29 de novembro de 2020

PERGUNTAS

Quantas ganâncias fazem uma fortuna?
Quantas perdas fazem uma fome?
Quantos abandonos constroem um ódio?
Quantas ironias criam uma indiferença?
Quantas dúvidas fazem uma verdade?
Quantas certezas fazem um erro?
Quantas mortes alimentam uma vida?

2 comentários:

Pedro Mundim disse...

Quantas ganâncias fazem uma fortuna?
Quantas perdas fazem uma fome?

Este raciocínio parte de uma abordagem simplória do conceito de "riqueza", que é vista como uma coisa pronta e acabada, em quantidade fixa, que não é criada nem destruída, apenas repartida de diferentes maneiras. Assim, quem enriquece necessariamente empobrece os outros, quem come bem faz os outros passarem fome, etc.

Mas a riqueza está sendo sempre criada, e eventualmente destruída. Como disse Adam Smith, se sempre que você vai à padaria encontra o pão que necessita, não é graças à bondade do padeiro, mas a sua ganância e desejo de enriquecer. Se quando o cidadão cubano comum vai à mercearia do Estado e encontra as prateleiras vazias, isso não se deve à ganância dos burocratas comunistas, mas a sua ideologia estúpida que não permite a geração de riqueza.

Gerar riqueza significa gerar encomendas, empregos e inovações. Não é possível enriquecer sem contribuir para que os outros também enriqueçam, a menos, é claro, que você se aproprie do produto final da riqueza - ou em outras palavras, que você roube.

Quem não gosta de ganância são os religiosos ascetas. Se eles querem viver como eremitas em uma caverna, é uma escolha pessoal.

Divina disse...

Você está errado! E está porque o poema fala em Fortuna, não em riqueza. Além disso, a riqueza pode ser criada, mas é sempre limitada e se 90% dela fica nas mãos de 1% da população, está claro que alguém está sendo roubado. Não é quem come bem que faz os outros passarem fome, é quem "come" tudo o que tem na mesa.
E nem precisaria "ser de esquerda" ou "ser comunista" para ver que tem algo errado aí.