Durante
pelo menos quatro anos eu desejo muito que nenhum aluno negro de um professor
que votou no ódio seja morto por “parecer” bandido (pela cor da pele) em nome
da máxima “bandido bom é bandido morto”. Porque se acontecer eu vou querer
muito também que esse professor que votou no ódio saiba que ele é culpado pela
morte do seu aluno.
Durante
pelo menos quatro anos eu desejo muito que nenhum filho de nenhum negro que
votou no ódio seja morto por “parecer” bandido (pela cor da pele) em nome da
máxima “bandido bom é bandido morto”, porque se acontecer eu vou querer muito
também que esse negro que votou no ódio saiba que ele é culpado pela morte de
seu próprio filho.
Durante
pelo menos quatro anos eu desejo muito que nenhum filho de nenhuma mulher negra
que votou no ódio seja morto por “parecer” bandido (pela cor da pele) em nome
da máxima “bandido bom é bandido morto”, porque se acontecer eu vou querer
muito também que essa mulher negra que votou no ódio saiba que ela é culpada
pela morte de seu próprio filho.
Durante
pelo menos quatro anos eu desejo muito que nenhum namorado, marido, namorada ou
esposa de nenhum(a) homossexual que votou no ódio seja morto(a) por “ser uma
bichona” ou por “ser uma sapata”, porque se acontecer eu vou querer muito
também que esse(a) homossexual que votou no ódio saiba que ele(a) é culpado(a)
pela morte do seu afeto.
E, me
desculpe, mas se você votou no ódio, durante pelo menos quatro anos você será
culpado(a) pela morte de todo negro inocente ou culpado que seja morto, sem
direito a defesa, em nome da máxima “bandido bom é bandido morto”
institucionalizada pelo ódio no qual você votou; você será culpado(a) pela
morte ou pelo estupro de toda mulher que seja agredida em nome do machismo
institucionalizado pelo ódio no qual você votou; e você será culpado(a) pela
morte de todo homossexual que seja assassinado em nome do “viado e sapata têm
mesmo é que morrer” institucionalizado pelo ódio no qual você votou. Para mim
será sempre como se você tivesse puxado a arma (seja ela qual for) e a usado no
corpo indefeso. Se for um amigo, familiar, aluno, inocente, você será
igualmente culpado.
E se
você é um cristão que votou no ódio, eu tenho certeza de que, o Jesus Cristo no
qual você diz que acredita e ao qual você diz que adora, caso exista, vai
manter você MUITO longe dele porque ao votar no ódio você mostrou que não
aprendeu NADA das lições às quais diz amém nos cultos ou nas missas. Afinal,
Jesus, se existiu, foi um comunista (dividiu o pão por igual a todos), foi um
esquerdopata (expulsou os vendilhões do templo e não aceitou as regras
vigentes) e por não obedecer as leis foi preso e torturado e assassinado. O
que, na sua concepção ou na concepção do ódio no qual você votou mostrando que é
também o seu ódio, só acontece com quem não pode mesmo ser grande coisa e, por
isso, “recebeu o que mereceu”.
Você
que votou no ódio esqueceu a lição de “dar a outra face”, esqueceu a lição de
“Quem nunca pecou que atire a primeira pedra”, esqueceu a lição de quem
expulsou os vendilhões do templo, esqueceu as lições de quem andava com
prostitutas e ladrões e respeitava a todos igualmente. Você que votou no ódio,
se Jesus existir, não vai ter o direito de se aproximar dele. Seu lugar será
outro.
Então,
aconselho você que votou no ódio a se tornar ateu, assim não precisará temer o
inferno, que é para onde ele afirmou que irão os que se dedicam ao ódio e não
ao amor; ele, o Jesus que você diz amar mas não ama. Porque votou no ódio e
esqueceu o amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário