontrar sua alma gêmea, o cara que tem o pinto pequeno e é obrigado a tentar acreditar que tamanho não é importante, ou aquele que, coitado, nem sabe se tem pau pequeno ou não. Sexo, para a imensa maioria, acaba sendo na verdade algo ruim que se finge que é bom, algo bom que deixa culpa e sofrimento, algo morno de que não se fala nada ou se fala mentiras. E a vergonha do corpo? Quantos gordos e gordas? Quantos velhos e velhas? Quantos feios e feias? Quanta gente tão longe da “perfeição” se cobrando e se travando pela vergonha!

Que outro prazer tem? Comer. Mas comida nem todo mundo tem, e quem tem nem sempre tem o suficiente para o prazer, e quem tem para o prazer não pode porque engorda e gordura é feio. Tudo bem, é doença também mas quem liga? O ruim mesmo é que é feio. Comer por prazer dá vergonha, quase tanto quanto o sexo, dá culpa quase tanto quanto o sexo. Comer por prazer também é pecado, como o sexo. Comer é tão ruim quanto fazer sexo.

Beber? Mas beber vicia, dá ressaca, vira do avesso, destrói lares, mata de cirrose. Beber é pecado, é vício, em muitas culturas é proibido. Quanto às drogas ilícitas nem precisa falar porque basta falar das lícitas para lembrar que com as outras tem ainda mais dificuldades, problemas e consequências.

Criar filhos? Criar filhos não é prazer, é obrigação do instinto, é o instinto irracional da entrega, de cuidar e amar aquele que, se não fosse o instinto que impede até pensar nisso, seria a pessoa que primeiro desejaríamos matar. Sim, é cuidar de quem ficará no seu lugar quando você morrer, e por instinto você não quer morrer, mas prepara seu substituto como boi baixando a cabeça para o abate.

Amar as pessoas é um prazer? Talvez por um tempo, mas logo acaba. A pessoa não quer mais, você não quer mais, a pessoa morre, você morre, a pessoa te trai, você trai, a pessoa adoece, fica inútil e você tem que cuidar, você adoece, fica inútil e a pessoa tem que cuidar. Amar dói.

Viver é esperar a grande desgraça. E não se pode nem pensar em escapar. Ela virá, para você ou para alguém que você ama muito. Ela virá, com toda certeza, virá! Você só não sabe quando. Será a morte, uma doença, a velhice incapacitante, um acidente que mutila. Às vezes mais de uma dessas coisas vêm, juntas ou numa sequência com intervalos variáveis. Vem uma desgraça, duas ou várias, mas vem, sem dúvida nenhuma vem. É só uma questão de tempo.

As pessoas são boas? Mentira, somos todos terrivelmente ruins, não mato porque sou covarde, você não mata porque está alienado pela religião e, nesse momento, ela diz para não matar. Mas houve tempo em que a religião mandou matar e talvez volte a fazê-lo, então você também vai matar, torturar, roubar, humilhar, caluniar, e dizer que é a vontade de Deus. A religião leva a isso, é só uma questão de tempo. Tempo no passado ou tempo no futuro, talvez os dois.

Tem deus para te consolar? Só se você fechar bem seus olhos, seus ouvidos e sua mente. Só se você não pensar nem por um momento na dor que te cerca, que está sempre e a todo momento em você ou a teu redor. Deus como consolo? De que maneira se a religião afirma que ele mandou você não pensar? se a religião quer que você veja como pecado tudo aquilo que é contrário àquelas leis que, em algum momento, um homem cheio de fanatismo, paranoia e esquizofrenia, às vezes junto com outro sádico, humilhado e cheio de ódio doentio escreveu e disse que foi o próprio deus que o fez. E você acredita porque esse bando de loucos escreveu também que se você não acreditar será porque tem uma aliança com o diabo ou está sob a possessão dele – essa entidade que parece inspirada nas paranoias desses profetas lunáticos – e você será um descrente, um herege, um ímpio, um pagão, um qualquer-coisa que merece em tempos de paz o asco, o medo, a repulsa, o isolamento e até uma piedade rancorosa, e em tempos de guerra a tortura, a morte. Se você pensar será o isolado porque tudo que você pensar merecerá um “vade retro” e você corre o risco de se tornar o próprio diabo sem nem sequer acreditar nele.

Ah, tem o conhecimento. O saber é um prazer. Mas como se quanto mais sabemos mais sabemos o quanto somos ignorantes? E se sabemos, mais ainda, que nem sequer temos condições de avaliar a extensão da nossa ignorância? Somos amebas olhando para o sol, que pode entender de sol uma ameba? Que podemos entender de alguma coisa nós, pobres macacos pelados?

A natureza é linda, tem no mundo paisagens de tirar o fôlego do ser humano mais insensível, são recantos verdes, são ilhas em meio a mares azuis, são flores, perfumadas ou não, com suas cores e brilhos, são animais cuja aparência ou habilidade nos deslumbra, são filhotes cuja beleza e fragilidade quase que faz com que acreditemos no bem. Mas onde não vemos está o lindo inseto lançando veneno para capturar outro inseto não tão lindo assim, está o belo pássaro cantor se esbaldando de assassinar insetos, está o réptil capturando os filhotes mal saídos dos ovos de pássaros coloridos, está um peixe abrindo a boca e engolindo vários outros menores, às vezes da própria espécie, está um homem preparando uma armadilha para capturar um roedor a fim de vender sua pele, estão todos os seres vivos em uma guerra infinita de assassinatos em massa a que os biólogos chamam de cadeia alimentar. Um deus tem que ter requintes de sadismo para criar tal natureza, e nós temos que ser muito burros para ver beleza nisso. E somos.
E não, eu não estou falando da minha vida. Estou falando da Vida, ela mesmo, assim, com letra maiúscula. Alguém vai querer me convencer de que a vida é bonita? Comparada com o quê?

4 de dezembro de 2019

UM NATAL DIFERENTE


Eu não quero te desejar um feliz natal, eu quero te desejar uma feliz vida, quero desejar que você tenha uma sequência tão longa de dias felizes quanto forem os dias que te faltam pra viver, e que eles sejam muitos! Quero que você seja feliz a ponto de sentir provado em sua vida que felicidade contínua não causa tédio e que ser feliz de verdade não cansa.

Quero que você seja feliz mas não posso te desejar um feliz natal porque não acredito em natal, ao menos não acredito nele com essa conotação religiosa que tem, embora pense que todo pretexto para amar o outro e demonstrar isso seja válido. Pena que todos nós costumamos amar o outro de forma tão restrita! Amar apenas o outro que conhecemos, o outro do qual somos amigos, o outro que pensa como nós, o outro que é nossa família. Seria tão bom se todos nós pudéssemos ampliar esse “outro” até abarcar todas as pessoas do planeta nessa definição! Isso é o que eu desejaria!

O “aniversariante do dia”, embora esteja no meu nome, não significa nada para mim além de uma ideia em nome da qual muito se matou e muito se odiou no mundo, e em nome do qual ainda se mata e ainda se odeia. Não sei ser condescendente com ideia tão destrutiva, me desculpem. Uma grande parte do planeta não conhece esse aniversariante e não comemora esse dia e eu quero que eles também sejam felizes. Não posso desejar a eles um feliz natal, mas posso desejar a eles uma feliz vida! A partir de hoje, a partir do dia de natal, a partir do dia primeiro do ano ou de qualquer dia que seja. Que eu desejo que seja o mais breve possível.

