28 de junho de 2020

TEMPO

Sendo pequena demais me acabo
Desboto e feneço como coisa deixada ao sol
Por dentro também estrago e não vejo
Mas sei e sinto as falhas que crescem
E devagar/depressa
Desapareço

Sendo pequena não causo pena
Não faço falta nem para mim
Apenas vou enquanto ainda sol
Tenho o ar ao meu redor e o consumo
No respirar conto o relógio que não para
Mas quebrará

Vou sem protesto
Não contesto não me agarro
No fio da vida mal vivida
Sem saída sem cigarro
Sem fumaça solto o ar

A verdade mais sincera é a saudade
Daquilo que não vivi.

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