18 de junho de 2020

A NATUREZA É CRUEL


Eu sou revoltadinha e indignada, sou briguenta e um tanto intransigente. Acho que a natureza é cruel, crudelíssima; embora concorde que ela o é sem ter nenhum tipo de consciência, moral ou qualquer coisa que possa sugerir uma intencionalidade.

Penso de forma muito parecida com respeito à vida: Acho a vida ruim, terrível, má, nojenta e quase todos os adjetivos negativos que se consiga lembrar embora também reconheça que a vida não é uma entidade e, portanto, não é todo esse horror com qualquer coisa que se possa associar a um propósito ou intenção.

Também a velhice; é uma merda, um horror, um castigo pior do que o inferno bíblico porque é real e pior do que doença porque não tem cura, embora, da mesma forma que da natureza e da vida, não se possa dizer da velhice que haja nela qualquer tipo de intencionalidade.

Enfim, para dizer que algo é ruim ou bom, cruel ou benéfico, não é preciso que essa coisa tenha intencionalidade. E, com essa opinião e esse sentido em mente, posso afirmar que a natureza é sim cruel, crudelíssima!

É tão cruel que, cuidemos dela ou não, mais cedo ou mais tarde, ela nos eliminará.

Pense em todas as catástrofes que ocorrem em todos os tempos e em todos os lugares do mundo, as que são causadas pela natureza e as que são causadas pelo homem, que é parte da natureza, bota tudo na mesma panela e o que dá é uma sopa fedorenta.

O homem (criação defeituosa de um deus sádico), a natureza (plena de vida que só é vida à custa do extermínio de outras vidas) e esse deus pavoroso que, segundo os que nele creem, criou e botou pra funcionar esse circo de horrores.

Me repugna o fedor e a aparência dessa sopa, e me repugna mais ainda saber que estou inserida nela como um dos seus ingredientes!

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