Para minha dor e minha frustração embora deseje, a você e ao mundo, com todas as minhas forças, uma feliz vida, eu não acredito de verdade nessa possibilidade; só o que posso fazer é desejar estar errada, desejar muito estar errada, desejar com todas as minhas forças estar errada. Na verdade tudo que eu pediria como presente de natal se pudesse pedir um presente de natal seria isso: estar errada! Mas sinto que, infelizmente, infelizmente, infelizmente, por mais que se deseje e por mais que se faça, não existe vida feliz.

O que acho mesmo é que as pessoas continuarão, contrariando todos os meus desejos, matando e odiando o outro em nome de um deus irracional, de um deus “todo bondade” que manda matar, de um deus “todo bondade” que inventou a morte, que criou o mal e que precisa ser adorado contra toda a lógica e toda a racionalidade. Em nome de seus deuses – que são vários e que em muitos casos se dizem únicos – o ser humano, manipulado e manipulável, estará sempre odiando, agredindo, desprezando ou simplesmente ignorando o outro ser humano. E esse outro ser humano será o “herege” por não seguir os preceitos do seu deus ou será aquele que também odeia porque é por sua vez manipulado e manipulável por ideias diferentes sobre o mesmo deus ou pela ideia de um outro deus, diferente mas extremamente igual porque também “manda” odiar, agredir, desprezar, ignorar.

Acho que o que eu poderia desejar de mais valioso para o mundo seria um Livrar-se-desses-deuses-todos, um Amar-incondicional-e-verdadeiro, um Considerar-próximo-também-o-distante, um Considerar-igual-também-o-diferente, um Pensar-por-si-próprio-e-respeitar-maiúsculo-e-completo; um Fim-de-barreiras, um Fim-de-limites, um Abrir-mão-de-ter-razão.

O que sei que nunca vai se realizar mas que desejo e desejo muito muito é que cada pessoa na Terra quisesse, pudesse e conseguisse, durante toda a sua vida e sem se cansar nem selecionar, dar e receber AMOR, receber e praticar RESPEITO, permitir e ter LIBERDADE.

MINIDICIONÁRIO DE RELACIONAMENTOS HUMANOS


Alegria: É algo que a gente sente porque esquece por momentos dos motivos que temos para não senti-la. E os motivos são muitos: pessoas morrem de fome; pessoas morrem de sede; pessoas morrem de frio. Crianças são usadas como escravas, inclusive sexuais, por adultos sem escrúpulos; existem adultos sem escrúpulos e eles são muitos...

Bondade: Tem dois irmãos dos quais é muito próxima e com os quais, se olharmos bem, ela se parece muito. Os irmãos são a Vaidade e o Orgulho. A Bondade é tão ligada a esses dois irmãos que, se os tirarmos de perto, ela provavelmente deixará de existir.

Caridade: É quase um sinônimo de Bondade na medida em que existem os sinônimos. A diferença é que a Caridade é mais prática, mais concreta. Consiste em dar aos outros aquilo de que não precisamos e que, na maioria dos casos, se não encontrarmos quem queira, jogaremos fora.

Destino: É o que usamos para nos eximir de praticar alguma ação efetiva que pode nos tirar de nosso conforto. “Se milhões morrem de fome enquanto eu preciso fazer regime não é culpa minha, é apenas porque “quis o destino” que eu nascesse em uma situação melhor do que esses milhões de pessoas”

Essencial: É tudo aquilo que eu preciso ter para ser feliz. Mas se milhões de pessoas não podem ter o que é essencial para mim, tudo bem, a lista de prioridade das pessoas é diferente e isso não vai atrapalhar ou embaçar a minha felicidade. Afinal, se para mim é essencial ter o carro do ano e se, em situações financeiras mais críticas, eu posso sobreviver sem o carro do ano uma ou duas semanas por que outras pessoas não podem também abrir mão por algum tempo do que é essencial para elas? Acontece que nem todo mundo tem como prioridade possuir o carro do ano, tem gente que precisa apenas comer...

Falar: É um verbo que não está obrigatoriamente ligado ao verbo ouvir. Muitas pessoas falam e falam o tempo todo sobre seus problemas, seus achaques, suas mazelas, suas revoltas, suas crenças mas não ouvem uma única palavra do seu interlocutor, principalmente se este tiver crenças diferentes ou se tiver a audácia de tentar falar também de seus problemas, seus achaques e suas mazelas. Credo! É preciso que a gente se afaste de pessoas que gostam de conversar sobre coisas negativas!

Galinha: É a mulher que se comporta com a mesma liberdade sexual que é normal para os homens, isso, é claro, se essa mulher não for minha filha, minha irmã, minha mãe ou qualquer outra mulher do meu círculo familiar. Galinha pode ser também a mulher que o homem que eu queria conquistar escolheu para namorar ou casar, nesse caso o comportamento sexual dela não importa.

Honra: É uma coisa muito importante e que a gente deve ter caso não tenha dinheiro nem posição social ou política de destaque. No caso de termos dinheiro a necessidade de honra será inversamente proporcional ao número de zeros em nossa conta bancária. No caso de termos posição social a necessidade de honra também será inversamente proporcional a essa posição, só muda um pouco no caso da posição política, aí o importante não é ter honra, é parecer que tem ou, melhor ainda, é que ninguém fique sabendo que você não a tem.

Irmão: É alguém que foi criado comigo e que, teoricamente, tem os mesmos direitos que eu, mas só teoricamente porque na prática eu sempre tenho direito a mais um pouco. Irmão é também o outro: o outro ser humano, a outra pessoa, o outro membro do grupo, ou seja, aquele a quem eu digo amar como a mim mesmo mas que comumente, no trabalho e na vida, faço de escada para minha ascensão social.

Jamais: É o tempo em que, sem dizer para ninguém nem sequer para nós mesmos, sabemos que acontecerão muitas das coisas que formam nossas esperanças e metas para o futuro, seja no aspecto pessoal ou no coletivo. Sabemos, por exemplo, que os homens jamais serão irmãos uns dos outros; sabemos que jamais deixaremos de separar a humanidade em nós os melhores, e eles os inferiores. Essa separação é feita em todos os aspectos da vida: aspectos físicos como espessura do tecido adiposo, cor da pele ou do cabelo; local e condição de nascimento, como ter nascido em um país, cidade ou até hemisfério do globo diferente, ou ser pobre; tendências como orientação sexual ou ser de esquerda ou de direita; crenças religiosas ou políticas; opções por times de futebol ou por esporte predileto e características como ser tímido ou extrovertido. Jamais deixaremos de ser inimigos uns dos outros.

Liberdade: Uma das maiores mentiras que contamos a nós mesmos. Todos queremos ser livres e por saber que a liberdade é totalmente impossível, gostamos de dizer que somos livres sem nos dar tempo de pensar mais profundamente no significado de ser livre. Estamos presos a nossa cultura, a nossa família, a nosso corpo a nosso planeta a nossas reduzidas opções de escolha, a nossas crenças, a nossas convenções sociais. E ironicamente nos dizemos livres!

Morte: É algo que nos assusta tanto que criamos subterfúgios para, pelo menos enquanto estamos vivos, escapar dela. Muitas culturas têm a crença em uma vida após a morte, outras acreditam em reencarnação e tem aquelas que acreditam em retorno dos mortos aos seus corpos originais. Aí eu fico imaginando uma pessoa que viveu há mais de mil anos e que vai retornar e precisa de seu corpo, mas as moléculas que o formavam já estão diluídas em outros corpos, animados e inanimados, como será feita essa “cata”? Suponha que uma parte do que foi a pessoa está agora formando o corpo de uma criança, como se resolverá esse problema? Mas ninguém quer pensar nessas coisas, o importante é fugir da morte, fazer de conta que a vida não é um suspiro entre duas eternidades.

