27 de outubro de 2020

O DIA E A VIDA

Nunca tive muita paciência
Com o humor das pessoas
Com a minha própria raiva contida
Brinco com as lágrimas de indignação
Derrubadas em nome das injustiças
Faço mais do que posso
E minhas dúvidas se perdem
Nas águas
De um dilúvio inexplicável
Brinco com a pomba da paz
Nos dias que trazem guerras
E nas noites que velam mortos
Visto-me com má vontade
Na primavera quero estar nua
As nuvens formam imagens
São bichos fugindo no azul
Sou o segredo que guardo
Porque não sei revelar
Porque tenho medo de mim

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