Interessante o ponto em que um
texto que li tocou. Pais que aceitam o filho gay, mas não sabem como dialogar
com ele. Certo que, para pensar mais a fundo, isso acontece com filhos
heterossexuais também. Para muitos pais, conversar com os filhos adolescentes
sobre qualquer assunto que não seja a banalidade do "me passe o sal,
por favor" é uma verdadeira batalha, invasão de campo minado, entrada
no desconhecido e, pior de tudo, é correr o risco de ouvir coisas sobre o filho
que ele não está preparado para saber.
Entendo, claro, que no caso de
filhos gay a situação deve ficar, muitas vezes, ainda mais complicada, mas não
é só nesse caso. Mesmo. Infelizmente, o que falta muito na relação pais e
filhos é diálogo. Eu sempre reclamava, quando conversava com meu filho (e
conversei muito sempre) que, infelizmente, não existem cursos para pais e
filhos vêm sem manual de instruções. Achei, no meu caso, que uma boa ideia era
"deixar o caminho aberto" sempre. Tentar não ultrapassar a linha
entre o interessado e o intrometido, expor a ele a minha fraqueza, as minhas
dúvidas e, sempre e sempre, deixar claro que meu amor por ele é incondicional.
No meu caso funcionou, provavelmente
mais porque dei sorte do que porque tenha realmente acertado em algum ponto.
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