Natureza: Uma coisa que a gente costuma colocar como exemplo máximo de beleza mas que tem morte, tortura, parasitismo, exploração; que a gente costuma colocar como sinônimo de toda perfeição mas que tem má formação, defeitos congênitos, distúrbios de crescimento. A natureza é algo que nós podemos afirmar que nos comove ao extremo com suas belezas mas que, se olharmos mais de perto, pode nos arrepiar e apavorar com seu horrores.

Oportunidade: É aquilo que a gente costuma aproveitar para se aproveitar das pessoas. Chamamos de oportunidade a ocasião, o ensejo que se nos apresenta de fazermos ou usarmos algo de forma a que esse algo nos traga algum tipo de vantagem, o problema é que em geral esse algo e essa vantagem é uma coisa que prejudica alguém, que faz mal a alguém ou que usa alguém como meio, como degrau, como objeto a ser explorado. Não nos importamos na maioria das vezes, porque é tudo para um bem maior: o nosso.

Paz: Uma utopia que às vezes a gente faz de conta que tem. O ser humano como indivíduo não tem paz porque está sempre com medo: medo de deus, medo da morte, medo do outro ser humano. Como grupo não temos paz porque estamos sempre em posição de defesa ou de ataque, geralmente dos dois, contra o grupo vizinho. Para nos defendermos, e atacarmos, precisamos de exércitos, estratégias, segredos e, fundamentalmente, esconder o medo e gritar mais alto, seja esse grito no sentido real ou no sentido figurado. Jamais houve um período de paz no mundo, jamais haverá, mas muitos de nós continuamos afirmando que nossa vida é totalmente dedicada a alcançar a paz, e muitos de nós estamos sendo sinceros.

Querer: É a vontade de ter algo, de que algo aconteça. O querer é que nos faz sentir vivos, queremos sempre alguma coisa, em geral muitas coisas. Sabemos que todas as pessoas do planeta, assim como nós, exatamente como nós, também querem coisas, mas nosso egoísmo não nos permite colocar o querer do outro à frente do nosso. O que importa se tudo que o outro quer nesse momento é ter um teto sobre sua cabeça se eu quero comprar aquela mansão de vinte e cinco quartos? Que importa se tudo que o outro quer é fazer três refeições por dia se eu quero dar um jantar para cento e oitenta pessoas fúteis, vazias e alienadas como eu e servir como sobremesa quindins em forminhas folhadas a ouro?

Razão: É algo de cuja falta ninguém costuma reclamar. Todos nós nos sentimos e nos vemos como seres racionais até mesmo quando fazemos coisas totalmente insensatas ou acreditamos nos maiores disparates. E todos temos razão sempre que expressamos nossa opinião, temos razão quanto a nossas escolhas e preferências, temos razão quanto às nossas crenças. Tenho razão em torcer para esse time porque ele é o melhor; tenho razão em pertencer a essa religião porque ela é a única verdadeira; tenho razão em amar meu país porque ele é o melhor país do mundo; tenho razão. Nunca nos damos conta de que é gente demais tendo razão para que alguém efetivamente a tenha.

Sentido: É algo de que, em geral as pessoas, as coisas e a vida são totalmente desprovidas. As pessoas não fazem sentido porque se julgam boas no mesmo momento em que se aplicam em pisar e repisar outras pessoas, em matar por esporte, em condenar seres alados à prisão perpétua, em achar que o outro merece, deve e será torturado por toda a eternidade, em achar que conhece o outro a ponto de decretar sua derrota, sua inferioridade, sua miséria. As coisas não fazem sentido porque tomam diversos aspectos, definições, utilidades e características ao bel prazer ou à revelia das pessoas e ao mesmo tempo com respeito a diferentes pessoas: as coisas são muito complexas! A vida não faz sentido, nenhum sentido, porque não há objetivo, fim, utilidade que possa ser comprovada indiscutivelmente para nenhuma vida em nenhum momento, vista de nenhuma perspectiva.

Terra: É o planeta azul que a gente gosta de chamar de casa mas que é prisão, que a gente gosta de dizer que está em perigo quando nós é que estamos, que a gente gosta de dizer que pede socorro quando a nossa existência é que clama. Nos achamos tão importantes que chegamos a pensar que a terra é um organismo que sente a nossa presença e precisa de nós, pobres seres oniprepotentes que somos! Quando mais pessimistas, vemos a nós mesmos como algo que incomoda a terra e causa mal a ela. O que não podemos pensar e o que não suportamos acreditar é na muito possível verdade de que a terra é um organismo que ignora, no sentido mais fundo e dolorido da palavra, a nossa existência. Chegamos e partiremos sem que o planeta tome conhecimento de nós para o bem ou para o mal, essa é a possibilidade que não podemos aceitar.

Universo: É a nossa casca de noz, o mundinho que vemos sem vermos nada à frente do nosso próprio nariz. Dizemos, estudamos, sabemos que o universo é imenso, no entanto acreditamos que todo ele foi criado apenas para nós, com o único objetivo de nos conter. Nossa prepotência é tão grande que quase todos nós frequentamos lugares diversos, ouvimos discursos em línguas diversas e lemos livros “sagrados” diversos que nos contam como foi o universo criado em nosso nome e para nos servir de casa. Não nos damos conta de que nossa pretensão, nosso convencimento, nossa megalomania é tão grande que se pudesse ser medida ultrapassaria em muito o tamanho do universo, por maior que ele seja e mesmo que ele seja infinito.

Vida: É algo que a gente diz que todos devemos valorizar mas que nós só valorizamos mesmo a nossa e, no máximo, algumas poucas que estão próximas a nós. Devemos valorizar a vida mas criamos instrumentos cuja única utilidade é tirar a vida; devemos valorizar a vida mas vamos matar o inimigo; devemos valorizar a vida mas vamos brincar de matar o animal; devemos valorizar a vida mas vamos contar as mortes como estatística e afirmar que a chacina não foi tão grande assim; devemos valorizar a vida mas dizemos que a guerra foi necessária, que a bomba foi necessária e que os assassinados foram “heróis lutando pela paz”.

Reflexão final - Meu dicionário termina aqui, poderia ter muitas palavras mais, mas estou cansada de olhar para mim mesma e ver quão horrível sou. Deixa ir até lá fora ver se encontro uma flor.

2 de dezembro de 2019

O TABU DA VIRGINDADE


Eu tenho 60 anos.

          Quando era criança, por tudo que ouvia dos adultos, fiquei sabendo que “mulher solteira que não é mais virgem não presta” e que “moça que se casa de branco sem ser virgem está cometendo um pecado mortal”. Antes de saber o que significava, aprendi que a palavra designava algo que as mulheres tenham obrigação de ser sempre e que as que não fossem iriam para o inferno. Mais tarde fiquei sabendo que existia uma coisa chamada sexo, algo que me pareceu nojento e que era feito entre um homem e uma mulher, soube também que sexo só podia acontecer depois do casamento e que servia para fazer neném.

          Teve uma mulher que foi muito importante na minha vida, ela era viúva, não tinha filhos, morava sozinha e me contou que no dia do casamento ficou com tanto medo do marido que correu para o quarto dos pais dela e se escondeu debaixo da cama chorando. Sexo me parecia algo um tanto assustador, principalmente porque quando a mulher se casava era obrigada a deixar que o marido fizesse isso com ela.

