Nosso filho estava crescendo e estávamos bem, então ele sugeriu:
- A gente podia ter outro filho, né? Quem sabe viria uma menina e a gente teria um casalzinho.
Respondi no ato:
- Se você quiser uma menininha, vai ter que arrumar outra menininha, porque com essa menininha aqui, não vai rolar.
- Depois disso ele me ajudou a procurar médicos para fazer ligadura, não consegui porque nenhum médico aceitava fazer sem a condição de eu ter outro filho e fazer a ligadura junto com o segundo parto.
Um dia ele se trancou no banheiro e estava demorando muito, fiquei preocupada achando que ele estava passando mal e insisti que abrisse a porta. Ele abriu meio sem jeito, estava se depilando porque tinha resolvido fazer vasectomia, tinha marcado a cirurgia e estava se preparando, mas queria me fazer uma surpresa.
A raiva pela injustiça de um homem ter toda liberdade para decidir que não quer mais ter filhos e uma mulher não ter esse direito ficou para ser manifestada depois.
Naquele momento eu só senti amor e gratidão.
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