26 de junho de 2020

REAL

O vendedor de brinquedo
Apregoa sério o brincar de viver
Não vende cor
Não vende barulho
Não vende sorriso
Só vende poder

Salário dinheiro tesouro
Amor
E tudo rodando no el-ninõ da dor
Aquece a tristeza
Gela a vida
Do homem à toa
Perdido em si mesmo
Com raiva
Sem gol

Não pode chamar pela mãe
Chorar esmurrar cantar
Não pode ser Torquato e anda
A sensação de que a vida não existe
Nem sabe
A existência de pobres mortais

E sendo nós mesmos
Os nós da viagem
A droga do mundo 
A cascata
Do desespero
Que droga
Acabou!

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