Sempre que falo (e falo sempre!) que a
velhice é uma merda, muitas das pessoas que me ouvem ou leem e que não
concordam com o que eu digo costumam argumentar que a aversão à velhice é um
sentimento ditado unicamente pela vaidade. Pois eu acho que não!
Claro que estou falando por mim e claro
que não tenho como negar que, mesmo nunca tendo me achado linda, o estrago que
a velhice faz na aparência da gente é sim um bocado deprimente. Mas esse seria
com certeza o menor dos problemas.
Sempre gostei muito de andar, fazer
longas caminhadas, descobrir e explorar novos caminhos, passar por lugares
estranhos olhando casas, lojas, praças... falando sozinha, pensando, sonhando,
imaginando histórias, realidades irreais, ouvindo e vendo coisas, planejando
minhas aulas...
Uma vez, quando meu filho era pequeno e
nós dois caminhávamos muito conversando e explorando, nós dois rimos juntos quando
resolvi fazer uma brincadeira. Eu disse a ele, tentando fazer cara de séria,
que achava que tinha um probleminha com as minhas pernas; quando ele perguntou
o que era, eu respondi que minhas pernas ficavam levemente doloridas quando eu
passava muito dos dez quilômetros de caminhada sem parar pra descansar. Ah que
saudade tenho hoje daquele “probleminha”!
Ainda ando sempre que posso, ainda gosto
muito, mas já não tenho tanta resistência, meus pés começam a doer muito mais
rapidamente do que antes e fico cansada durante mais tempo. Se resolvo subir
uma ladeira chego ao final com pouco fôlego e, o pior: Sei que isso só vai
piorar!
Vaidade? A vaidade que se F*!
O que eu queria mesmo é continuar
caminhando como antes!
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