É comum, diante de meus
muitos textos que questionam, abominam ou vão contra religiões, religião ou
deus, pessoas comentarem esses textos perguntando a que deus eu me refiro.
Claro que quem faz essa pergunta nunca é um crente fanático uma vez que esses
se limitam a lamentar, ofender ou ameaçar com o fogo eterno a minha pessoa “ignorante”,
“estúpida”, sem fé, etc...
Os que me fazem essa
pergunta em geral comentam a existência de vários deuses, de várias religiões,
de vários conceitos ligados a cultos do passado e do presente em várias
culturas e vários povos ao longo da nossa história. São informações válidas,
interessantes e muitas vezes trazem novidades que me são bastante úteis. Mas
basicamente eu sei que existem muitos conceitos de deus na história da
humanidade, não poderia deixar de sabê-lo sendo eu uma apaixonada por mitologia
e, principalmente, pela mitologia grega. Além disso sou também uma apaixonada
por ficção científica, portanto, tenho conhecimento até de algumas projeções de
deuses para o futuro.
Mas, como ninguém é
obrigado a saber disso apenas lendo um texto crítico de cunho religioso,
resolvi explicar nesse texto de qual deus afinal estou falando quando afirmo
que deus não existe e que as religiões são coleções bem guardadas de absurdos.
De que deus afinal eu falo?
Oras, gente, falo do
deus de que me falam!
Todos os que acreditam
em um deus com quem eu tive contato, direto ou indireto, ao longo da vida,
invariavelmente falam de um deus que é criador, que é bom, que é onipotente,
onisciente e onipresente. Aliás, os dois últimos "onis"
deveriam estar contidos no primeiro, afinal, não dá pra ser onipotente sem
saber tudo e não dá para saber tudo sem estar de alguma forma em todos os lugares.
Mas, enfim, nunca, a
não ser em textos que tratam de mitologia, folclore ou filosofia, eu vi, ouvi
ou li algo que tentasse afirmar a existência de um deus que não tivesse as
características acima.
Literalmente, dentro da
minha experiência de vida, ninguém tenta convencer ninguém da existência de um
deus diferente desse, seja dentro de uma religião qualquer (é o mais comum)
seja dentro de um conceito de "deus particular" que a pessoa
desenvolve e cultua sem o auxílio de uma religião oficial.
O Aurélio define deus
como: 1- Princípio supremo considerado pelas religiões como superior à
natureza. 2- Ser infinito, perfeito, criador do universo. 3- Nas religiões
politeístas, divindade de personificação masculina, superior aos homens e à
qual se atribui influência especial, benéfica ou maléfica, nos destinos do
universo. 4- Objeto de um culto ou de um desejo ardente que se antepõe a todos
os demais desejos ou afetos. 5- Filos. Princípio supremo de explicação da
existência, da ordem e da razão universais e garantia dos valores morais.
Dessas definições,
observo que as religiões cristãs, embora os cristãos afirmem o contrário, são
na verdade politeístas uma vez que têm em seu panteão também o diabo que, por
todas as definições e por mais que o neguem, seria também um deus, além, é
claro, da religião católica que tem um deus dividido em três e faz questão de
negar esse politeísmo óbvio. Sem falar, é claro, nos anjos e santos que,
basicamente, seriam deuses de menor poder.
Outra observação a
fazer é sobre algumas definições filosóficas de deus - como a de Spinoza e a de
Descartes - essas definições, para mim, são apenas formas que os filósofos
encontraram de não assumir o ateísmo, coisa extremamente perigosa para a saúde
na Idade Média e muitíssimo perigosa para a vida acadêmica e profissional nos
muitos anos que se seguiram e, acho eu, até hoje.
Então, se existe uma
força, um ente, um ser ou como quer que o chamem que seja responsável pela
criação do universo como o conhecemos (e eu também admito essa possibilidade,
embora a veja como algo ainda mais fantástico do que a simples sequência de
acasos defendida por muitos cientistas ateus), para que essa teoria seja
coerente e realmente científica, eu acho e defendo que essa entidade não
poderia ser chamada de deus.
Então, para mim,
independente de existir ou não uma mente responsável pela criação, não existe
deus. Dizer que essa mente responsável (possível enquanto não temos nenhuma
outra explicação inquestionável) é deus seria tão falso como dizer que água é
gente.
Concluindo: Sou ateia,
afirmo que deus não existe e afirmo que todos os agnósticos são ateus com um
nominho mais sonoro e que as pessoas que não têm certeza sobre nada e não
conseguem se definir como uma coisa nem outra (eu era assim até pouco tempo)
são ateias que ainda não sabem que o são ou religiosos que estão “brigados” com
deus e que logo farão as pazes.
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