Li que segundo pesquisas todo mundo já pensou em suicídio pelo menos uma vez na vida.
Não sei se essas pesquisas estão certas, mas sei que se estiverem eu
poderia ser uma confirmação disso.
Pensei em suicídio uma vez, na adolescência, porque tinha feito uma
brincadeira e depois de um fato trágico, achei que tinha que cumprir a fala da brincadeira.
E a fala era eu estar morta.
A vida é uma sequência de acasos sem nenhum sentido ou razão e enquanto
alguns encontram forças e superam de forma fantástica os mais terríveis
obstáculos outros desistem e “escrevem” o bilhete de Torquato Neto:
“Tô de saco cheio”.
E entre os dois extremos há uma ampla gama de nuances, um rio largo no
qual estou inserida.
Como não dá para dar reset e reiniciar a vida, só o que podemos é
escolher se continuamos nos carregando nas costas ou não.
Não amo o meu eu e não sinto nenhuma necessidade desse tão propagado e tão
valorizado “amor próprio”, apenas tento não fazer nada que me torne um ser
escroto e asqueroso, isso é suficiente para que eu não precise de “amor
próprio” nenhum.
Autoconhecimento é algo impossível de ser alcançado, a gente tem
memória, história, habitat, consciência, e com isso fazemos o que fazemos, sempre
meio às cegas e meio “tatibitate”.
Não faço ideia de quem sou eu!
Tem um monte de definições, biológicas, etárias, sociais, convencionais,
linguísticas que podem tentar me definir, mas nunca definem.
Sou proprietária dessa coisa chamada “minha vida” e se acontecer de um
"belo" dia eu acordar e resolver pôr fim a ela, poderei fazê-lo, mas é
muito difícil que isso aconteça porque a consciência de que vou morrer de
qualquer jeito me levou a concluir que não faz muito sentido ter pressa.
Sou meio dupla e inconstante, tento ser “gente boa”, mas sou muito boa
em fracassar.
Não sei o que quero da vida, acho que tudo que eu quero é não sentir
dor.
Acontece que muitas coisas doem e existem muitos tipos de dor.
Tudo é muito complicado e eu não aprendi a não viver.
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