          Aos poucos fui aprendendo que não era bem assim. Aprendi que sexo era bom quando a mulher gostava do homem, que dava prazer e que o maior perigo de fazer isso antes do casamento era engravidar e ser expulsa de casa.

          Depois aprendi mais e, sendo a brigona questionadora que sou, concluí que virgindade era um mal tremendo que aterrorizou e destruiu a vida de muitas mulheres ao longo da história e que os que mais levavam vantagem com toda essa tortura de que as mulheres eram vítimas desde sempre eram os homens, e principalmente os homens mais escrotos e nojentos.

          Tenho uma tia que dizia para a mocinha quase criança que eu era: “O importante é guardar a porta da igrejinha”, a “igrejinha” era minha vagina e a “porta” era meu hímen. Eu achava essa frase absurda e a comparação humilhante porque ouvia falar de mulheres que “faziam outras coisas” mas tomavam cuidado para não “perder a virgindade”. Isso me parecia tão hipócrita que decidi que quando resolvesse fazer alguma coisa não seria pela metade, que nunca usaria de hipocrisia para guardar o que quer que fosse.

          Ouvi também muitas histórias de homens que enganavam as mulheres jurando amor só para conseguir “tirar a virgindade” delas e depois sumiam, a desprezavam e partiam para outra conquista. Ouvi que nos tempos da minha mãe menina era ainda pior porque os pais expulsavam essas moças de casa e elas acabavam virando putas porque não tinham para onde ir. Sabia também de maridos que traiam e humilhavam as esposas porque elas não se casaram virgens, eles diziam a elas que só se casaram porque foram obrigados e que elas eram putas. O que me enfurecia mais é que esses maridos tinham enganado essas mulheres com declarações de amor eterno e, quando elas caíram na conversa deles e as famílias, descobrindo tudo, forçaram o casamento, eles se sentiam traídos, e acusavam a mulher de puta dizendo que “se deu pra mim, daria pra qualquer um”. Muitas eram espancadas sob essa acusação.

          Eram tantas histórias que eu ouvia, muitas com nome e endereço, que me tornei uma jovem revoltada contra os machões que humilhavam as mulheres ou que exigiam virgindade delas. Hoje se diria que me tornei feminista. É como me defino hoje, mas naquela época não ouvia esse nome e não nomeava o que eu era. Comecei a dizer coisas como “Quando um neném nasce não dão um tapinha na bunda? Nas meninas deveriam também enfiar um dedo para livrá-la desse castigo chamado virgindade” e “Se um homem não me quiser por eu não ser mais virgem, vou erguer as mãos para o céu e agradecer a deus por me livrar de um ser asqueroso como esse”. Quando eu dizia isso para minha mãe, ela ficava tão escandalizada que corria para o quarto chorando.

          Desde bem mocinha, quando começaram a perguntar, passei a ter muita vergonha de dizer que era virgem. Sentia também um pouco de raiva de ouvir essa pergunta, afinal, ninguém nunca perguntava isso para os meninos. Muitas das minhas amigas e colegas, ao ouvirem a clássica pergunta sobre isso, ou às vezes mesmo sem que alguém perguntasse, diziam com ares orgulhosos levantando a cabeça e estufando o peito: “Eu sou virgem!”. Eu sentia vergonha por elas e quando alguém me fazia essa pergunta minha resposta era sempre “Não, eu sou câncer!”. Por conta dessa minha vergonha de dizer que era virgem passei por pelo menos dois perrengues, um deles bastante assustador.

          O mais suave foi o irmão de um amigo. Esse meu amigo era a parte masculina de um casal e eles alugaram uma casa e foram morar juntos, eu fui ajudar na mudança junto com o irmão dele. Depois de arrumarmos tudo o irmão me propôs que a gente fosse até um posto abastecer o carro aproveitando para deixar o casal sozinho por um tempo. Achei uma ótima ideia e fomos, no posto o cara disse que saindo dali a gente podia ir a um drive-in, eu disse não e a resposta dele foi “Mas você não disse que não é mais virgem?”. Quase disse que era mentira minha, mas a vergonha de assumir ser virgem e a raiva de ele querer transar comigo só porque eu não era mais virgem me impediu e respondi que o fato de não ser virgem não me obrigava a sair com qualquer um e que eu não queria fazer sexo com ele. Fiquei com medo porque a cara de raiva que ele fez foi realmente assustadora. Ele me levou de volta para a casa dos meus amigos, se despediu deles e foi embora. Depois disso a gente esteve ao mesmo tempo no mesmo lugar mais de uma vez e ele nunca mais falou comigo. Nunca contei isso para o casal.

          Mas o mais apavorante foi quando um amigo muito querido da época, que era amigo também de uma ex-paixão minha e que até tinha sido confidente dessa paixão comprou um carro e me convidou para dar uma primeira volta. Sabe quando você gosta de alguém e confia na pessoa? Pois é! Era assim e nem pensei duas vezes, feliz por ele entrei no carro e saímos conversando. Era noite e a coisa ficou tensa quando ele parou o carro em um lugar tão escuro que eu enxergava com os olhos abertos ou fechados do mesmo jeito (fiz o teste). Ele desligou o motor e disse que como eu não era virgem, bem que podia transar com ele, afinal o meu ex-amor já estava casado e eu mesma disse que a paixão tinha acabado. Não sei nem explicar o quanto senti medo, me vi estuprada e jogada em um matagal, a amizade se mostrou falsa e aquela pessoa não era o amigo de quem eu gostava tanto. O medo venceu a vergonha e, como para salvar minha vida, confessei a ele que era virgem e expliquei ou tentei explicar a vergonha que tinha de dizer isso. Ele então debruçou sobre o volante e ficou quieto um bom tempo (eu ainda não enxergava quase nada, só sentia os movimentos e vislumbrava a sombra dele). Continuei apavorada, paralisada e sem saber o que fazer. Não sei quanto tempo durou aquele silêncio aterrador, mas ele levantou a cabeça, se virou para o meu lado e perguntou: “Divina, você quer se casar comigo?”

          Senti um alívio indescritível, me pareceu que algo dentro de mim gritou que eu não ia morrer. Então disse a ele que não podia porque gostava muito dele, mas não o amava. Daí ele ligou o carro e voltamos para nosso bairro, nossa vizinhança, minha casa. Algum tempo depois ele se casou com uma conhecida minha e a gente continuou amigo, mas nunca mais ficamos sozinhos ou falamos sobre o que aconteceu naquele dia.


