13 de junho de 2020

EU NÃO ACREDITO EM AGNÓSTICOS


Para mim, adotar o termo agnosticismo é uma forma de se dizer ateu sem assumir a palavra “ateu” que é mais pesada e mais forte e que normalmente pressupõe um tipo de militância a que o agnóstico não quer se engajar.

Pelo seguinte: O agnóstico não acredita no deus dos teístas seja ele qual for e não acredita no "fato" de ser sagrado o “livro sagrado” dos teístas seja ele qual for; mas o agnóstico admite a possibilidade  da existência de uma mente qualquer, inteligente e interessada, ou não, que pode ter criado o universo e a vida. E o faz pela simples impossibilidade de provar a não existência.

Pois bem, também admito que não tenho e possivelmente nunca terei conhecimento suficiente para negar com absoluta certeza que um tipo qualquer de mente possa ter criado o universo e a vida, portanto, penso exatamente a mesma coisa e do mesmo modo que os agnósticos, mas me defino como ateia, por quê?

Simples: porque pra mim essa mente, ou seja lá o que for, que pode existir ou não e que pode ou não ter criado o universo, não será, não é e não tem como, racionalmente falando, ser chamada de deus. Teríamos que encontrar outro nome para esse "ser" porque a semelhança dele com deus é a mesma semelhança que pode existir entre um cachorro e uma xícara de chá.

É por isso que nego veementemente a existência de deus e que me defino como ateia.

O agnóstico não acredita no deus bíblico porque, esse, basta ler a bíblia pra ver que não faz nenhum sentido, o mesmo pode-se dizer do deus do talmude (acho que é o mesmo da bíblia) e do deus do alcorão (o mesmo de novo). Nesses o agnóstico não acredita porque a prova de sua não existência está no próprio texto que os teístas querem usar como prova de sua existência, e o agnóstico sabe disso.

O agnóstico admite sim a possibilidade da existência de uma mente criadora justamente porque não há como provar que ela não exista. Usando a lógica, o "primeiro motor" ou o "arquiteto inteligente" chega a fazer sentido, daí o agnóstico fica no meio por não poder acreditar nem duvidar totalmente já que falta comprovação para ambas as hipóteses.

Daí, quando digo que não acredito em agnósticos, ou na existência real de agnóstico, o que estou afirmando é que me sinto exatamente assim: Não nego nem afirmo a existência de uma "mente criadora", ou seja lá o que for porque não há como provar nem um lado nem outro. Viu? Igualzinho o agnóstico.

O que defendo e que me faz negar o agnosticismo, é que seja lá o que for essa "mente criadora" na qual não podemos acreditar e da qual não podemos duvidar, não é a mesma coisa que deus. Essa "mente" que pode existir ou não precisa de outro nome. O nome deus decididamente não serve para ela. É essa minha teoria.

Se o agnóstico não acredita nem desacredita é porque admite a hipótese de que possa existir essa "mente", seja ela o que for. O agnóstico não se importa se existe ou não, mas admite que pode existir, da mesma forma que admite que pode não existir, tanto faz. E mais, ele tem certeza de que dificilmente terá algum dia qualquer tipo de prova seja da existência, seja da não existência dessa "mente".

O que o agnóstico não admite mesmo é que exista esse deus terrível que os exploradores da fé usam como ferramenta para subjugar mentes maleáveis.

Na minha visão o agnóstico é tão ateu quanto eu, porque o que penso é exatamente isso. A única diferença, se é que há alguma, é que não concordo em chamar essa "mente", que pode existir ou não, de deus.

Daí que, para mim, exista ou não essa mente, ela não é deus, consequentemente, assumo que deus não existe e pronto: Sou ateia. E o agnóstico é ateu também.

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