13 de junho de 2020

"O HOMEM É A MEDIDA DE TODAS AS COISAS." – PROTÁGORAS


Discordo dessa frase! Como em quase tudo, o homem se dá uma importância que na realidade não tem. Somos a medida das coisas com as quais achamos que temos contato, mas na verdade a maioria dos contatos que temos com as coisas é indireto, portanto não temos contato com as coisas e sim com a imagem que fazemos delas, ou com os signos, como ensina a semiótica.

Lúcia Santaella diz que “para conhecer e se conhecer o homem se faz signo e só interpreta esses signos traduzindo-os em outros signos. O significado de um pensamento ou signo é um outro pensamento.” (...) “Eis aí, num mesmo nó, aquilo que funda a miséria e a grandeza de nossa condição como seres simbólicos. Somos no mundo, estamos no mundo, mas nosso acesso sensível ao mundo é sempre como que vedado por uma crosta sígnica que, embora nos forneça os meios de compreender, transformar, programar o mundo, ao mesmo tempo usurpa de nós uma existência direta, imediata, palpável, corpo a corpo e sensual com o sensível." - SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica. 1.ed. São Paulo. - Brasiliense, 1993. (coleção primeiros passos; 103)

Daí que, no final das contas, não somos a medida de nada, nem de nós mesmos.

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