20 de junho de 2020

UM ALERTA IMPORTANTE!


Outro dia estava pesando minha vida e me dei conta de que nunca deixei de quebrar uma corrente. Quebrei todas as que chegaram até mim, desde as que vinham por carta, com envelope, selo e carteiro, até as que chegaram por Orkut, e-mail, Zap, Facebook...

Nunca repasso mensagens que dão sorte no amor, no dinheiro ou sucesso nos projetos. Nunca repasso orações ou mantras de autoajuda, não importa que eles acenem com o terrível castigo de algo ruim que vai acontecer dentro de 48 horas se eu não repassar para 10 pessoas; ou que eles prometam que algo maravilhoso vai acontecer dentro de 48 horas caso eu repasse para 10 pessoas.

Sou e sempre fui inflexível. Não repasso mensagens, não entro em correntes.

Mas.

Dei-me conta disso dia desses.

Deve ser por isso: castigo pela minha negligência, que nenhum dos meus planos de vida deram certo. Nada do que planejei aconteceu como eu esperava!

Veja a prova:

- Planejei não me casar porque casamento é uma instituição falida e amor é algo tremendamente passageiro: Casei-me, estou casada há 40 anos e ainda sou apaixonadíssima pelo meu marido.

- Planejei ter uma filha sem pai e lutar com todas as minhas forças para criá-la apesar das dificuldades e dos preconceitos: Tive um filho, ele tem pai e está criado, adulto, maravilhoso e casado sem que eu tivesse tido nada além de prazer, embevecimento e orgulho ao criá-lo.

- Compramos um terreno ao lado de um morro pelado mas ainda bonito na periferia da cidade de Santo André, São Paulo. Construímos lá uma casa grande e linda e planejamos viver nela o resto de nossas vidas: O destino deu viravoltas, o morro virou uma favela, tivemos que nos mudar de Estado e acabamos vendendo a casa e comprando um apartamento lindo, com vista para a Pedra Selada, quase no centro de Resende, uma simpática cidade do Rio de Janeiro. Isso depois de termos passado 7 meses morando em um apartamento à beira-mar em Vigo, na Espanha.

- Planejamos ficar a vida toda no apartamento de Resende, ou então trocá-lo mais tarde por um outro em Santos, onde terminaríamos a nossa vida tranquilamente: Em outra mudança inesperada, fomos para o Rio de Janeiro para morar em Copacabana, um dos lugares mais lindos do mundo.

- Passei em primeiro lugar no concurso do Estado e comecei a dar aulas em um colégio do qual gostava, planejei ficar dando aulas nesse colégio até o fim da vida ou até resolvermos, depois de aposentados, nos mudar para Santos: E depois de passar três meses de “férias” em Paris, não tendo nada para fazer a não ser brincar no computador, explorar a cidade e curtir uma lua-de-mel inesperada, fui dar aulas primeiro em uma escola compartilhada no Rio Comprido e depois  em um colégio pobre, no pé do Morro do Turano, na Tijuca.

- Pensei que ficaríamos no Rio até a aposentadoria, começamos a procurar um apartamento na Tijuca mas, novamente, os planos falharam. Surgiu outra reviravolta e me mudei novamente: Passei em outro concurso, e antes de começar a trabalhar passei três meses levando “vida de madame” em um apart hotel no Brooklin, em São Paulo sem saber onde ia morar e sem me preocupar muito com isso porque a procura por um apartamento e a expectativa de não saber onde seria tornou minha aventura ainda mais excitante!

Encontramos um apartamento em um recanto muito agradável e de excelente localização e, depois de dar aulas em três escolas resolvi pedir exoneração para ficar em casa cuidando do meu maridinho, que já está aposentado, e me dedicar às minhas leituras, escritos e tudo o mais que eu queira curtindo uma velhice que só não é deliciosa porque nenhuma velhice é.

Bem, depois disso, concluo que tudo que planejei para minha vida não aconteceu como eu esperava e que o responsável por isso pode ser o fato de eu ter quebrado tantas correntes e desprezado tantas ameaças e promessas.

Portanto, gente, cuidado! Minha experiência é um alerta! Se você quer que as coisas aconteçam como você planejou, é melhor repassar os posts e e-mails e não quebrar as correntes!

O alerta foi dado. Vocês decidem!

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