23 de novembro de 2019

MULHERES ENSACADAS

Volta e meia vejo alguém defendendo que as burcas e a submissão das mulheres de alguns países são voluntárias e que nós, ocidentais, não temos o direito de nos revoltarmos de forma crítica porque isso seria querer determinar o que elas vestem e como se comportam. Argumentam que não estamos respeitando o que pode ser a vontade e escolha delas.
E eu me lembro de algumas histórias que ouvi da minha mãe.
Quando ela era menina e moça, todas as mulheres da idade dela queriam ser moças virtuosas e se manter virgem até o casamento era um objetivo almejado e perseguido.
Minha mãe ouviu muitas histórias sobre moças que caíram na conversa da "prova de amor".
Era um truque comum na época, sempre se contava para as meninas a história da fulana que "deu sua virgindade" para um rapaz que passou meses namorando-a, jurando paixão infinita, prometendo casamento e, depois de enganar a moça a ponto de fazê-la se apaixonar, veio com a segunda etapa do plano que era choramingar com uma fala do tipo "Você não me ama de verdade e não confia em mim".
Eles não tinham pressa porque gostavam de “batalhas difíceis”, então usavam muitos argumentos como desculpas para não se casar imediatamente, insistiam até que a mulher cedia.
Era mais ou menos assim que as histórias terminavam: Ela provou que o amava, então ele desapareceu e ela foi expulsa de casa, muitas vezes aos chutes e pontapés (aplicados pelo pai e às vezes também pelos irmãos mais velhos) e acabou virando puta porque a única pessoa que a acolheu foi a cafetina.
Muitas meninas, incluindo minha mãe, mais do que ouvir as histórias, acabava conhecendo uma dessas moças.
E, enquanto a coitada era expulsa, o tal rapaz se gabava com os colegas e posava de bonzão. Havia também outras versões. Em uma delas a família acuava o galanteador e forçava o casamento. Nessa, a moça passava o resto da vida ouvindo do marido que era uma puta, que devia ter ido pro puteiro, que não merecia respeito e que era por isso que levava chifre e pancada.
Na outra versão o cara engravidava a moça com a história da "prova de amor" e, quando sabia da gravidez, fugia e ia morar em outro estado.
A que minha mãe conheceu foi chutada na barriga pelo pai enquanto era expulsa de casa. Minha mãe era menina e nunca soube o que aconteceu com ela.
Claro que a maioria das moças queria muito manter a virgindade.
Era opção e vontade delas? Sim, sem dúvida!
Assim como é vontade dessas mulheres se manterem vestidas de bujão de gás.

11 de outubro de 2019

OPS!



Esqueci
O que faço agora?
O mundo está lá
E saí sem ele!

EU SOU QUASE DE MENTIRA

Eu sou quase de mentira
Meu sorriso não vem das alegrias mais profundas
Meu olhar não é uma janela sem cortinas
Há segredos
Minha voz não tem o tom do meu pulsar

Eu sou quase de mentira
Amo para sempre, mas não todo dia
Nunca te esqueço
Mas às vezes passo o dia muito ocupada
Com outras coisas
Sou boa, sou má, sou multifacetada
E hora brilho, hora apago

Eu sou quase de mentira
Quero muito, quero tudo
Quero mais vida
E hoje quero morrer
A curiosidade me consome
E nem quero saber por quê

Eu sou quase de mentira
Digo fórmulas, repito falas, dou exemplos
Sou convicta de coisas sobre as quais nada sei
Durmo sobre minhas certezas
E acordo perdida
Sozinha numa casa cheia

Eu sou quase de mentira
Leio muito, não tenho tempo de ver
Olho, penso, nem tenho tempo de ler
Ai como sou alegre!
Tanta felicidade que choro
E saio da festa antes do fim

Eu sou quase de mentira


16 de julho de 2019

TUDO EU?

- Seja a mudança que você quer ver no mundo. - Mahatma Gandhi

- Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, através da tua vontade, uma lei universal. – Kant

- Antes de tentar mudar o mundo, arrume o seu próprio quarto. - William H. McRaven


As frases acima, que têm muito em comum, fazem sucesso em postagens do Facebook, em textos de autoajuda e em palestras motivacionais. Dificilmente se vê alguém discordar de alguma delas, pelo contrário, o que mais se encontra por aí são louvores e paráfrases delas com a ênfase do “Faça isso!”, “Você pode!”, “Você consegue!”, “Vai dar certo!”. E euzinha, que sempre fui rebelde, questionadora e com mania de ser “do contra”, fico aqui pensando com meus botões: Mas que merda é essa? Por que cargas d’água querem jogar tanta culpa e tanta responsabilidade em cima de uma incompetente e incapaz feito eu?

Nunca tive cargo de liderança; nove em cada dez votos que dei foram para candidatos que perderam a eleição; praticamente todas as vezes que tentei dizer como determinada coisa deveria ser feita o grupo, sempre pequeno e com pouco poder, ao qual eu disse isso decidiu fazer outra coisa. Como é que minhas atitudes vão mudar o mundo? Por que EU tenho que me portar e me sentir como se fosse capaz disso só porque respeito as pessoas e separo meu lixo? Colocar toda essa responsabilidade nas minhas costas é peso demais!

Não me entenda mal, não sou contra respeitar o outro, separar o lixo, arrumar o quarto ou qualquer outra atitude, postura ou atividade que seja benéfica para mim sem prejudicar o outro ou, melhor ainda, que seja benéfica para o outro. Pelo contrário, sou MUITO a favor disso! Mas não venham, peço encarecidamente, não venham me dizer que essa minha postura vai mudar o mundo. Não vai!

Se querem usar frases feitas, eu aconselharia outra: “Uma andorinha só não faz verão”, e mais, eu a sobrecarregaria: “Um milhão de andorinhas não fazem verão”, pelo menos não se forem andorinhas incapazes e impotentes feito eu!

O fato é que para tornar esse mundo melhor, uma euzinha não tem força suficiente e é injusto ficar sendo cobrado dela, ficar sendo dito a ela que isso é possível quando não é.

Fico me perguntando (eu me pergunto muitas coisas) se a grande quantidade de pessoas que sofrem de depressão não adquirem essa doença porque o peso da responsabilidade de mudar o mundo foi demais para elas. Às vezes eu me sinto dobrar!

Parem de cobrar dos impotentes! Parem de cobrar de si mesmes! Você não pode e não é culpa sua, não é responsabilidade sua. Você é a ponta mais fraca da corda e mesmo que seja um fio de uma corda mais grossa, essa corda não será grossa e forte o bastante. Não exija o impossível, não pense que o mundo vai melhorar porque você levou seu óleo queimado para a reciclagem, se fizer isso vai se decepcionar e essa decepção dói muito.

Não desista de cuidar de si mesme, da sua vida, das pessoas que você ama, de ajudar quando e como puder ajudar, pense que uma única pessoa ou ser vivo que ficar melhor, ou que não ficar pior, por uma atitude sua já é uma vitória enorme e, muitas vezes, muitos dias, é tudo o que você pode fazer e está bem. Você não criou o mundo por isso não é responsável por ele, você não criou a doença por isso não é obrigade a curá-la. Faça-o se puder. Mas só se puder.

Então vamos concordar que as três frases lá em cimas são ótimas, são lindas, mas são muitíssimo limitadas. Eu posso e quero e tento sempre praticá-las, mas sei que ao fazer isso não estou mudando o mundo. Não me cobre isso! Tire esse peso de cima de mim.

Claro que às vezes alguns de nós conseguem coisas que pensamos que seria impossível e que esses exemplos podem nos ajudar a lutar com mais energia pelo que queremos. Não há nada de errado nisso, mas, como em tudo o mais, temos que tomar MUITO cuidado com o exagero. O que estou dizendo é que acreditar nas conversas comuns nas frases de autoajuda que querem nos fazer parecer superpoderoses aos nossos próprios olhos pode ser frustrante a nos fazer muito mal. Temos que ser conscientes de que podemos e devemos fazer sempre nosso melhor e lutar por nós mesmos e pelos outros, mas que devemos e precisamos saber que somos limitados, que nem sempre conseguiremos e que, quando não conseguirmos, não é culpa nossa.

Essa coisa de autoajuda, essas frases bonitinhas que dizem servir para "levantar nossa moral", ou nosso amor próprio, são terrivelmente danosas. Elas convencem as pessoas de que podem até o impossível, e no final, quando não conseguem, elas se sentem frustradas e culpadas. Elas, para elas mesmas, tornam-se culpadas por tudo, até mesmo pelo fato de que o mundo e a vida não são obrigatoriamente maravilhosos como querem nos convencer de que são, ou serão "se fizermos a nossa parte". Daí a depressão, a frustração, o sentimento de inutilidade, a vontade de se matar.


