Discordo dessa frase! Como em
quase tudo, o homem se dá uma importância que na realidade não tem. Somos a
medida das coisas com as quais achamos que temos contato, mas na verdade a
maioria dos contatos que temos com as coisas é indireto, portanto não temos
contato com as coisas e sim com a imagem que fazemos delas, ou com os signos, como
ensina a semiótica.
Lúcia Santaella diz que “para
conhecer e se conhecer o homem se faz signo e só interpreta esses signos
traduzindo-os em outros signos. O significado de um pensamento ou signo é um
outro pensamento.” (...) “Eis aí, num mesmo nó, aquilo que funda a miséria e
a grandeza de nossa condição como seres simbólicos. Somos no mundo, estamos no
mundo, mas nosso acesso sensível ao mundo é sempre como que vedado por uma
crosta sígnica que, embora nos forneça os meios de compreender, transformar,
programar o mundo, ao mesmo tempo usurpa de nós uma existência direta,
imediata, palpável, corpo a corpo e sensual com o sensível." - SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica. 1.ed.
São Paulo. - Brasiliense, 1993. (coleção primeiros passos; 103)
Daí que, no final das contas, não
somos a medida de nada, nem de nós mesmos.
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