Era adolescente, por vezes gritava com um agudo sorriso: Cadelo meu chinelo? Cadela minha blusa vermelha? Cadela minha caneta nova?... O tempo passou, os cabelos são de neve e a pele de pergaminho. Às vezes grita sem som e sem saudades: Cadela minha vida?
23 de dezembro de 2020
NADA
Uma coisa que me “encana”
É essa história de Verdade
Não existe Verdade objetiva
Essa é uma convicção que tenho
Uma daquelas convicções
Que se pode chamar de certeza
Da mesma forma tenho certeza
De que não existe Liberdade
Livre-arbítrio é um argumento
Que não tem peso nenhum
Muita gente atribui a Verdade a deus
Deus não só possui a Verdade
Como é a própria Verdade
É o nada pertencendo ao nada
É o nada sendo nada
Se me dizem que deus é a Verdade
Mais uma razão tenho eu
Para afirmar sua inexistência
Se me dizem que deus
Nos deu uma espécie de Liberdade
Mais uma razão tenho eu
Para afirmar que um inexistente
Não pode dar nada
Menos ainda outro inexistente
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário