27 de dezembro de 2020

O QUE FAZER COM ASSASSINOS DE MULHERES



O que deveria ser feito com personagens assim
Teria que ter sido feito muito antes
E se chama educação
A única saída para que feminicídios
Deixem de acontecer
Pelo menos com tanta frequência
É o investimento social em uma educação
Que trate cada criança como ser humano
E não como “rosa” e “azul”
Que ensine cada criança a ver o outro
Como um ser humano com direitos iguais
Por mais "diferente" que seja
Para que não existam os feminicídios
E outros crimes de ódio distorcido
A estrutura do preconceito
Não pode continuar existindo
Enquanto a educação não acontecer
O racismo o machismo a homofobia
Continuarão fazendo vítimas
Criminosos precisarão ser trancafiados
Outros criminosos continuarão nascendo
Para serem trancafiados também

3 comentários:

Pedro Mundim disse...

É um pressuposto ingênuo: o feminicida mata a mulher porque ninguém nunca lhe ensinou que aquilo é errado.

Não é bem isso. Ele sabe que aquilo é errado. Mas não se importa. Os feminicidas em geral sofrem de uma violenta obsessão, não sentem medo da cadeia nem da morte, tanto que muitos se matam após cometerem o crime. É simplório julgar que um transtorno de personalidade tão forte seja produto de um mero machismo cultural. Uma pessoa assim não pode ficar solta, é uma bomba relógio, se não matar a atual esposa com certeza matará alguma futura companheira.

Um vício repetido por muitos intelectuais, até bem intencionados, é achar que a educação é uma panaceia para todos os males. Eu entendo que você, profissional de educação, repita esse mantra. Mas não é verdade. Educação é para quem quer estudar. Remédio para crime, seja feminicídio ou qualquer outro, é um só: PRISÃO. Se o potencial feminicida fosse encarcerado já nas primeiras agressões, a vítima teria uma chance de se por fora do alcance dele.

Divina disse...

Você está enganado! Não são todos os casos, claro, por isso eu disse que "pelo menos não aconteceria tanto", mas o fato é que essa cultura estruturalmente machista em que vivemos e em que os meninos ainda são criados é sim responsável pelo grande número de feminicídio, e de outros tipos de crimes que têm por base o preconceito. E a educação enfatizando o respeito e a igualdade de direitos, destacando os Direitos Humanos básicos, com toda certeza ajudaria a diminuir MUITO tais crimes.
Pensar que tudo se resolve com cadeia é que é raciocínio raso...

Pedro Mundim disse...

Olá, Divina! Enfim você me responde. Acho seu blog muito interessante, e há tempos tinha vontade de conversar com você.

A educação ajudaria a diminuir os feminicídios? Acredito sim, não pense que não. Mas onde há educação ruim, também costuma haver justiça ruim, polícia ruim, pobreza e ignorância. Enfim, é tudo parte de uma síndrome mais ampla, não existe uma relação pura e linear entre educação e feminicídios.

A cadeia não "resolve" o problema do preso, ele é dono de sua consciência individual, e só pode se recuperar se assim o desejar. Mas a cadeia resolve o problema da sociedade, ao isolar dela os elementos criminosos, e por dissuadir os potenciais criminosos. Penso que você, assim como muitas pessoas criadas em um ambiente intelectual de esquerda, nutre um preconceito contra a cadeia, que suspeita ser um truque das classes dominantes para enquadrar os recalcitrantes.

Não creio que haverá diminuição expressiva dos feminicídios enquanto aqueles que clamam contra o machismo são os mesmos que se opõem intransigentemente ao endurecimento da legislação penal.