8 de julho de 2019

CONVERSA COM UM CARA QUE ODEIA A ESQUERDA




DIVINA: “O ódio ao pobre hoje em dia é a continuação do ódio devotado ao escravo de antes. Quando as classes médias indignadas saíram às ruas a partir de junho de 2013, não foi, certamente, pela corrupção do PT, já que os revoltados ficaram em casa quando a corrupção dos partidos da elite veio à tona. Por que a corrupção do PT provocou tanto ódio e a corrupção de partidos elitistas é encarada com tanta naturalidade? É que o ódio ao PT, na realidade, foi o ódio devotado ao único partido que diminuiu as distâncias sociais entre as classes no Brasil moderno. A corrupção foi, portanto, mero pretexto para permitir a expressão socialmente aceitável do sadismo contra os pobres, o covarde ódio de classe que é o verdadeiro DNA da sociedade brasileira.” – A Elite do Atraso – Jessé Souza – Pág. 71

ODIADOR: O Jessé DO ATRAZO

O título é correto (A Elite do Atraso) aplicado ao Brasil mas a identificação desta elite pelo moleque Jessé é totalmente falsa e farseca dentro do estrito manual esquerda de dividir a sociedade em classes e tentar tomar o poder através da arregimentação dos refugos sociais, classe média foi algo que apareceu no Brasil timidamente no começo do século 20 e foi abortada pela verdadeira elite do atraso ou nossa elite mamadora do Estado encastelada no Rio de Janeiro, esta elite jamais foi branca, o Brasil sempre foi desde sua colonização um pais mestiço, embora tente a esquerda escrever sua narrativa de Brasil criado por negros sob escravização dos brancos vindos da Europa, daí o vira-lata tira seu ódio real ao apontar uma classe média cheia de ódio contra ao escravo que se tornou o pobre da atualidade, como disse alguém "no Brasil preto sempre soube seu lugar" sem duvida portugueses e espanhóis raças mestiças desde seu berço europeu sabiam criar uma terra de absoluta estratificação social mas esta estratificação jamais foi racial como a que os ingleses impunham, o PT e demais esquerdopatas foi criação da esquerda internacional com total apoio da elite brasileira mamadora do Estado que viu na evolução natural do Brasil o inimigo a ser combatido ou o Estado sair de suas mãos privadas para a construção de uma nação, esta tentativa ja tinha sido feita em 1932 mas o Rio venceu e então apareceu Getúlio e sua visão socialista alternativa vinda de Mussolini, este imbecil foi finalmente derrotado pela elite carioca mas então a burguesia e classe média brasileira ja tinha se construído como uma força que iria retirar do Rio sua condição de dono do feudo Brasil, a resposta foi 1964 quando o real povo brasileiro foi traído pela suposta ameaça do comunismo cubano então substituir o povo brasileiro pela favela foi o objetivo, lula quando eleito teve seu guru propagandístico intitulando sua agencia de África mostrando a direção que seria imposta ao brasil, o Brasil sempre foi imposto pelos jesuítas o sofrimento de não serem brancos europeus e daí a obrigação de serem espoliados pela matriz a partir de seu "sangue ruim" mas em 1964 o Brasil já tinha construído uma real cultura brasileira retirada da importação da europeia, de Carlos Gomes Santos Dumont escritores e ensaístas o fenômeno bossa nova no começo dos anos 1960 dava a cor da raça brasileira, nossa história e raça foram apagadas na mentira dos jesses da vida de um pais de ódio que nunca existiu, a igualdade comunista só existe na boca dos seus ativistas idiotas que pretendem se vingar de suas deficiências frente a classe media e demais classes pela violência, o resultado sempre é um Estado truculento que começa matando os ativistas que o criaram e então mantendo o povo sob ditadura terminal nas mãos de uma elite plutocrática, o povo brasileiro já acordou para esta realidade resta os jesses oriundos do Estado aparelhado tentando continuar a farsa comunista, a esquerda pode controlar a "imprensa livre", o face book etc. mas ja não consegue sair as ruas, se apelar para a violência perde então tenta sobreviver na desinformação e manutenção das estruturas dominadas enquanto der mas o resultado final será sua aniquilação frente ao mundo do século 21.

DIVINA: Não terminei de ler o livro ainda, mas vou comentar sobre o que percebo até aqui. Primeiro, seu texto diz que "esta elite jamais foi branca", e o Jessé, ao contrário do que seu texto faz perceber, em nenhum momento nega isso, principalmente com respeito à classe média. "esta estratificação jamais foi racial"? Não preciso do livro do Jessé para ver que isso é uma mentira deslavada! Basta abrir um livro de história para saber, se é que olhar para os lados não basta. Dá até vergonha de ver um texto contendo uma mentira tão absurda como essa!

"substituir o povo brasileiro pela favela"? Uai, eu sempre pensei que nas favelas morassem BRASILEIROS e que os brasileiros da favela também fossem POVO, aliás, ainda mais povo porque muita gente usa a palavra "povo" de forma pejorativa justamente para designar os brasileiros que moram nas favelas e que, que eu saiba, têm tanto direito (ou deveria ter) quanto qualquer brasileiro.

"o Brasil sempre foi imposto pelos jesuítas o sofrimento de não serem brancos europeus" Meu, os jesuítas foram expulsos em 1759! Acho que colocar essa culpa neles é meio, no mínimo, estranha, principalmente com esse "sempre".

O texto fala que "o Brasil já tinha construído uma real cultura brasileira" reproduzindo a farsa, para inglês ver, do Brasil miscigenado onde "todos são aceitos, respeitados e têm as mesmas oportunidades independentemente da origem e cor da pele e não existe racismo". Uma mentira absolutamente óbvia que foi criada de maneira hipócrita para vender a ideia de um país que na realidade nunca existiu e não existe até hoje. Alguém reproduzir essa fala como se fosse real parece mais do que ser uma pessoa enganada ou mentirosa, parece coisa de gente sem caráter mesmo! Novamente, não preciso do livro do Jessé para SABER que isso nunca foi verdade, eu sei olhar para os lados sozinha desde criança.

E lá vem o texto falar em comunista! "a igualdade comunista só existe na boca dos seus ativistas", essa é a resposta fácil do mentiroso: "Chama de comunista! Diz que é tudo comunista que está tudo resolvido!" Não precisa ser comunista para estranhar o enorme abismo social que existe no país! Não precisa ser comunista para perceber que a maioria dos negros está entre a maioria da população mais pobre, não precisa ser comunista para perceber que o que esse seu texto chama de "suas deficiências frente a classe média e demais classes" é FALTA DE OPORTUNIDADE ou oportunidades desiguais!

E, para terminar, seu texto fala em "a esquerda" sendo truculenta e se impondo pela ditadura! Caraca! como consegue mentir tanto? As ditaduras no Brasil NUNCA foram da classe baixa, e mais, os que, segundo seu texto, só querem continuar "mamando nas tetas do estado" também nunca foram das classes baixas! Os políticos oriundos das classes baixas são minoria até hoje, e os funcionários públicos concursados de altos salários são, na maioria, da classe média porque as classes baixas não têm acesso à educação de qualidade para conseguir passar em concurso.

Esse texto está nojentamente construído, coisa de MBL e Olavo de Carvalho! E eu não precisei de quase nada do Jessé para perceber.

Agora você provavelmente vai me chamar de "esquerdista", "petista", "comunista" ou os três juntos.

