25 de junho de 2020

RESPONDENDO A PESSOAS QUE ACHAM QUE A EDUCAÇÃO ESTÁ UMA M. POR CULPA DO "DESPREPARO" DOS PROFESSORES E DA EXISTÊNCIA DO BOLSA FAMÍLIA:


Dou aulas em escolas do estado há 20 anos, e falta até giz e papel higiênico, mais ainda computadores modernos e em número suficiente. Professores estão sendo mais desvalorizados e desmotivados a cada ano, muitos saem e vão procurar outro tipo de trabalho, resultado: Faltam professores e as vagas são preenchidas por professores não concursados... que vão trabalhar em condições precárias e sem formação adequada. Fora o fato de ter poucos concursos e de, nas provas, exigirem mais "burocracia" pedagógica e conhecimento acadêmico para eliminação de candidatos do que realmente condições de ensinar, e o fato de que nas faculdades pouco se aprende sobre dar aulas, até onde eu sei.

Dar aulas exige uma formação que nem mesmo os professores concursados têm, afinal, por mais preparado que um professor seja para ensinar matemática, como é que ele vai lidar com uma turma de alunos que não tiveram educação básica em casa e, portanto, não aprenderam o mínimo de respeito? Como ensinar em uma sala na qual os alunos se preocupam apenas em gritar, falar palavrões, destruir a sala e humilhar o professor?

Aquele vídeo que rolou dia desses com alunos destruindo uma sala e humilhando uma professora e que tanto escandalizou muita gente é quase que a nossa rotina. Dá para ensinar em ambientes assim? Com que tipo de capacitação?

Ah, sim! E tem uma quantidade enorme de professores que ficam doentes. E não é para ficar de licença por sacanagem não, ficam doentes MESMO.

O estado cobra (e muito caro!) para dar educação, saúde e condições dignas para a população. Na minha opinião o Bolsa Família é um meio viável de fazer isso para quem não tem condições.

Se tem gente abusando, também tem gente devolvendo voluntariamente quando sente que não precisa mais. Não é a existência de um programa de assistência social que deve ser combatida, são as falhas na distribuição dessas assistências que devem ser corrigidas sempre que houver.

Vincular às notas e ao comportamento dos alunos e não apenas à frequência nas escolas, por exemplo, seria um meio BEM mais eficaz de tornar a educação melhor do que simplesmente eliminar o programa e deixar que os políticos milionários e ladrões levem também esse dinheiro.

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