Nenhuma "prova
da existência de deus" que qualquer teísta apresenta prova a
existência de deus porque todas as tentativas clássicas foram largamente
refutadas inclusive por pensadores teístas de peso como Immanuel Kant.
Quando conversamos com
alguém que se propõe a defender a existência de deus, a conversa pode se
estender ou ser rapidamente interrompida, mas tende a seguir um ou uma mistura
de dois ou mais dos exemplos que apresento abaixo.
Cada um dos “argumentos”
e posturas relacionados aconteceram muitas vezes comigo em conversa com pessoas
de idade, religião, gênero, nível sociocultural e localização geográfica
diferentes.
Para facilitar a unidade
do texto, colocarei todos os exemplos como se partissem de religiosas indefinidas,
mas muito convictas, que oscilam entre tolerante e “damares”.
- Apresento as muitas incoerências do que dizem
sobre deus e mostro que tais incoerências serviriam mais para provar a
inexistência desse deus do que para louvar suas qualidades.
Ela dá verdadeiros nós
no cérebro para dizer que "o que é, na verdade não é!", como
por exemplo “Deus é onipotente, bom e justo, mas não pode evitar que uma
criança seja estuprada e assassinada porque estaria interferindo no livre
arbítrio do agressor”.
Não diz exatamente
isso, com essas palavras, mas dá voltas e voltas para, no final das contas,
dizer exatamente isso.
- Tenta me consolar dizendo que sou apenas uma pessoa
infeliz, magoada e frustrada, que estou brigada com deus mas posso voltar a ser
feliz e bem aventurada se aceitar Jesus e entregar meus problemas nas mãos de
deus porque ele é bom e nunca desampara quem busca por ele.
Depois, por pura falta
de resposta, muda totalmente de assunto e parte para outros argumentos quando
respondo que não sou infeliz, não estou frustrada e não odeio deus porque não é
possível odiar um ser que não existe.
- Cria ou retira sabe-se lá de onde um tipo de
ateu que não existe ou que não representa nem mesmo uma porcentagem relevante dos
ateus reais, coloca a si mesma em um fictício patamar de “humanidade”
e “inteligência” superior, como se estivesse diante de uma “turba”
de inadequados e desprezíveis opositores, e usa esse espantalho criado para, dessa
forma desonesta, ironizar e desmerecer o ateísmo como um todo e cada um dos
ateus.
- Ela diz que não adianta apresentar provas porque
os ateus não vão entender a sofisticação das provas que só ela tem, mas nunca
apresenta as tais provas mesmo que passe meses debatendo comigo.
- Diz que vou para o inferno se não me arrepender.
E se for mais “damares” chega a falar sobre o prazer que sentirá ao me ver
implorando perdão em meio ao fogo eterno enquanto ela desfruta as delícias do
paraíso “à mão direita de deus pai todo poderoso”.
- Ela diz que sou incapaz de entender porque
não tenho fé e não tenho fé porque nasci aleijada como alguém que nasceu sem
pernas ou sem braços.
Mas nunca aceita
continuar a conversa quando pergunto que raio de deus perfeito e todo-bondade é
esse que permite que alguém vá para o inferno por toda a eternidade por não
usar algo que não tem porque nasceu sem aquilo.
- Me ofende com palavras e termos nada piedosos
e ameaça apressar com as próprias mãos a minha ida ao inferno explicando
claramente o quanto me odeia e como seria feliz se pudesse livrar o mundo de minha
presença nefasta... em nome de seu deus de amor.
- Começa a “argumentar” com falas que
revezam pregações bíblicas com repetição e paráfrases dos argumentos mais
batidos e exaustivamente refutados por muitos pensadores, como a aposta de
Pascal, o “melhor dos mundos” de Leibniz ou o relógio de Paley, sem esquecer
o grande e absurdo recurso de comparar um deus onipotente com uma mãe amorosa
mas impotente, como se essa comparação fizesse algum sentido.
- Daí ela fica se repetindo e dizendo as mesmas
coisas de novo e de novo convencida de que está argumentando logicamente até
que se cansa de ser contrariada com argumentos que demonstram claramente que
não vou me deixar convencer pelas falácias dela e para de falar comigo.
Mas não sem antes
enviar uma mensagem “lacradora” na qual se diz cansada de confrontar sua
inteligência e lógica louváveis com minha incapacidade de “sequer entender o
que significa a palavra lógica”.
Sim ela diz isso!
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