24 de dezembro de 2020

COVARDIA

Ninguém pode imaginar
O quão covarde eu sou
Os átomos que compõem o universo se agitam
Os meus tremem acovardados
A covardia é minha força vital
Dizem que os covardes
Se escondem no medo
E se sentem acomodados
No ato de não se mover

Mas o tremor é um movimento
E o tremor dos covardes
Provoca os piores terremotos
Os tremores que me agitam
Destroem mundos
A covardia não empurra ninguém pra frente
Por isso só vou pra frente quando caio
Mas quando a gente vai pra frente
Impulsionada por uma queda
A gente não escolhe pra onde vai
E quando caio me machuco
Quebro algo em mim
No corpo ou no espírito
Dói!

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