Para mim, adotar o termo agnosticismo
é uma forma de se dizer ateu sem assumir a palavra “ateu” que é mais pesada e
mais forte e que normalmente pressupõe um tipo de militância a que o agnóstico
não quer se engajar.
Pelo seguinte: O agnóstico não
acredita no deus dos teístas seja ele qual for e não acredita no "fato"
de ser sagrado o “livro sagrado” dos teístas seja ele qual for; mas o agnóstico
admite a possibilidade da existência de
uma mente qualquer, inteligente e interessada, ou não, que pode ter criado o
universo e a vida. E o faz pela simples impossibilidade de provar a não
existência.
Pois bem, também admito que não
tenho e possivelmente nunca terei conhecimento suficiente para negar com
absoluta certeza que um tipo qualquer de mente possa ter criado o universo e a
vida, portanto, penso exatamente a mesma coisa e do mesmo modo que os
agnósticos, mas me defino como ateia, por quê?
Simples: porque pra mim essa
mente, ou seja lá o que for, que pode existir ou não e que pode ou não ter
criado o universo, não será, não é e não tem como, racionalmente falando, ser
chamada de deus. Teríamos que encontrar outro nome para esse "ser"
porque a semelhança dele com deus é a mesma semelhança que pode existir entre
um cachorro e uma xícara de chá.
É por isso que nego veementemente
a existência de deus e que me defino como ateia.
O agnóstico não
acredita no deus bíblico porque, esse, basta ler a bíblia pra ver que não faz
nenhum sentido, o mesmo pode-se dizer do deus do talmude (acho que é o mesmo da
bíblia) e do deus do alcorão (o mesmo de novo). Nesses o agnóstico não acredita
porque a prova de sua não existência está no próprio texto que os teístas
querem usar como prova de sua existência, e o agnóstico sabe disso.
O agnóstico admite sim
a possibilidade da existência de uma mente criadora justamente porque não há
como provar que ela não exista. Usando a lógica, o "primeiro motor"
ou o "arquiteto inteligente" chega a fazer sentido, daí o
agnóstico fica no meio por não poder acreditar nem duvidar totalmente já que
falta comprovação para ambas as hipóteses.
Daí, quando digo que
não acredito em agnósticos, ou na existência real de agnóstico, o que estou
afirmando é que me sinto exatamente assim: Não nego nem afirmo a existência de
uma "mente criadora", ou seja lá o que for porque não há como provar
nem um lado nem outro. Viu? Igualzinho o agnóstico.
O que defendo e que me
faz negar o agnosticismo, é que seja lá o que for essa "mente
criadora" na qual não podemos acreditar e da qual não podemos duvidar, não
é a mesma coisa que deus. Essa "mente" que pode existir ou não
precisa de outro nome. O nome deus decididamente não serve para ela. É essa
minha teoria.
Se o agnóstico não
acredita nem desacredita é porque admite a hipótese de que possa existir essa
"mente", seja ela o que for. O agnóstico não se importa se existe ou
não, mas admite que pode existir, da mesma forma que admite que pode não
existir, tanto faz. E mais, ele tem certeza de que dificilmente terá algum dia
qualquer tipo de prova seja da existência, seja da não existência dessa
"mente".
O que o agnóstico não
admite mesmo é que exista esse deus terrível que os exploradores da fé usam
como ferramenta para subjugar mentes maleáveis.
Na minha visão o
agnóstico é tão ateu quanto eu, porque o que penso é exatamente isso. A única
diferença, se é que há alguma, é que não concordo em chamar essa
"mente", que pode existir ou não, de deus.
Daí que, para mim,
exista ou não essa mente, ela não é deus, consequentemente, assumo que deus não
existe e pronto: Sou ateia. E o agnóstico é ateu também.
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