Tenho ainda uma
pergunta: Como é que alguém pode viver feliz e tranquilo sabendo que adora um
deus que manda gente pro inferno? E muitos crentes dizem que são perfeitamente
felizes, alguns chegam até o ponto de afirmar que ficam felizes por saber que
muitas pessoas – como eu por exemplo – queimarão eternamente no fogo do inferno
em uma tortura sem fim e sem limites, eles ficam perfeitamente tranquilos e
felizes com isso, e alguns até dão umas “gargalhadas”, feitas de “As e Agás”,
que me “soam” como aquelas gargalhadas do capeta dos filmes: bem sádicas e
sinistras, coisa de psicopata doente.
Não os entendo. Não
entendo nem mesmo os crentes moderados, que não dão gargalhadas mas conseguem
viver felizes e ao mesmo tempo acreditar na existência de um inferno onde
pessoas que não pediram para existir queimarão e gemerão por toda a eternidade.
Não entendo como conseguem viver felizes e adorar e achar justo o deus que eles
têm certeza de que existe e que acreditam que, depois de um julgamento
aparentemente mais “pro forme” do que os que acontecem nas grandes
ditaduras, mandará essas pessoas para esse inferno tão ricamente descritos
pelos padres e pastores.
Eu não viveria feliz e
não daria gargalhadas se nossos papéis fossem invertidos e se eu soubesse com
certeza que um desses crentes fanáticos ou moderados irá para o inferno. Não os
conheço todos e não os amo “como a mim mesma”, mas respeito-os como seres
humanos, reconheço sua fraqueza e sua humanidade o suficiente para ter a
certeza de que um deus que mandasse um único deles para o inferno seria injusto
e não mereceria meu respeito, muito menos minha adoração.
Um deus que tirou os
seres da paz do nada absoluto unicamente para que esses seres o adorem é
megalomaníaco; um deus que permitiu que esses seres pudessem escolher não
adorá-lo e manda para o inferno eterno aqueles que usaram dessa capacidade que
lhes foi dada por ele mesmo é um sádico maníaco. Esse tipo de deus, se
existisse, mereceria desprezo, nunca amor.
E mesmo que punisse com
as torturas eternas do inferno apenas os criminosos, esse deus não mereceria
amor nem respeito. Eu não saberia amar um deus que pune pela eternidade uma
pessoa que ele mesmo criou imperfeita e capaz de cometer crimes, nem mesmo
Hitler poderia, justamente, ser enviado para o inferno. Um deus de bondade - se
existisse - simplesmente não permitiria que existissem pessoas como Hitler, ou
qualquer outro criminoso.
E as pessoas que
conseguem partilhar desse sadismo doentio e ainda adorar esse deus, sentindo-se
feliz e “gargalhando” diante da possibilidade de seus irmãos de infortúnio
sofrerem eternamente, me parecem sádicas e doentes; tanto quanto o seu deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário