Eu mesma
acreditei nisso durante muito tempo. Mas quando li a bíblia e comecei a
questionar a religião, comecei a questionar isso também. Demorou bastante para
chegar a uma conclusão porque no começo era bem difícil questionar o que sempre
aprendi que não era para questionar. Eram mais pensamentos involuntários que
muitas vezes eu afastava rapidamente, mas os pensamentos “hereges” foram se
tornando mais teimosos e chegou um tempo em que não fugiam mais quando eu
tentava espantá-los.
Leituras
de livros de filosofia e de livros religiosos juntamente com outras leituras da
bíblia acabaram por me forçar a assumir que a fuga não era mais possível. Eu me
descobri ateia depois de pensar em muitas coisas ligadas à religião, entre elas
essa vez que vi Jesus.
Pensei
melhor nesse sonho e ficou claro que naquele dia a criança que eu era apenas
juntou características do Jesus que tinha visto muitas vezes, inclusive em um
quadro na frente do qual minha mãe rezava com a benzedeira que era amiga da
gente. E concluí também que sarei porque nem estava tão doente assim e sararia
de qualquer forma. A continuação do sonho tendo sido tão comum, com Jesus se
confundindo com meus coleguinhas de brinquedo confirma totalmente essa certeza.
E,
falando como a ateia que sou, se Jesus se deu a todo esse trabalho para me
curar de uma doencinha boba, por que não me deixar sarar naturalmente e usar
essa energia para curar outra criança que realmente precisava. Morreram, de
doença, pelo menos três crianças do meu bairro naquela época.
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