E eu termino com uma frase de Dom Hélder Câmara: “Se dou comida aos pobres, me chamam de santo. Mas quando pergunto por que são pobres, me chamam de comunista.”, que está no livro do Jessé.

ODIADOR: ooh divina,
Teu texto é longo e como todo texto esquerda cheio de falsetes, driblar a realidade é o processo básico dos comunas na tentativa de vender sua violência social, vejamos suas frases:

SEU COMENTARIO: "Primeiro, seu texto diz que "esta elite jamais foi branca", e o Jessé, ao contrário do que seu texto faz perceber, em nenhum momento nega isso."

O Jessé fala que os pobres atuais são os descendentes dos escravos e estes sim eram africanos, assim ele faz racismo ao pretender que não negros escravizaram e escravizam os descendentes desta raça.

SEU COMENTARIO: "Dá até vergonha de ver um texto contendo uma mentira tão absurda como essa! "substituir o povo brasileiro pela favela"?"

Aqui você se esmerou na falsidade ideológica, ao tentar negar que o Brasil esta sofrendo um processo de africanização de sua população, o Brasil até a independência era povoado de jessés então abriram os portos a imigração e o pais foi "branquizado", com a "revolução de 64" e depois com a conquista do poder pelo lula/esquerda o processo foi invertido e acelerado, o achatamento salarial da classe média e estrangulamento econômico da burguesia produtiva levou ao emigração mas principalmente a diminuição de prole do cidadão brasileiro enquanto os favelados foram inclusive instados pela esquerda a procriar sem controle para a conquista do poder já que o Estado iria sustentar suas famílias que deveriam se dirigir aos centros urbanos, urbanização da população brasileira e proletarização acelerada mudando o perfil social do brasileiro só esquerda vagabundo nega quando é necessário para seu discurso mas basta ver qualquer foto de Copacabana por exemplo reduto da classe media brasileira nos anos 60/70 e agora e a mutação do nosso biotipo é evidente, a esquerda mundial sempre adotou o processo de quando tomar o poder exterminar as classes media e burguesa, foi assim na Rússia, Camboja, cuba, agora na Venezuela, etc, você é capaz de citar um pais tomado pelos comunas que não tenha destruído suas classes sociais acima da marginalia?, pretender que os proletários e agora as minorias sejam as classes formadoras da "nova população" é o ideário básico comuno/globalista e vem você aqui dizer todos são "povo brasileiro"! quanta "ingenuidade" santa!

SEU COMENTARIO: "o Brasil sempre foi imposto pelos jesuítas o sofrimento de não serem brancos europeus" Meu, os jesuítas foram expulsos em 1759! Acho que colocar essa culpa neles é meio, no mínimo, estranho, principalmente com esse "sempre"."

No brasil os jesuítas chegaram com os primeiros navios, faziam parte da "resistência" católica ao protestantismo e o Brasil foi culturalmente moldado pelos jesuítas até a chegada da "teoria da libertação", o episódio que você cita foi exclusivamente europeu em nada afetou o Brasil, o Marques de Pombal sabiamente cortou as asinhas dos jesuítas que pretendiam na melhor técnica pré-comuna controlar o reino português, alias eles botaram suas manguinhas de fora aqui na América do Sul ao pretenderem criar um Estado Indígena ligado diretamente a Roma nas terras limítrofes de Portugal/ Espanha, Hollywood talvez no único momento que mentiu para a igreja católica criou o filme farsa "a missão" onde jesuítas piedosos tentaram defender os índios dos agressores europeus, pena que não fizeram o mesmo quando eliminaram toda a cultura sul centro americana, foram se interessar por índios em estado terminal (eram antropófagos)

SEU COMENTARIO: "reproduzindo a farsa, para inglês ver, do Brasil miscigenado onde "todos são aceitos, respeitados e têm as mesmas oportunidades independentemente da origem e cor da pele e não existe racismo". Uma mentira absolutamente óbvia que foi criada de maneira hipócrita para vender a ideia de um país que na realidade nunca existiu e não existe até hoje."

Interessante! você no início admite que não houve uma elite branca dominando o país, agora acusa estes brancos de não dar chance aos afros! classes sociais existem em qualquer latitude do planeta onde os mais capazes ascendem e os menos se nutrem deles pretender que os pobres do brasil são fruto do racismo é delinquência comuna na mentira de que a pobreza é feita pela elite/capitalismo quando o capitalismo trouxe evolução social extraordinária, a fantasia da fraternidade igualitária comuna termina quando estes estrumes tomam o poder, negros ascenderam a presidência do pais e eram senhores em muitas empresas de qualquer tipo, o afro da favela e o afro bem sucedido era questão de neurônio, assim como como hoje americanos branquérrimos estão na miséria e alguns blacks nadam em dinheiro.

SEU COMENTARIO: "Alguém reproduzir essa fala como se fosse real parece mais do que ser uma pessoa enganada ou mentirosa, parece coisa de gente sem caráter mesmo! Novamente, não preciso do livro do Jessé para SABER que isso nunca foi verdade, eu sei olhar para os lados sozinha desde criança. "

divertido! sua maneira de escrever denuncia o treinamento comuna, sem caráter minha senhora é quem inventa que todos seriam iguais se não houvesse as elites, em nenhum momento da história em qualquer continente houve algum agrupamento humano na base do tudo igual, mesmo Israel trazendo sua elite europeia desistiu dos kibbutzes em favor da sociedade capitalista, na África pré chegada do europeu todos eram escravos etnias escravas de etnias dominantes e nas etnias dominantes todos eram escravos de seus chefes, nos quilombos exaltados pela esquerda havia a escravidão africana integral, falar que branco escravizou escraviza o negro é mentira reles comuna, sem caráter é você mentirosa de araque!

SEU COMENTARIO: "E lá vem o texto falar em comunista! "a igualdade comunista só existe na boca dos seus ativistas", essa é a resposta fácil do mentiroso: "Chama de comunista! Diz que é tudo comunista que está tudo resolvido!" Não precisa ser comunista para estranhar o enorme abismo social que existe no país! Não precisa ser comunista para perceber que a maioria dos negros está entre a maioria da população mais pobre, não precisa ser comunista para perceber que o que esse seu texto chama de "suas deficiências frente a classe média e demais classes" é FALTA DE OPORTUNIDADE ou oportunidades desiguais!"

Querida, no EUA trilhões de dólares foram gastos com os blacks americanos, e 70 anos depois eles se encontram no mesmo patamar social e odiando os brancos por serem brancos, a mente tribalista africana e seu emocionalismo acima de qualquer controle mental pode ser negada por comunas mas eles jamais vriam "brancos" todas as raças do mundo cresceram com a chegada da tecnologia excetos os afros que de quebra chacinaram os brancos que criaram uma África viável hoje voltaram ao tribalismo e aprenderam a linguagem fácil de vítimas do sistema, oportunidades os afros brasileiros tiveram e destruíram a nação em nome da vingança social comuna, o excesso de favelados negros principalmente no Rio é o resultado da política comuna de proliferação da marginalia como meio de conquistar o poder, a base da solução deste problema é o nascimento responsável, o Estado quando permitir as mulheres marginais de qualquer raça ter apenas uma cria e esta seja criada pelo Estado em centros educacionais sem PTismo começa a solução.

FALTA DE OPORTUIDADE É MENTIRA COMUNA!! as universidades brasileiras desde os anos 70 foram criadas para abrigar gente de esquerda e só conseguiram formar quadros de ativistas mesmo porque seus Curriculum de humanas visam isto apenas. De qualquer maneira a fabulosa inteligência proletária não se manifestou nas universidades brasileiras e mesmo com a continuação do discurso vitimista de os pobres chegaram a universidade sem estrutura familiar é desmentido pelas famílias milionárias PTistas, os filhos de Lula têm jatos particulares mas não passam de manés e a filha da arrogante Maria do Rosário é uma drogada de periferia embora a mãe tenha muito mais dinheiro que qualquer classe média, o vitimismo esquerda não se comprova na prática, do outro lado Lima Duarte ator global consagrado nasceu sem posses e seu pai o abandonou num bordel por incapacidade financeira de sustentá-lo, a competência individual do ator o transformou numa das maiores estrelas televisivas, não adianta o papo esquerda de oportunidades oportunidades existiam na sociedade brasileira para todos que TIVESSEM TALENTO, agora na mixórdia nacional ninguém tem oportunidade exceto a elite quatrocentona mas mesmo esta está em crise terminal o Brasil ao manter o rumo atual será herança dos globalistas

SEU COMENTARIO: "E, para terminar, seu texto fala em "a esquerda" sendo truculenta e se impondo pela ditadura! Caraca! como consegue mentir tanto? As ditaduras no Brasil NUNCA foram da classe baixa, e mais, os que, segundo seu texto, só querem continuar "mamando nas tetas do estado" também nunca foram das classes baixas! Os políticos oriundos das classes baixas são minoria até hoje, e os funcionários públicos concursados de altos salários são, na maioria, da classe média porque as classes baixas não têm acesso a educação de qualidade para conseguir passar nesses concursos."

Coitada é a tal que dá nó em pingo d’água esquerda nunca foi truculenta!! mesmo tomando o teatro brasileiro como micro espaço da atividade esquerda, guerrilhas desde a coluna prestes sempre evidenciaram a natureza violenta da esquerda na tomada do Estado se não conseguiram é outra coisa, a esquerda brasileira dos anos 60 era decalque da tese cubana e até hoje seus "mártires” são lembrados como heróis quando sua atuação era de criminosos contra a população civil do Brasil, na ditadura comuna disfarçada a partir do FHC frentes "revolucionárias” no campo se formaram e as universidades criaram grupos de militantes que hostilizavam os demais alunos na base do adere ou cai fora. Os ptista não mamaram nas tetas do Estado? os políticos da esquerda são minoria? o atual congresso desmente sua versão mesmo quando a esquerda triunfantes foi apeada da maioria dos cargos políticos, funcionários públicos desde FHC são todos de Esquerda não precisa de competência é o controle da apuração das provas que ditas os futuros guerreiros da causa. Aliás as urnas eletrônicas e o MEC aparelhado criando sua provas induzidas ideologicamente e a FUNAI loteando o Brasil para os globalistas e o INCRA loteando um reforma agraria sem controle dos resultados e o controle do desmatamento amazônico entregue a Marina da Silva etc etc e você vem de vitimismo as esquerdas brasileiras e os afros sempre sofrendo nas mão dos "brancos" né abusada?

SEU COMENTARIO: "Esse texto está nojentamente construído, coisa de MBL e Olavo de Carvalho!"

Isto petelha nojenta, na falta de argumentos polarizar a questão ajuda coisa do manual comuna o Brasil é fruto do Olavo de carvalho e MBL e contra eles se insurge os valente Jessé das quebradas! cois de loco sô!

SEU COMENTARIO: "E eu não precisei de quase nada do Jessé para perceber. Agora você provavelmente vai me chamar de "esquerdista", "petista", "comunista" ou os três juntos"

Claro que não seu texto e o do Jessé das quebradas nascem na mesma fonte de desinformação um repete o outro.

SEU COMENTARIO: "E eu termino com uma frase de Dom Hélder Câmara: “Se dou comida aos pobres, me chamam de santo. Mas quando pergunto por que são pobres, me chamam de comunista.”, que está no livro do Jessé"

O Hélder comuna nunca perguntou por que os pobres são pobres mas dentro da teologia da libertação vendeu a ideia dos "dois mundos" onde os ricos não permitiam os pobres entrar! e assim como você e Jessé apenas repetem a mesma fonte comuna, Tá no livro de Jessé? ele é então a nova bíblia para os brasileiros! qualquer dúvida consultar esta excrecência proselitista difamatória e doutrinadora! que imbecil!!

POR FIM: como uma angelical senhora escreve igual ao Jessé insinuando que é uma brasileira séria que "acordou para a verdade"? quantos Jessés se escondem debaixo desta foto??

DIVINA: Começou mal me chamando de "comuna"! Isso faz até desmerecer resposta! A primeira resposta não responde ao que critiquei no seu texto. Ai, tadinho de você! Está revoltadinho porque tem mais negros em Copacabana! que dózinha! Cara, fico com NOJO desse discurso! E dizer que eles querem "tomar o poder"? Meu, você deve ser realmente muito burro! Então PESSOAS, porque, por mais que você tente negar, negros são pessoas, tá? Pessoas desejarem ter condições decentes de moradia, saúde, educação e trabalho é "tomar o poder"? Novamente, senti NOJO desse discurso! E lá vem você com os "mais capazes ascendem", de novo: Os que ascendem, salvo raras exceções, são os que já partem de uma situação favorável. Não vem com essa da meritocracia não, isso não serve aqui! Quando o ponto de partida não é o mesmo, não há paridade! Oportunidades iguais NÃO EXISTEM no Brasil, só um cego não vê! Lá vem você com "treinamento comuna", deixa de ser babaca, meu! Meu treinamento é ter nascido branca, morar e estudar em escola pública de periferia e ter amigos morando em favela, Eu VI a diferença com que sempre fui tratada em comparação às pessoas negras com quem convivi, desde a infância EU VI, não aprendi isso com Jessé nenhum e não precisei nem saber da existência de uma coisa chamada "comunismo" pra perceber como é! Nunca defendi que se implante o comunismo, a ÚNICA coisa que falo é que deveria diminuir o abismo social que existe, só isso, comunismo já foi experimentado e não deu certo, não sou idiota a ponto de não perceber isso, por mais que gente como você queira chamar qualquer um de comunista só por não concordar com a sua linda meritocracia! Tadinhos dos brancos, né? Gastam dinheiro com os negros e os ingratos ainda reclamam! Seu discurso, de novo, é nojento! Quanta abobrinha! É mesmo estilo Olavo de Carvalho, mente, exagera, ofende e se vitimiza enquanto chama qualquer reivindicação de mimimi. MENTINDO na cara dura! Eu nunca disse que a esquerda é minoria, nem sei se é ou não! Eu disse que a CLASSE BAIXA é minoria na política até hoje! Se para você pobre é sinônimo de esquerda e de "comunista", mais uma razão para ter pena de você e de sua ignorância. Quanto às outras coisas que você diz, sobre os comunistas terem sido ameaça e a esquerda "também" ter torturado e matado, nem vou responder, basta deixar um pouquinho seu Olavo de Carvalho e ver um livro de história sério que poderá ver que não havia movimento comunista organizado em 64 e mais, SE eles tivessem existido no nível que você acha, ainda assim isso NÃO justificaria o ESTADO estar matando e torturando pessoas! Agora vou pedir para você não responder porque nem vou ler, acho que já dei atenção demais para quem não sabe ver nenhuma opinião contrária sem vir com ofensas e conclusões maniqueístas. Chamar todo mundo de comunista e petralha não vai transformar suas mentiras em verdades, você poderia parar com isso... mas sei que não vai.